O Rio Grande do Sul seguirá em sistema de bandeira preta do modelo de Distanciamento Controlado até o próximo dia 21 de março. Já a cogestão, que dá poder de gerenciar a crise a regiões e municípios, fica suspensa até 22.
O anúncio foi feito pelo governador Eduardo Leite, em reunião com os representantes da Federação das Associações de Municípios (Famurs) e de associações regionais de prefeitos, na sexta-feira.
A manutenção é justificada pela piora em todos os indicadores monitorados pelo modelo, principalmente demanda para leitos de UTI, com mais de 100% de ocupação, segundo o painel da Secretaria Estadual da Saúde (SES). As mortes também cresceram, com recordes de notificações esta semana.
O Estado vive o pior da pandemia de coronavírus no Estado até agora. "Neste período, as regras atuais continuam valendo com pequenos ajustes de protocolos", observou o presidente da Famurs, Maneco Hassen.
O representante dos prefeitos reforça que fica permitida apenas a venda apenas de produtos essenciais no comércio, já que o decreto proibiu a venda de eletroeletrônicos e móveis nos supermercados.
A maioria das associações regionais presentes na reunião concordou com as medidas anunciadas pelo governo do Estado e algumas inclusive pediram medidas ainda mais restritivas. A bandeira preta dá alerta máximo para a necessidade de cumprimento dos protocolos e das regras sanitárias.
Também há restrição para operações como tele-entrega das 22h às 5h. A primeira vez que todo o Rio Grande do Sul foi classificado em bandeira preta ocorreu no dia 26 de fevereiro.
Desde 27 do mês passado, todas as 21 regiões Covid devem obedecer aos protocolos determinados pelo governo, que na ocasião suspendeu a cogestão regional, medida que vigora até o dia 22 deste mês, quando haverá nova avaliação.
A ocupação de leitos intensivos em todo o Estado chegou a 103% na tarde de ontem, indicando colapso do sistema de saúde. Até agora, o Rio Grande do Sul registra 38.980 casos ativos de coronavírus, dos quais 19,8% estão hospitalizados. A crise se agravou no fim de semana, com falta de respiradores e UTIs lotadas.
Em Porto Alegre, a prefeitura anunciou a abertura de 100 leitos clínicos. O maior gargalo segue sendo as UTIs. Ontem, o número de pessoas em UTIs por causa da Covid-19 na Capital chegava a 721 pacientes.