A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, deflagrou na manhã desta quinta-feira (10) a 74ª Fase da Operação Lava Jato que apura um esquema de prováveis fraudes em operações de câmbio comercial contratadas pela Petrobras com o Banco Paulista. Segundo a PF, entre 2011 e 2018, foram movimentados mais de R$ 7 bilhões em compra e venda de moeda estrangeira, além de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e associação ou organização criminosa. A estimativa de prejuízo para os cofres públicos pode chegar a mais de US$ 18 milhões.
As penas relativas aos crimes investigados podem chegar a soma total de 33 a 38 anos de reclusão. Apelidado de Sovrapprezzo (sobrepreço em italiano), a operação tem como objetivo comprovar a prática de lavagem de dinheiro, seja através de movimentação de valores no país e no exterior, mediante o uso de off shores, subfaturamento na aquisição de imóveis e negócios, interposição de pessoas em movimentações de capitais, utilização de contratos fictícios de prestação de serviços firmados entre o banco e empresas dos colaboradores envolvidos, assim como o grau do vínculo associativo mantido por todos.
Estão sendo cumpridos 25 mandados de buscas e apreensão, sendo 6 em na cidade de São Paulo, 3 em Teresopolis (RJ) e e 16 no Rio de Janeiro. Não há cumprimento de mandados de prisão. A Polícia Federal informa que a justiça determinou o bloqueio de ativos financeiros dos investigados em contas no Brasil e no exterior, até o limite de R$ 97 milhões e R$ 65 mil.
O esquema consistia em sobretaxar operações acima dos valores de mercado para inflar o spread (lucro) do banco, mediante possível pagamento de propina para operadores da Petrobras a ser dividida com empregados do Banco Paulista, paga em troca do direcionamento dos negócios cambiais para o referido banco.