O mix do Pontal Shopping, apresentado ao mercado nesta quinta-feira (1), tem pretensão de ser o mais diferente dos empreendimentos no estilo de Porto Alegre. Foram 14 anos de espera para ver o projeto sair do papel, ou da cabeça dos empreendedores da SVB PAR. As
obras, que começaram em 2018, estão em ritmo acelerado na borda do Lago Guaíba, rumo à Zona Sul da Capital, e já mudaram a paisagem.
O shopping e o parque público, que consumirá R$ 30 milhões do aporte de R$ 300 milhões previsto no projeto completo,
estreia em setembro do mesmo ano, quando será a largada do conjunto de centro comercial, serviços e uma aposta forte em atrações de gastronomia aliadas a lazer. A pandemia acabou postergando a conclusão que era prevista para o começo de 2022. Serão 160 operações em área de quase 30 mil metros quadrados.
A crise sanitária afetou a indústria da construção civil de duas maneiras: pela restrição no número de trabalhadores nas obras e pela falta de insumos, de aço a outros materiais.
"Será um life center", definiu Ricardo Jornada, diretor corporativo da SVB PAR, sobre o conceito do que já emerge na orla. Sobre a concorrência e até divisão de mercado de frequentadores com outros empreendimentos, como o BarraShoppingSul, que fica ao lado, o presidente da SVB PAR, Saul Veras Boff, refuta:
"Não tem competição. Os dois shopping centers vão se complementar e a região vai virar um polo. Como é um destino para o Pontal, será um destino para o colega do lado", aposta Boff. "O sol nasceu para todos e a sombra para quem merece."
Ao apresentar o complexo, o presidente da SVB PAR definiu o Pontal como um espaço sideral, “pela energia que tem aqui”. Boff disse ainda que foi a resiliência que possibilitou colocar o projeto em andamento, ao lembrar da trajetória do projeto para a área do antigo Estaleiro Só, que originalmente teria unidades residenciais, mas após consulta pública, o tipo de exploração foi rejeitado.
Saul Boff definiu o Pontal como um espaço sideral 'pela energia que tem aqui'. Fotos: Luiza Prado/JC
Boff diz que chegou há mais de 50 anos na Capital e que “levou muitos tombos” e que o Pontal é “um presente para Porto Alegre”.
No life center do Pontal, já estão confirmadas na operação uma megaloja, com 10 mil metros quadrados, da Leroy Merlin, que vai ocupar um andar inteiro de um bloco ao lado da parte principal do shopping, onde também tem um andar de estacionamento com 300 vagas.
Outras 1,2 mil estão em dois níveis subterrâneos, que precisaram de escavações de até oito metros e são estruturados por "cortinas de concreto impermeável", segundo engenheiros. O sistema tem ainda 38 bombas para retirar água, caso seja necessário.
Complexo multiuso é a marca do Pontal
Mais que um centro de comércio, o Pontal Shopping quer ser um ambiente que terá como forte a experiência, eventos e lazer. A franquia norte-americana do
Hard Rock Café vai abrir em área de mil metros quadrados no segundo nível, na ala norte. Será a
segunda unidade gaúcha. A outra e primeira no Estado já opera em Gramado.
O Pontal deve atrair 1 milhão de pessoas ao mês. A maior movimentação é atribuída às operações de consultórios, que geram um fluxo de pessoas oito vezes maior do que a de um escritório convencional, segundo os empreendedores.
Entre os atrativos estão a rua da contemplação, de frente para o parque, com restaurantes externos para as pessoas poderem ficar ao ar livre. O centro de eventos será aberto.
O projeto foi apresentado pelos empreendedores na manhã desta quinta-feira. Foto: Patrícia Comunello/Especial/JC
Também haverá ligação da avenida Padre Cacique com o lago, com uma espécie de corredor. Internamente haverá muito paisagismo, com a ideia que as pessoas possam interagir com o lado externo. “A ideia é criar atmosfera de interação com o lado de fora”, dizem os empreendedores.
"Tudo foi exaustivamente examinado para não gerar frustração. A palavra aqui no Pontal é convergência", resume Eduardo Oltramari, diretor da Pro-Overseas, especializada em estudos de formato e mercado de shopping center. Oltramari destaca a acessibilidade aos espaços internos e externo e avisa que muitas soluções podem ainda surgir.
Outro atrativo será o rooftop que, segundo o grupo, foi inspirado em projetos de Nova Iorque, Barcelona e Dubai.
Jornada cita que uma parceria dois grupos gastronômicos, o Mesa e o 20Barra9, que também está no Cais Embarcadero, no Cais Mauá, resultarão no Mesa9. O diretor corporativo da SVB PAR adianta que há negociação com duas operações internacionais para gastronomia e diversão, mas alega que não pode ainda revelar quais são devido à cláusula de sigilo.
“Vamos entrar na rota turística nacional com este empreendimento”, avisa Angelo Boff, diretor corporativo da SVB PAR.
Também já estão confirmados o cinema Cinépolis VIP, Market Hall, McDonalds, Johnny Rockets, Cia do Sono, Livraria Santos, MaxVision e Panvel.