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TRIBUTOS

- Publicada em 25 de Outubro de 2022 às 16:38

Reforma tributária deve ser prioridade do Brasil, diz Gerdau

Gerdau criticou a burocracia e o peso da carga tributária no País

Gerdau criticou a burocracia e o peso da carga tributária no País


LUIZA PRADO/JC
Fernanda Crancio
Presidente do Conselho Superior do Movimento Custo Brasil e membro do Grupo de Controle da Gerdau, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter apontou a reforma tributária como um dos principais caminhos para alavancar o desenvolvimento econômico e a redução do Custo Brasil.
Presidente do Conselho Superior do Movimento Custo Brasil e membro do Grupo de Controle da Gerdau, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter apontou a reforma tributária como um dos principais caminhos para alavancar o desenvolvimento econômico e a redução do Custo Brasil.
Em entrevista nesta terça-feira (25), antes de sua participação na reunião-almoço Menu POA da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), onde falou sobre gestão, o empresário ressaltou a necessidade de o tema ser enfrentado com seriedade nos próximos anos. "A reforma tributária é prioridade número um e está atrasada pelo menos 20 anos", disse o empresário.
Segundo ele, para avançar na questão, o País deve se basear nos modelos bem-sucedidos de outras nações. "Não precisa inventar nada, apenas pegar as seis melhores reformas do mundo e fazer a nossa, estabelecer sistemas que funcionam no mundo todo. A solução está dada", reforçou.
Um dos grandes defensores de investimentos em capacitação para aumento da produtividade, apontado por ele como "um dos maiores problemas do Brasil competitivo", Gerdau criticou ainda a burocracia, que tanto atrapalha o ambiente de negócios no País, e o excesso de impostos.
Também enfatizou o peso da carga tributária sobre o desenvolvimento. "O Custo Brasil está 22% acima do que deveria, representa R$ 1,5 trilhão de custo a mais por ano ao País, e dentro disso os custos tributários representam 30%."
Entre os encargos, citou os altos custos dos que incidem sobre a energia, que, segundo ele, tem a tributação mais complexa. Para Gerdau, o avanço na reforma tributária deveria partir da tributação de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) específico sobre o patrimônio, o consumo, e os municípios. "A equação não está sendo analisada pelo cenário global. O Imposto de Renda da Pessoa Jurídica deveria ser definido pelo patamar internacional" , enfatizou.
O empresário criticou as distorções da carga tributária nacional e comparou que, nos Estados Unidos, por exemplo, o operário recebe de volta 65% do que custa à empresa em que trabalha, enquanto que no Brasil isso não passa de 30%. "O salário do operário não pode ser instrumento arrecadatório para o Estado. E esse saneamento é extremamente necessário de ser feito para aumentar o poder de compra e a competitividade. A distorção competitiva não é sadia", disse.
Ele fez ainda uma comparação dessa realidade: "No Brasil, precisamos ter (a Gerdau) 120 funcionários trabalhando na papelada dos impostos, nos Estados Unidos, zero. É um marasmo que tem que ser resolvido."
Sem citar o processo eleitoral em curso, o empresário também avaliou como "insatisfatório" o avanço político da sociedade civil e a defesa de temas que influenciam na vida de todos, como é o caso do Custo Brasil. "Enquanto sociedade civil e os empresários não tomarem posições mais claras sobre o que é preciso fazer em termos de prioridades políticas e atualização desses temas, mais complexo fica tudo".
Gerdau também opinou sobre os debates acerca da necessidade de tributação do imposto sobre lucros e dividendos – O Brasil faz parte da restrita lista de países que não tributa o pagamento de dividendos, que é a parcela de lucro das empresas distribuída aos seus respectivos acionistas. Segundo ele, o tema é complexo e terá de passar, necessariamente, pela redução do Imposto de Renda das empresas.
"Pretende-se agora tributar os dividendos, mas, para isso, precisamos retornar à formula dos padrões internacionais, com carga tributaria menor. É um impasse extremamente delicado, precisa-se reduzir o imposto da pessoa jurídica para dar uma elasticidade e a carga tributária diminuir", concluiu.
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