O Rio Grande do Sul mantém a liderança no ranking dos estados quanto à quantidade de projetos e potência instalada de complexos eólicos offshore (no mar) com licenciamento ambiental tramitando no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Abril apresentou um novo incremento desses empreendimentos, fazendo com que o Estado registrasse, na mais recente atualização dos dados, 17 iniciativas dessa natureza, com capacidade somada de 44.719 MW (suficiente para atender a mais de dez vezes a demanda média gaúcha de energia).
Em março, o Rio Grande do Sul verificava 12 empreendimentos, que totalizavam 29.599 MW. Com a evolução no mês seguinte, o Estado abriu uma enorme diferença do Rio de Janeiro, o segundo do ranking, com 27.498 MW de potência instalada. O total de projetos offshore no Brasil, com procedimentos transitando no Ibama, alcançam atualmente uma capacidade instalada de 133.333 mil MW.
O coordenador do Grupo Temático de Energia e Telecomunicações da Fiergs, Edilson Deitos, destaca que é muito positiva essa procura por oportunidades na costa gaúcha. Além disso, ele ressalta que o Rio Grande do Sul possui outro diferencial que é o potencial eólico em suas lagoas, como a dos Patos, Mangueira e Mirim, que representam custos menores de implantação e manutenção de estruturas do que em mar aberto.
“O Rio Grande do Sul foi o primeiro a ter aerogeradores no Brasil (operando em parques eólicos de maior porte, neste caso o de Osório) e pode voltar agora a liderar a concorrência da geração eólica offshore”, frisa o empresário. Deitos acredita que, apesar de haver vários projetos sendo apresentados no momento, haverá uma acomodação do mercado com o passar do tempo. Um obstáculo que ainda precisará ser superado, reforça o integrante da Fiergs, é a questão do licenciamento ambiental desses complexos. Ele alerta que, por se tratar de um tema novo, pode ocorrer alguma resistência na aprovação das ações, tanto nas lagoas como no mar.
Já o presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Guilherme Sari, lembra que alguns projetos hoje estão “sobrepostos”, ou seja, mais de uma companhia manifestou o interesse de implementar seu parque eólico offshore na mesma área. Ele comenta que, por enquanto, não há uma regra ou concepção estabelecida sobre se os primeiros projetos a ingressarem no Ibama serão os que terão direito a usufruir dos espaços desejados. “O que existe é um desenho no mapa do mar (apontando onde as empresas querem desenvolver seus parques) e não uma garantia de direito sobre a área (que pertence à União)”, enfatiza o dirigente.
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País precisa consolidar regras para o setor
Apesar do enorme potencial que apresenta, o Brasil ainda não modelou de forma madura as normas para o segmento eólico offshore. Conforme o presidente do Sindienergia-RS, Guilherme Sari, a definição do que fazer quanto à sobreposição é algo que precisa ser discutido e resolvido para o progresso da atividade no País.
“Todo mundo quer estudar (as oportunidades), mas ninguém ainda está aportando valores”, argumenta o dirigente. A estimativa hoje é que cada MW eólico offshore instalado signifique o desembolso de cerca de R$ 10 milhões. Sari, que foi aos Estados Unidos em uma missão técnica e comercial ao evento IPF Offshore Wind Conference, diz que no mercado norte-americano a visão é que o empreendedor tem que assumir os riscos. Contudo, no Brasil ele considera ser importante estabelecer previamente pontos como a questão da concessão e o ambiente em que será comercializada a energia offshore.
A diretora de Operações e Sustentabilidade do Sindienergia-RS, Daniela Cardeal, complementa que nos Estados Unidos está sendo criada toda uma cadeia associada ao offshore. “E não é só uma cadeia industrial, é de conhecimento também”, assinala a dirigente. Ela acrescenta que o governo norte-americano projetou metas para o setor e uma delas é chegar a uma potência de 30 mil MW eólicos offshore, até 2030, com a possibilidade de gerar aproximadamente 80 mil empregos.
No caso do Rio Grande do Sul e do Brasil, Daniela defende que é preciso estipular regras claras para atrair os empreendimentos em offshore. Particularmente quanto à situação do Estado, ela destaca que o porto de Rio Grande é uma vantagem competitiva para o desenvolvimento de complexos dessa natureza, já que facilitará a logística envolvida com a iniciativa. Ela cita ainda que, além do Sindienergia-RS, participam do evento IPF Offshore Wind Conference representantes dos estados da Bahia e Ceará, além do Ibama e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
“Todo mundo quer estudar (as oportunidades), mas ninguém ainda está aportando valores”, argumenta o dirigente. A estimativa hoje é que cada MW eólico offshore instalado signifique o desembolso de cerca de R$ 10 milhões. Sari, que foi aos Estados Unidos em uma missão técnica e comercial ao evento IPF Offshore Wind Conference, diz que no mercado norte-americano a visão é que o empreendedor tem que assumir os riscos. Contudo, no Brasil ele considera ser importante estabelecer previamente pontos como a questão da concessão e o ambiente em que será comercializada a energia offshore.
A diretora de Operações e Sustentabilidade do Sindienergia-RS, Daniela Cardeal, complementa que nos Estados Unidos está sendo criada toda uma cadeia associada ao offshore. “E não é só uma cadeia industrial, é de conhecimento também”, assinala a dirigente. Ela acrescenta que o governo norte-americano projetou metas para o setor e uma delas é chegar a uma potência de 30 mil MW eólicos offshore, até 2030, com a possibilidade de gerar aproximadamente 80 mil empregos.
No caso do Rio Grande do Sul e do Brasil, Daniela defende que é preciso estipular regras claras para atrair os empreendimentos em offshore. Particularmente quanto à situação do Estado, ela destaca que o porto de Rio Grande é uma vantagem competitiva para o desenvolvimento de complexos dessa natureza, já que facilitará a logística envolvida com a iniciativa. Ela cita ainda que, além do Sindienergia-RS, participam do evento IPF Offshore Wind Conference representantes dos estados da Bahia e Ceará, além do Ibama e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).