Em uma reunião realizada nesta quinta-feira na Câmara dos Deputados e por videoconferência, representantes de caminhoneiros reiteraram aos parlamentares que a greve marcada para a próxima segunda-feira, 1º de novembro, está mantida. "Apresentamos a agenda, questionamos a política de preços dos combustíveis da Petrobras, pedimos apoio aos deputados nas pautas e reforçamos a greve para o dia 1º. O recado foi dado", relatou o presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Dias.
A greve, em protesto aos constantes reajustes de preços da Petrobras, tentou ser desmobilizada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, com a promessa de beneficiar pelo menos 750 mil caminhoneiros com o auxílio diesel no valor de R$ 400, anunciado na quinta-feira. O compromisso assumido pelo presidente, contudo, não agradou à categoria.
No encontro, caminhoneiros apresentaram suas demandas principalmente de cumprimento do piso mínimo do frete rodoviário, aposentadoria especial a partir de 25 anos e fim da política de preço da paridade de importação da Petrobras para combustíveis. A reunião foi organizada pela Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas. Segundo o presidente da frente, deputado federal Nereu Crispim(PSL-RS), mais de 80 lideranças de caminhoneiros de vários Estados do País e quatro deputados participaram da reunião.
Integrantes do Executivo foram convidados mas não estiveram presentes, conforme o deputado. "A manifestação da maioria foi de que ainda dá tempo do governo tentar estabelecer uma conversa, mas sem discursos que afrontem à categoria", disse Crispim. Na reunião, o deputado pediu mais diálogo e entendimento do governo em relação às demandas da categoria.
Nesta quinta-feira, centrais sindicais lançaram nota de apoio à greve marcada por caminhoneiros para o dia 1.º de novembro. "Os caminhoneiros, através das suas organizações, têm atuado para viabilizar as demandas e propostas há muito apresentadas e que não têm obtido retorno por parte do governo federal", afirma a nota. As centrais afirmam que a inflação "se expressa na alta dos preços da energia elétrica e dos combustíveis", ressaltando que esses são de responsabilidade do Executivo, "que, mais uma vez, nada faz"."Neste ano a gasolina já acumula um aumento de 74% e o diesel 65%. O impacto sobre os preços promove a carestia, como no caso do botijão de gás que custa em torno de R$ 100,00", aponta o texto.