Nesta terça-feira (11), o setor de eventos gaúcho entrega ao Executivo suas sugestões de ajustes ao
novo modelo de enfrentamento à pandemia, que será oficialmente apresentado à sociedade no final da semana. Após uma série de reuniões internas, com governo e parlamentares no final de semana e nesta segunda-feira (10), representantes do segmento renovaram a esperança de uma iminente retomada, após 14 meses de espera. Entre as demandas do grupo estão a equiparação das atividades aos protocolos de funcionamento de restaurantes e abertura imediata de todas as modalidades de eventos, mediante limitação de público e respeito aos protocolos e regras de distanciamento.
Entre sábado (8) e domingo (9), o
governo debateu o novo sistema em elaboração com especialistas em saúde e líderes de segmentos e entidades empresariais. O modelo, que deve entrar em vigor no dia 15, substituirá a classificação semanal de bandeiras por um sistema de alertas, a partir da análise diária de indicadores. O processo estará baseado em "três As"- aviso, alerta e ação.
Entre as propostas do governo para a área de cultura, lazer e eventos sociais e corporativos estão a liberação de feiras, exposições, seminários e congressos, mediante autorização dos municípios para público superior a 300 pessoas (trabalhadores e público); autorização de dois terços dos municípios da região ou do gabinete de crise da região para público entre 600 e 1,2 mil pessoas e, ainda, necessidade das autorizações anteriores, do gabinete de crise do RS e encaminhamento da prefeitura para eventos acima de 1,2 mil pessoas. Os mesmos critérios valeriam para teatros, auditórios, casas de espetáculos, casas de show, circos e similares.
Já eventos sociais e infantis em bufês e casas de festa, casas de shows e pubs seguem em avaliação. Se forem liberados, será sem possibilidade de pista de dança ou permanência de clientes em pé, além de limitação de metragem de pessoas por área útil de circulação. Também só deverão ter duração máxima de 4 horas, sem consumo de alimentos e de bebidas em pé ou exposição em bufês, além de outras medidas voltadas a rígidos controles de acesso conforme lotação presencial máxima estabelecida, respeito ao fluxo de entrada e saída, para evitar aglomeração, etc. Demais tipos de eventos, em ambiente fechado ou aberto não especificados, seguiriam fechados.
Apesar de descordarem da limitação a alguns tipos de eventos, representantes do setor acreditam que há possibilidade de negociação com o governo para que algumas atividades sejam liberadas ou tenham protocolos modificados, de acordo com as necessidades e realidade do segmento e dos municípios sedes. "Estamos com muita esperança, trabalhamos todo o final de semana, fizemos reunião com as entidades do setor e, pela primeira vez, estamos vendo uma luz no fim do túnel e a possibilidade de voltarmos a trabalhar logo", destaca Eliana Azevedo, uma das coordenadoras do Grupo Live Marketing RS, que reúne mais de 340 empresas do segmento de eventos.
Segundo ela, o setor articula algumas poucas alterações pontuais à proposta governamental e pede retomada imediata de atividades, abertura de todo o setor e garantia de que não haverá fechamento se necessário, mas sim redução de público e readequações de protocolos.
"Precisamos voltar imediatamente, e o decreto deixa alguns setores fechados como casa de festas, eventos infantis. Queremos abrir no mesmo esquema de funcionamento dos restaurantes, seguindo protocolos, distanciamento, etc. Além disso, precisamos terminar com travas de público e ressaltar que não podemos correr o risco de fechar, pois nossos clientes e setores comerciais não aguentarão um abre e fecha", desabafa a empresária, proprietária da Capacitá Eventos.
Um dos sócios da Opinião Produtora e também liderança do Live Marketing RS, Rodrigo Machado é taxativo: "Nosso pleito é para que nenhum setor da economia fique fechado, e que, se for necessário regredir nas medidas, que reduza público, mas não feche mais o setor. Há um ano tentamos mostrar que não há diferença de funcionamento do nosso segmento com o de restaurantes", enfatiza.
Nesta segunda à tarde, o grupo esteve em audiência com o secretário estadual de Turismo, Ronaldo Santini, de quem ouviu a intenção do Executivo de construir uma solução coletiva para a busca de uma "retomada gradual, responsável, segura e permanente". À noite, os representantes do setor reúnem parlamentares, entidades nativistas, profissionais de eventos e de casas de festas, setor de propaganda, associação de DJs e de músicos, Conventions Bureaus, união das bandas de bailes, entre outros, para finalizar a contraproposta que será encaminhada ao Palácio Piratini. "Estamos bastante engajados e prestes a avançar para a retomada", completa Machado.
Veja as sugestões que serão encaminhadas ao governo do RS pelo setor de eventos:
- retirada da trava de limitação de público e necessidade de aprovação da região para eventos entre 600 e 1,2 mil pessoas;
- liberação de até 600 pessoas em eventos sem autorização do município sede;
- retirada de trava de lotação, considerando mesmo padrão de funcionamento de escolas;
- derrubada da necessidade de distanciamento de 3m entre módulos para eventos, podendo utilizar "ilhas parede com parede", assim como as lojas de shoppings;
- contemplar lives e gravações em estúdio no modelo, com limite de 50 pessoas e distanciamento por metro quadrado;
- eventos que não foram contemplados no projeto sigam regras gerais e obrigatórias de acordo com capacidade de cada ambiente;
- solicitar lista de presença com dados pessoais nesses eventos;
- eventos infantis em buffets e casas de festas tenham liberação presencial de 40% da capacidade (moldes dos restaurantes) e possam ocorrer por até 6 horas.
- para eventos sociais em casas de festas, casas noturnas, bares, pubs, casas de shows considerar 40% da capacidade, com cinco clientes por mesa e duração entre 6 horas e 8 horas.
- considerar para o setor de eventos as mesmas referências e protocolos válidos para restaurantes