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Consumo

- Publicada em 02 de Julho de 2022 às 11:13

Inadimplência aumenta e atinge mais brasileiros acima de 60 anos

Lista dos devedores nesta faixa etária ganhou 751.745 pessoas em um ano

Lista dos devedores nesta faixa etária ganhou 751.745 pessoas em um ano


MATEUS BRUXEL/ARQUIVO/JC
A fila de endividados acima de 60 anos - muitos deles aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) - cresceu entre 2021 e 2022, segundo dados da Serasa. A apuração é da Folhapress. Os números mais recentes, de abril, mostram que a lista dos devedores nesta faixa etária ganhou 751.745 pessoas em um ano.
A fila de endividados acima de 60 anos - muitos deles aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) - cresceu entre 2021 e 2022, segundo dados da Serasa. A apuração é da Folhapress. Os números mais recentes, de abril, mostram que a lista dos devedores nesta faixa etária ganhou 751.745 pessoas em um ano.
Em abril de 2021, havia 10,7 milhões de pessoas acima de 60 anos inadimplentes, segundo a Serasa. Neste ano, são 11,4 milhões, alta de 7%. Os dados mostram que houve aumento da inadimplência em todas as faixas etárias. O maior crescimento se deu no grupo dos mais jovens, de até 25 anos, com alta de 9%, e o segundo maior salto foi entre os mais velhos.
Ao todo, o país tem 66,1 milhões de endividados, recorde da série histórica iniciada em 2016. Antes, o pico do endividamento havia sido atingido em abril de 2020, com 65,9 milhões de devedores. As dívidas atuais somam, em média, R$ 4.107,3.
Segundo o economista-chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi, a inadimplência, de forma geral, está ligada à inflação e alta dos juros. No entanto, para ele, especialmente na faixa acima de 60 anos, com a maioria aposentado, as dívidas são resultado direto da disparada de preços.
"Basicamente é a inflação o principal fator. Foi justamente quando a inflação superou os 10% que a inadimplência começou a subir, em outubro de 2021. Inflação de dois dígitos você não consegue acompanhar, os salários não acompanham, o reajuste previdenciário também."
O economista afirma ainda que, mesmo com a reposição da inflação nos benefícios da Previdência Social, a atualização dos valores não acompanha o aumento dos gastos para esta faixa etária. "A inflação está correndo na frente do reajuste, que tem como base os 12 meses anteriores. Também depende muito da cesta de consumo, e o pessoal mais idoso tem remédio, plano de saúde", afirma.
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), que é prévia da inflação oficial, chegou a 12,04% em junho.

Juros altos encarecem crédito

A alta de juros, que começou a ser intensificada pelo Banco Central neste ano, também tem contribuído para o endividamento maior. Atualmente, a taxa básica (Selic) está em 13,25% ao ano. "Sabemos que juro alto é o principal remédio para se combater a inflação, mas quando sobe juntamente com a inflação, é um fator que impulsiona a inadimplência porque encarecem as dívidas."
A orientação de Rabi é para que o consumidor não comprometa mais do que 20% do seu orçamento com dívidas. "Quando você passa disso, a chance de se tornar inadimplente vira exponencial, fica muito fácil."
Consignado: endividamento do aposentado pode chegar a 45% do benefício O crédito consignado, o mais barato do país, pode ser uma solução para quem está com dificuldades financeiras, mas também pode comprometer a renda e levar ao endividamento. Neste sentido, a medida aprovada pela Câmara, que elevou para 45% a margem consignável, preocupa.
Pela proposta, que ainda precisa passar pelo Senado, os aposentados e demais beneficiários do INSS, assim como quem recebe Auxílio Brasil, poderiam comprometer até 40% da renda com empréstimo pessoal consignado e até 5% com o cartão de crédito.
Atualmente, o limite é de 40% da renda com o crédito, sendo 35% no empréstimo pessoal e 5% no cartão.
A medida é controversa. Se, por um lado, é um crédito mais barato, por outro, facilita o endividamento. O ideal, segundo o especialista, é renegociar as dívidas. "Hoje o brasileiro deve, em média, para quatro diferentes instituições. Precisa renegociar, pleitear desconto, ampliar o número das parcelas, e colocar em parcelas que cabem no bolso."
Folhapress
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