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HidroviasRS defende dragagem emergencial para vias fluviais
Receio é que condições de navegação fiquem mais precárias com a chegada do verão
A necessidade de fazer dragagens emergenciais na hidrovia gaúcha que liga terminais localizados em Rio Grande, Pelotas, Porto Alegre e no polo petroquímico de Triunfo é alertada pela Associação Hidrovias do Rio Grande do Sul (HidroviasRS). O diretor da entidade - que reúne empresas e instituições que utilizam o transporte fluvial no Estado -, Wilen Manteli, acrescenta que a chegada do verão pode agravar a situação desse modal logístico com uma redução mais acentuada do nível dos rios e da Lagoa dos Patos.
Manteli adverte que, com os níveis baixos das vias fluviais, muitas vezes as embarcações não conseguem fazer o transporte de cargas ou precisam limitar a sua capacidade ocupada. Esse cenário tende a piorar nos próximos meses se não forem feitas as dragagens, afirma o diretor da HidroviasRS. "Já tinham que ter ocorrido em alguns pontos da lagoa (dos Patos) e dos rios do Sinos e Gravataí, assim como no canal do Furadinho (que permite a ligação ao polo petroquímico de Triunfo, pelo rio Jacuí)", ressalta.
O dirigente teve reuniões para tratar do assunto com administradores da Porto RS (empresa pública responsável por organizar o sistema hidroportuário do Rio Grande do Sul) e com representantes da Secretaria estadual de Logística e Transportes, que ficaram de avaliar a questão. Manteli comenta que a estimativa do aporte que seria preciso para atender às dragagens emergenciais, que removeriam cerca de 1,5 milhão de metros cúbicos de sedimentos, é da ordem de R$ 45 milhões a R$ 50 milhões.
Apesar do montante parecer expressivo, o diretor da HidroviasRS argumenta que um quilômetro de rodovia custa em torno de R$ 1,5 milhão. "Só para fazer uma comparação, pois estamos falando em desbloquear 700 quilômetros de hidrovias", enfatiza o dirigente. Ele salienta que o transporte fluvial permite o deslocamento de milhares de toneladas de cargas em uma única embarcação, o que significa menor impacto ambiental e a retirada de diversos caminhões das estradas.
Entre Rio Grande e a capital gaúcha, nos dois sentidos, de acordo com o diretor da HidroviaRS, é movimentado pela hidrovia cerca de 9 milhões de toneladas ao ano, volume que pode aumentar com as condições adequadas. A reportagem do Jornal do Comércio tentou contato com a Porto RS, mas não conseguiu falar com representantes da empresa pública responsável pela gestão do sistema hidroportuário gaúcho.