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Economia

- Publicada em 08 de Novembro de 2021 às 18:35

Com foco na hidrovia da Lagoa Mirim, comitiva uruguaia cumpre agenda em Rio Grande nesta quarta

Previsão é de que leilão para construção da obra de dragagem ocorra no segundo semestre de 2022

Previsão é de que leilão para construção da obra de dragagem ocorra no segundo semestre de 2022


OT/DIVULGAÇÃO/JC
Fernanda Crancio
Uma comitiva liderada pelo vice-ministro de Transportes e Obras Públicas do Uruguai, Juan Jose Olaizola, e pelo presidente da Administração Nacional de Portos, Juan Curbelo, visita nesta quarta-feira (10) o Porto de Rio Grande, com o intuito de verificar a estrutura portuária e as medidas necessárias para deslanchar o projeto voltado à implantação da hidrovia da Lagoa Mirim, que liga o Estado ao norte do país vizinho. Em fase avançada de articulação, a iniciativa foi incluída pelo governo federal brasileito, em setembro, no Plano Nacional de Desestatização do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), e a previsão é de que possa ter leilão viabilizado a partir do segundo semestre de 2022.
Uma comitiva liderada pelo vice-ministro de Transportes e Obras Públicas do Uruguai, Juan Jose Olaizola, e pelo presidente da Administração Nacional de Portos, Juan Curbelo, visita nesta quarta-feira (10) o Porto de Rio Grande, com o intuito de verificar a estrutura portuária e as medidas necessárias para deslanchar o projeto voltado à implantação da hidrovia da Lagoa Mirim, que liga o Estado ao norte do país vizinho. Em fase avançada de articulação, a iniciativa foi incluída pelo governo federal brasileito, em setembro, no Plano Nacional de Desestatização do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), e a previsão é de que possa ter leilão viabilizado a partir do segundo semestre de 2022.
Considerado fundamental para impulsionar o desenvolvimento comercial entre Brasil e Uruguai, o projeto parte da obra de dragagem e sinalização do canal São Gonçalo e da Lagoa Mirim, objeto do leilão previsto para o ano que vem, voltado à concessão e manutenção da hidrovia, que permitirá ampliar a exportação fluvial de cargas via rio Jaguarão, Lagoa Mirim, canal São Gonçalo, Lagoa dos Patos e canal Miguel da Cunha- considerado passo fundamental para o desenvolvimento hidroviários entre Brasil e Uruguai.
A resolução que recomenda o projeto da hidrovia, primeiro do modal qualificado no PPI, foi publicada em 10 de setembro, e inclui a drenagem do Canal de São Gonçalo e da Hidrovia da Lagoa Mirim, no trecho entre o Canal do Sangradouro (Extremo Norte) até o Canal de Acesso ao Porto de Santa Vitória do Palmar (Extremo Sul). Segundo o governo federal, "o empreendimento compõe a hidrovia Brasil-Uruguai, que se apresenta como um projeto estruturador de integração logística para a região sul do continente sul-americano e sua vocação é predominantemente voltada para os fluxos internos entre os países que compõem o corredor hidroviário".
De acordo com a cônsul- geral do Uruguai em Porto Alegre, Liliana Buonomo, a navegação da Lagoa Mirim vem sendo tratada com atenção especial entre os dois países e foi alvo de reuniões do embaixador uruguaio no Brasil, Guillermo Valles, com autoridades gaúchas e também de encontro entre o presidente uruguaio, Luis Alberto Lacalle Pou, e Jair Bolsonaro.
De baixo custo, a exploração da hidrovia fluvial é uma opção para aumentar a competitividade dos produtos negociados entre os dois países. Além disso, o projeto pode viabilizar o plantio de novas culturas pelo norte uruguaio, que passará a receber insumos e escoar mercadorias pelo Porto de Rio Grande, mais próximo do que o de Montevidéu.
"Acreditamos que a partir da possibilidade de navegação da Lagoa Mirim conseguiremos avançar muito no desenvolvimento socioeconômico, comercial e turístico. Esse modal hidroviário tem baixo custo e poderá ajudar a aumentar nossas exportações do agronegócio, de fertilizantes e de madeira. Além disso, a saída de produtos do Porto de Rio Grande terá custo menor do que do Porto de Montevidéu", avalia ela.
A ida da comitiva a Rio Grande também demonstra a importância com que o governo uruguaio tem tratado do assunto e reforça o interesse em concretizar da melhor maneira a parceria entre os países. "É uma agenda muito importante para nós, as autoridades irão conhecer de perto o funcionamento do superporto de Rio Grande, verão os terminais funcionando, farão uma navegação e poderão conferir sua organização e excelência", destaca Liliana.
Há cerca de um ano, quando o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, esteve em Rio Grande para homologar o novo calado do Porto, um provável anúncio da obra de dragagem da Lagoa Mirim chegou a ser aguardado, mas não se concretizou na época. Estima-se que o custo da obra esteja avaliado em torno de R$ 25 milhões.
A Bacia Hidrográfica Lagoa Mirim é compartilhada entre o Brasil e o Uruguai, forma o segundo maior lago da América do Sul (3.750 quilômetros quadrados) e é propícia ao desenvolvimento de atividades agrícolas, florestais, pecuárias, pesqueiras e turísticas entre os países. Apesar de não ter saída direta para o mar, seu acesso pode ser feito através do Canal do São Gonçalo, atingindo a Lagoa dos Patos e o Porto de Rio Grande e criando, assim, uma nova rota de exportação para a produção do norte do Uruguai, que fica mais distante do porto de Montevidéu.
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