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Empreendedores do Cais Embarcadero assinam contrato com governo Leite
Complexo de lazer e gastronomia deverá ser aberto ao público em março
LUIZA PRADO/JC
Fernanda Crancio
Previsto para começar a operar em março, o Cais Embarcadero, empreendimento que reunirá restaurantes, bares e espaço de lazer e entretenimento na área do Cais Mauá, na Orla do Guaíba, e marca a tão esperada revitalização da área do Cais do Porto de Porto Alegre, teve seu contrato assinado nesta terça-feira (5).
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Previsto para começar a operar em março, o Cais Embarcadero, empreendimento que reunirá restaurantes, bares e espaço de lazer e entretenimento na área do Cais Mauá, na Orla do Guaíba, e marca a tão esperada revitalização da área do Cais do Porto de Porto Alegre, teve seu contrato assinado nesta terça-feira (5).
No ato, realizado no Palácio Piratini, com transmissão on-line, foi formalizada a concessão do uso da fração do cais, próxima à Usina do Gasômetro, e a liberação de crédito de R$ 4 milhões do Badesul aos empresários que tocam o projeto. Os empreendedores projetam geração de 300 empregos diretos e 200 indiretos, segundo nota do governo estadual.
A assinatura envolveu o governo do Estado, a Superintendência do Porto de Rio Grande e a Embarcadero Empreendimentos. Pelo acerto, a empresa recebeu autorização para uso oneroso do imóvel por 5,5 anos (66 meses) ou até a conclusão de todo o projeto que envolve a área portuária da cidade.
VÍDEO: Veja como estão as obras no Cais Embarcadero e as áreas de lazer e gastronomia
O termo de concessão de uso oneroso prevê pagamento ao Estado de, no mínimo, R$ 400 mil por ano e repasse de 40% da receita das locações de espaços para shows e eventos. As melhorias na infraestrutura (redes elétrica, de água e esgoto, gás, segurança e iluminação), que custaram R$ 3,2 milhões, serão incorporadas ao patrimônio.
A negociação ganhou força em 2019 e entrou em 2020 após a rescisão pelo governo da concessão que o consórcio Cais Mauá do Brasil tinha para revitalizar toda a área do cais. Após quase 10 anos - que se completaria em dezembro passado, o consórcio não executou nada dos planos para a área, como shopping center, torres e áreas de lazer, além de restaurar os armazéns tombados pelo patrimônio histórico.
O Embarcadero terá ainda espaço kids, beach club e pier, com acessos montados dentro e no entorno do Armazém A7 do Cais. Já estão previstas operações de mais de 13 estabelecimentos gastronômicos, que serão distribuídos entre a esplanada onde ficará a área de alimentação e as pistas de caminhada, com área de 19 mil metros quadrados.
Haverá também espaço para a prática de beach tennis, esportes náuticos, pier para o catamarã e lanchas, espaço tecnológico que mesclará galeria de arte e cinema 360º, palco para shows, espaço multiuso e estacionamento para mais de 400 vagas.
Uma das grandes atrações do espaço será a Travessa Pôr-do-Sol, uma grande plataforma que se eleva acima do antigo cais. O empreendimento, que ainda conta com a participação da Tornak Holding, já soma R$ 7,5 milhões em aporte.
O Cais Embarcadero estava previsto para estrear este mês, mas o prazo foi adiado devido a problemas de abastecimento de materiais, agravado em função da pandemia, e deverá ser entregue em março, marcando as grades comemorações do aniversário de Porto Alegre, no dia 26.
Segundo os sócios do empreendimento, os primeiros ocupantes da área já poderão começar a montagem das estruturas em 11 de janeiro, tendo cerca de 60 dias para se instalarem.
No evento desta tarde, os participantes resgataram as dificuldades que envolveram todo o processo, até a remodelagem do projeto, que permitiu sua consolidação e a aproximação da população do Lago Guaíba e do Cais, após mais de 40 anos.
Um dos sócios do Embarcadero, Eugênio Corrêa agradeceu ao governo do Estado por propiciar o destravamento do projeto e comemorou a possibilidade de entregá-lo à cidade. "Agradecemos por fazer parte dessa história como empreendedores. Estamos participando da história do desenvolvimento do Cais", destacou.
Já o prefeito da Capital, Sebastião Melo, reforçou a parceria que estabelece junto ao governo do Estado e disse que a administração municipal fará sua parte, colaborando para agilizar a vida dos empreendedores, principalmente na concessão de licenças ambientais para a revitalização do restante da área do Cais. Sobre o projeto do Embarcadero, comemorou sua consolidação após tantos anos de tratativas e brincou:
"Parece que tinha um sapo enterrado ali", disse Melo, citando também como primordiais os debates sobre o muro da avenida Mauá- que cobre o acesso da população ao Cais, mas é uma estrutura para evitar enchentes no Centro-, que, segundo ele, poderia ser cortado "pela metade". Também criticou a estação do Trensurb, que liga a área à Região Metropolitana, destacando que gostaria de "enterrá-la "para permitir acesso da população ao Guaíba.
Assinatura do contrato foi realizada no Palácio Piratini. Crédito: Gustavo Mansur/Divulgação/JC
As duas questões também foram citadas pelo governador Eduardo Leite como abordagens necessárias daqui para a frente e fundamentais para a continuidade dos projeto de revitalização da área. Leite enfatizou ainda a ousadia dos empreendedores, que seguiram com o projeto, apesar das dificuldades e da pandemia.
"Empreendedores também vivem do desconforto e da ousadia e, assim, colaboram com mais qualidade de vida da população, com empregos, geração de renda e, nesse caso, melhorias urbanísticas para a cidade de Porto Alegre e o Rio Grande do Sul", elencou o governador.
Leite falou da demora em avançar em projetos na área, da relevância do Cais Mauá para a cidade e da importância de se investir e cuidar do espaço urbano, que representará a primeira aproximação da população com aquele espaço. "O cais de Porto Alegre é um dos pontos fortes da cidade e, uma vez revitalizado, vai gerar efeito cascata positivo. Temos um olhar de longo prazo e investimento robusto na área. Estamos seguros que vão conseguir entregar (empreendedores) no curto prazo o uso da área para a população e deixar encaminhada uma solução de logo prazo e de grande melhoria para a população de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul", completou.
O governador adiantou também que nos próximos dias deverá assinar contrato com o BNDES para formalizar novo modelo de negócios de longo prazo para toda a área do Cais, permitindo a alienação de trechos pela iniciativa privada
Melo, por sua vez, defendeu o uso de um "santo caseiro" para ao restante da área, permitindo uso do Estudo de Viabilidade Urbanística (EVA) já existente para remodelar cada galpão do Cais, que poderiam ser ocupados por empreendedores locais.