Para tentar emplacar seu
projeto de reforma tributária, o governo de Eduardo Leite fará alterações na proposta que será apresentada na Assembleia Legislativa. Entre as alterações, estão o recuo no aumento da alíquota do IPVA e a isenção do ICMS para empresas do Simples que faturem até R$ 360 mil por ano, originalmente esse patamar iria, em um segundo momento, baixar para R$ 180 mil.
Outra definição é que Leite pedirá que a Assembleia Legislativa mantenha a alíquota majorada de 30% de ICMS para energia, combustíveis e telecomunicações, as blue chips da arrecadação. No projeto inicial, a intenção era de voltar a 25%. As
mudanças já vinham sendo feitas nas últimas semanas para conseguir apoio no Legislativo.
Antunes argumenta que a ideia original do governo não foi compreendida e por isso foi rejeitada. O deputado considera as novas sugestões que serão apresentadas uma espécie de “ponte” para uma reforma mais ampla que possa acontecer futuramente. “Inclusive esperando a reforma federal”, comenta.
Provavelmente, o ponto mais polêmico que será debatido até a votação será a prorrogação até 2023 das alíquotas majoradas de ICMS, em 30%, para energia, gasolina e telecomunicações.
As alíquotas desses itens passaram de 25% para 30% em 2016 e depois foram renovadas pela Assembleia mais duas vezes.
“Tentamos fazer uma equalização (mexendo em outros tributos), substituindo essa alternativa, mas não foi aceita”, argumenta Antunes. O parlamentar reforça que o Estado não pode perder a capacidade de sustentar os serviços essenciais e por isso não é possível ter um orçamento deficitário como o Rio Grande do Sul convive há décadas. Outro ponto salientado pelo deputado é a necessidade de mitigar a crise fiscal.
Uma mudança em relação ao texto original será a extinção do Diferencial de Alíquotas (Difal), o chamado imposto de fronteira, já a partir de 2021, em vez de 2022.
Na área de automóveis, será mantida a alíquota de 3% do IPVA e a cobrança desse imposto incidirá para veículos até 30 anos (hoje é de 20 anos). A isenção dos produtos da cesta básica permanecerá. Já a alíquota de compras internas, entre empresas no Estado, cairá de 18% para 12%.
Quanto ao chamado imposto sobre herança, o Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação de Quaisquer Bens e Direitos (ITCD), a proposta é a criação de duas novas faixas de alíquotas (7% e 8%) a partir do próximo ano e a instituição de um programa de incentivo da regularização de inventários represados, através de parcelamento.
O que muda na proposta de reforma tributária de Eduardo Leite:
Alíquotas de ICMS:
- Prorrogação das alíquotas de 30% por três anos (2021-2023)
- Alíquota modal: 17,7% 2021, 17,4% 2022, 17% 2023 em diante
Pacote de medidas do SIMPLES implementado conjuntamente de uma só vez em 2021:
- Queda da alíquota de compras internas de 18% para 12% (vale para empresas inclusive do regime geral)
- Fim da Difal (“imposto de fronteira”)
Simples Gaúcho:
- Mantém isenção até R$ 360 mil de forma permanente, beneficiando 74% das empresas gaúchas, sendo retirado o incentivo das demais faixas, que seguiriam a tabela normal do Simples Nacional.
IPVA:
- Retirada da isenção para veículos elétricos (existente atualmente na lei)
- Manutenção das alíquotas em 3% para todos os veículos
- Ampliação da base de cobrança para veículos com até 30 anos
- Locadoras - Previsão expressa da obrigatoriedade de emplacamento no RS.