O governo do Estado decidiu postergar o certame de venda da CEEE-D (braço de distribuição da estatal gaúcha) que
estava marcado para o dia 3 de fevereiro. Agora, a abertura das propostas econômicas dos interessados será feita no dia 31 de março, às 8h, na B3, em São Paulo.
O secretário estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos Júnior, explica que a intenção é maximizar o interesse do mercado pela companhia. Então, uma preocupação era distanciar um pouco mais o leilão da CEEE-D de outros eventos que poderiam dividir as atenções das empresas do setor elétrico, como a privatização da Companhia Energética de Brasília (CEB Distribuição) e uma enorme licitação de linhas e subestações de transmissão realizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ambos ocorridos em dezembro.
“Definimos que seria salutar para o processo competitivo ampliar o prazo para que (os interessados) façam a avaliação dos documentos (relativos à privatização da CEEE-D)”, enfatiza Lemos. No caso da disputa pela CEB Distribuição, vencida pela Bahia Geração de Energia, do grupo Neoenergia, com uma oferta R$ 2,515 bilhões (ágio de 76,63%), o secretário comenta que o resultado demonstrou que o mercado tem interesse por ativos de distribuição de energia.
Lemos afirma que o adiamento do leilão da CEEE-D não está relacionado a questionamentos na justiça que foram feitos quanto à privatização da estatal gaúcha. Ele destaca que, até o presente momento, não há nenhuma liminar que impeça a venda. Entre as contestações que são feitas quanto à legalidade da alienação estão a não realização de um plebiscito para decidir sobre o tema e quanto a garantias dadas pela União por financiamento contraído pela CEEE-D e concedido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).
De acordo com o secretário, o governo do Estado está vigilante quanto a essas medidas. O dirigente acrescenta ainda que a postergação do certame envolvendo a CEEE-D não significa necessariamente que serão deslocados para mais adiante os leilões de outras duas estatais previstos para ocorrerem ainda neste ano, o da CEEE-GT (braço de geração e transmissão de energia do grupo) e da distribuidora de gás natural Sulgás.
O secretário informa que a primeira empresa deve ter sua venda realizada no próximo trimestre e a outra no começo do segundo semestre. No entanto, o dirigente faz a ressalva que a Gaspetro (que detém 49% de participação da Sulgás) também se encontra em meio a um processo de alienação, o que influi na formatação da privatização da estatal gaúcha. “A gente depende de quais movimentos nosso acionista minoritário irá fazer”, ressalta Lemos.