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Governo gaúcho e Neoenergia firmam acordo na área de energias renováveis
Acerto prevê cooperação para iniciativas envolvendo geração eólica offshore e hidrogênio verde
Acontecerá nesta quarta-feira (31), no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, a assinatura de memorando de entendimento entre a empresa Neoenergia e o governo do Rio Grande do Sul. O acordo de cooperação, que será detalhado durante o evento, que contará com representantes de ambas as partes, inclusive o governador do Estado, Ranolfo Vieira Júnior, trata de uma parceria para incentivar ações na área de energia eólica offshore (no mar) e de hidrogênio verde (combustível produzido a partir de fontes renováveis).
A Neoenergia foi a primeira companhia a abrir no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) um processo de licenciamento ambiental para construção de um parque eólico offshore no litoral gaúcho. A Ficha de Caracterização de Atividade (FCA) do projeto foi protocolada no órgão ambiental em 10 de dezembro de 2019. O empreendimento em questão, chamado de Águas Claras, prevê a instalação de 200 aerogeradores, que somarão 3 mil MW de capacidade (mais que toda a potência eólica onshore - em terra - em operação no momento no Rio Grande do Sul, que é de 1,8 mil MW).
O complexo está previsto para ser implementado nas proximidades dos municípios de Capão da Canoa e Xangri-lá. Para estruturas dessa natureza serem materializadas, os investimentos são bilionários. Recentemente, o governo estadual já tinha assinado memorando de entendimento semelhante ao que fará nesta quarta-feira com a Neoenergia, mas com a Ocean Winds (joint-venture formada pelas companhias EDP Renováveis e Engie). Essa empresa pretende instalar no litoral do Rio Grande do Sul os parques eólicos Tramandaí Offshore e Ventos do Sul, que juntos terão uma capacidade instalada de 7,2 mil MW e devem contar com o investimento de R$ 100 bilhões a R$ 120 bilhões.
No total, conforme dados levantados até 2 de agosto pelo Ibama, o Estado registra 21 projetos tramitando no órgão ambiental que somam 56.719 MW. O resultado coloca o Rio Grande do Sul como líder no ranking nacional de iniciativas desse tipo transitando no Ibama, tanto em número como em capacidade instalada. No País, como um todo, são 66 complexos que constam no Ibama e que chegam a 169.441 MW. Para essas iniciativas saírem do papel, elas ainda precisam garantir a venda da energia a ser gerada.
“O Rio Grande do Sul possui um enorme potencial para a produção de energia limpa e renovável a ser explorado em seu litoral”, enfatiza o presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, Paulo Menzel. Outro ponto destacado pelo dirigente é o fato de empresas de grande porte, como é o caso da Neoenergia, demonstrarem interesse pelo setor, o que se configura como um indicativo que os projetos irão adiante.
A Neoenergia é uma empresa integrada que atua nos quatro segmentos do setor elétrico: geração, transmissão, distribuição e comercialização. No campo da geração, a companhia possui uma capacidade instalada de 4,6 mil MW em operação e 700 MW em construção, sendo constituída principalmente de fontes renováveis. Apesar do atual apetite do grupo e de outros agentes pelo setor eólico offshore, Menzel lembra que se trata de um segmento novo, que ainda precisa ser regulamentado no Brasil. Ele ressalta que é importante que os investidores tenham regras claras para levar adiante suas ações.