{{channel}}
Trilhas em morros de Porto Alegre se tornam alternativa para economia sustentável e preservação
Os pacotes custam entre R$ 115,00 e R$ 125,00
É possível virar turista na própria cidade? Para a maioria dos moradores de Porto Alegre e da Região Metropolitana, que conheceram pela primeira vez o Morro São Pedro, na Zona Sul da Capital, no último domingo (24), a resposta é sim.
No pico do morro, a 280 metros de altura, é possível ter uma vista quase geral de Porto Alegre, com destaque para a Reserva de Itapuã, o Lago Guaíba, o Morro da Tapera e da Ponta Grossa. Larissa Wenner, servidora pública, afirma que ficou sabendo da trilha por meio do marido, que já havia feito outro trajeto no local. “Gostei que é um passeio acessível, você não precisa gastar tanto dinheiro para ter o contato com a natureza e uma vista assim”, reflete.Ela conta que já conhecia outros morros em Porto Alegre, mas que o interesse cresceu com a pandemia. “Começamos a procurar locais, ter algo assim aqui na cidade é muito bom”, fala.Já o analista de computação Paulo Weyne, acostumado a fazer trilhas, demonstra certa preocupação. “O que me deixa triste é saber que lugares assim são cada vez mais escassos”, reflete. O casal de professores da Ufrgs, Lúcia Dillenburg e Luis Mauro Rosa, eram iniciantes, mas saíram completamente apaixonados pela experiência.“Eu trabalho com plantas em laboratório e estava sentindo falta do contato dessa forma”, ressalta Lúcia. Luis, por sua vez, aproveitou para levar seus equipamentos e tirar fotos da paisagem.Volta por caminhos diferentes, desafios e superaçãoQuem opta por fazer o passeio pode contar com trilhas diferentes. “Minha preocupação é que a gente não faça o mesmo trajeto na ida e na volta”, revela Geovane. Por isso, para que tudo saia conforme o planejado, Geovane precisa refazer toda a trilha antes do passeio em grupo, a fim de ver como está o trajeto. Mas ele costuma gostar. “Tem vezes que venho sozinho, o corpo precisa disso.”Durante a volta até o espaço Econsciência, os trilheiros devem cuidar com a passagem de motos, que também fazem trilha no local, com a diferença de que, segundo placas sinalizadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAM), a prática é proibida nas áreas.“O que acontece é que, para preservar, é preciso interferir o mínimo possível. É claro que caminhar também interfere, mas muito pouco, o solo consegue se recuperar. Agora, quando você pensa em uma moto é diferente. Elas deixam crateras no solo, que, com a chuva, começam um processo de erosão”, explica o guia turístico.E é nesse processo de erosão, onde existem buracos que dificultam a caminhada, que o grupo reforça o senso de comunidade e de parceria. “A trilha é puxada. A gente cansa, mas é um cansaço que faz bem para mente e para o corpo”, reflete Geovane.