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Economia

- Publicada em 20 de Dezembro de 2021 às 17:20

Planta de biometano em Triunfo absorverá R$ 150 milhões em investimentos

Contrato de fornecimento entre Sulgás e SebigasCótica foi firmado ontem

Contrato de fornecimento entre Sulgás e SebigasCótica foi firmado ontem


FELIPE DALLA VALLE/DIVULGAÇÃO/JC
Jefferson Klein
Viabilizada através de um acordo de fornecimento para a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), a unidade de biometano (biogás purificado) que será implementada pela SebigasCótica em Triunfo receberá um investimento de R$ 150 milhões. O contrato de suprimento do biocombustível, o primeiro firmado pela distribuidora, foi assinado entre as empresas nesta segunda-feira (20), em cerimônia realizada no Palácio Piratini.
Viabilizada através de um acordo de fornecimento para a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), a unidade de biometano (biogás purificado) que será implementada pela SebigasCótica em Triunfo receberá um investimento de R$ 150 milhões. O contrato de suprimento do biocombustível, o primeiro firmado pela distribuidora, foi assinado entre as empresas nesta segunda-feira (20), em cerimônia realizada no Palácio Piratini.
O volume inicial para os cinco primeiros anos do contrato prevê a entrega de 15 mil metros cúbicos ao dia de biometano, a contar de 2024. A capacidade poderá ser ampliada para 30 mil metros cúbicos diários a partir do sexto ano, conforme previsão contratual. O acordo terá vigência de dez anos a partir do início do fornecimento e os valores envolvidos na aquisição do biocombustível não foram revelados pelas partes. Além do aporte na planta pela SebigasCótica, outros R$ 9 milhões serão desembolsados pela Sulgás para a construção de um gasoduto de cerca de 7,5 quilômetros para ligar a unidade até a rede da concessionária.
O diretor-executivo da SebigasCótica, Maurício Silveira Cótica, adianta que a ideia é começar as obras do complexo de biometano assim que for obtido o licenciamento ambiental do empreendimento, o que está previsto para 2023. O empresário detalha que a planta em Triunfo utilizará como insumo resíduos fundamentalmente agroindustriais, como restos de processamento de frigoríficos, lodos de estação de tratamento e materiais orgânicos. “Qualquer atividade que processe matéria orgânica, nós virtualmente temos capacidade de tratar”, comenta Cótica.
O recolhimento desse conteúdo será feito no raio de aproximadamente 100 quilômetros da planta de biometano. O executivo revela ainda que há a possiblidade de expandir a capacidade da unidade para atender a outros consumidores ou até mesmo futuros contratos da própria Sulgás. O biometano será injetado na rede canalizada da distribuidora, se misturando ao gás natural, e será destinado para o consumo, inicialmente, dos clientes da companhia no Polo Petroquímico de Triunfo. O produto pode ser aproveitado para os mesmos usos que o seu similar fóssil, o gás natural, e quando for lançado no mercado gaúcho será chamado de GNVerde, marca registrada pela concessionária para o biocombustível.
O presidente da Sulgás, Carlos Camargo de Colón, destaca o apelo ambiental do empreendimento, que oferece uma energia renovável, substituindo combustível fóssil e dando encaminhamento adequando a resíduos da cadeia agrosilvopastoril. O dirigente recorda também que o Rio Grande do Sul enfrenta uma limitação de oferta de gás natural, que chega ao Estado pelo gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), com uma capacidade de até 2,8 milhões de metros cúbicos ao dia.
“Esse aqui (o biometano) é um produto 100% feito no Rio Grande do Sul e ter um combustível local é muito positivo”, enfatiza o presidente da Sulgás. Ele reforça que existe um enorme potencial de produção desse biocombustível no Estado. O dirigente admite que o volume de 15 mil metros cúbicos de biometano por dia contratado agora (que seria suficiente para atender ao consumo médio de gás natural veicular de cinco postos de combustíveis) ainda é pouco perto da demanda usual da Sulgás (cerca de 1,5 milhão de metros cúbicos diários de gás natural), mas “é um primeiro passo na direção certa”.
Colón destaca que a Compass, a vencedora do leilão de privatização da Sulgás realizado em outubro, está ciente do acordo quanto ao biometano. O presidente da distribuidora acrescenta que a empresa privada deverá assumir a gestão da concessionária gaúcha em janeiro. Durante a assinatura do acordo com a SebigasCótica, o governador Eduardo Leite afirmou que a iniciativa, assim como é uma oportunidade do ponto de vista sustentável, tem benefícios econômicos. “Resolvendo passivos ambientais, é viável expandir a possibilidade de atividade rural, na medida em damos outro fim aos resíduos”, concluiu.
Perfil da SebigasCótica:
A SebigasCótica desenvolve negócios e projetos em biogás, sendo o resultado da joint venture entre a italiana Sebigas e a gaúcha Cótica, e traz a experiência de mais de 80 unidades realizadas nesse setor. A empresa atua de ponta a ponta, desenvolvendo tecnologias e processos próprios, implementando e operando plantas de biogás.
A SebigasCótica tem no portfólio a realização da maior planta de biodigestão das Américas, desenvolvida para a Raízen no estado de São Paulo, um projeto pioneiro no País e que utiliza tecnologia proprietária da empresa para a biodigestão de vinhaça, subproduto da produção do etanol e açúcar. Também atuante em outros países da América Latina, a companhia está concluindo a instalação de uma planta em Buenos Aires, na Argentina.
Mercado em potencial:
De acordo com estudos da Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), o Brasil apresenta potencial de produção de 120 milhões de metros cúbicos ao dia de biogás. Esse volume poderia suprir 40% da demanda por energia elétrica e 70% do consumo de diesel do País.
Em relação à realidade gaúcha, conforme o Atlas das Biomassas, levantamento encomendado pela Sulgás à Universidade do Vale do Taquari (Univates) e concluído em 2016, o Rio Grande do Sul tem capacidade de produzir 2,7 milhões de metros cúbicos ao dia de biogás, 1,5 milhão metros cúbicos ao dia de biometano e gerar 2,4 GW de energia elétrica a partir de biomassa agrosilvopastoril.
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