As perdas acumuladas pelo comércio de bens e serviços, que levaram lojistas de todo o Rio Grande do Sul a fecharem as portas para cumprir decretos que buscam conter a pandemia do novo coronavírus, ganharam mais um agravante. A venda de itens não essenciais pelo setor supermercadista – bazar, têxtil, calçados, comida pronta, brinquedos, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e decoração, para citar alguns exemplos - tem preocupado empresários e entidades representativas. As estatísticas reforçam o temor do segmento.
Uma das mais recentes, a pesquisa “Projeção de Vendas” do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo), revela que as vendas do varejo ampliado sofreram uma redução de 18,47% em junho na comparação com o mesmo mês de 2019. Apenas os ramos de artigos farmacêuticos e hiper e supermercados registraram crescimento em junho, com 8,02% e 19,18%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado. O estudo aponta quedas nas vendas dos ramos de tecidos, vestuários e calçados (47,98 pontos percentuais - p.p.), outros artigos de uso pessoal e doméstico (34,59 p.p), equipamentos de escritório (29,47 p.p.), móveis e eletrodomésticos (25,66 p.p.).
Embora não seja possível saber o quanto das vendas do setor supermercadista se refere a itens fora do conceito de primeira necessidade – que são alimentos e produtos de higiene e limpeza -, o fato é que essas mercadorias estão disponíveis ao consumidor de forma presencial, o que não ocorre com o varejo localizado nas zonas de bandeiras vermelha e preta – consideradas de maior risco. A solução apontada por entidades representativas é comum: não se trata de impedir hiper e supermercados de vender, mas permitir o funcionamento geral, desde que cumpridos com rigor os protocolos de saúde.
A Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV) levou o pedido ao governador Eduardo Leite por meio do Comitê Estadual de crise do RS, do qual faz parte e que reúne também secretários de Estado, representantes de outras entidades empresariais e de trabalhadores. “Temos uma grande reclamação de lojistas: nas bandeiras vermelhas e pretas, somos impedidos de vender produtos que são livremente vendidos nos supermercados”, questionou ao governador o presidente da AGV, Sérgio Axelrud Galbinski.
O argumento utilizado pelo dirigente e apresentado no grupo é o de que não pode haver distinção entre empresas que vendem itens não essenciais e seguem os mesmos protocolos de higiene. “A AGV não concorda com esta diferenciação, pois não percebe evidências científicas que corroborem a decisão”, alega Galbinski, ao declarar que a entidade é a favor da liberdade de empreendimento, mas também da igualdade de oportunidades. “E não é isto que estamos vendo acontecer agora”, lamenta.
A AGV tem orientado os empresários a respeito das medidas necessárias para que os protocolos sanitários sejam adotados à risca e acredita que essa etapa já está contemplada. Agora, a entidade busca também a parceria dos consumidores. Para isso, lançou a campanha “Economia local depende de sua ação pessoal”. O objetivo, explica Galbinski, é mostrar à população gaúcha que também depende dela o cumprimento das regras de higiene e de distanciamento para que as lojas possam abrir.
Procurada, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) informa que se solidariza com os setores que estão com as atividades interrompidas e que defende o retorno gradual das atividades, respeitando os protocolos dos órgãos públicos e demais controles de propulsão da pandemia.
Falta de livre concorrência prejudica o consumidor
Para Galbinski, livre concorrência de mercado não está fluindo de forma equilibrada
AGV/DIVULGAÇÃO/JC
O fato de as lojas especializadas dos mais diversos ramos estarem impedidas de oferecer seus produtos nos pontos de venda, e os mesmos itens se encontrarem disponíveis nas gôndolas de grandes redes supermercadistas, atinge também o consumidor. O alerta é do presidente da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, João Carlos de Oliveira.
“Além de trazer prejuízo ao varejo tradicional, isso pode levar, em um segundo momento, a uma concentração de mercado”, alerta. Isso porque pequenos lojistas poderão não sobreviver em função dessa perda de vendas”, pontua Oliveira.
O presidente da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV), Sérgio Axelrud Galbinski, compartilha da mesma preocupação. Segundo ele, a livre concorrência de mercado não está fluindo de forma equilibrada para o bom funcionamento da economia. “O consumidor está sendo prejudicado com a falta de diversidade de ofertas e sem opção de pesquisar preços”, arremata.
Oliveira alerta para concentração de mercado, com fechamento de pequenas lojas. Foto Douglas Luccena/Divulgação/JC
O argumento de fechar o comércio tradicional para evitar aglomerações, completa o presidente da GS1 Brasil, cai por terra no momento em que poucos estabelecimentos abertos tendem a aumentar a presença do público. “Quanto mais pontos de vendas existirem e que cumpram os protocolos sanitários, mais haverá, em tese, dispersão dos consumidores”, defende João Carlos de Oliveira.
Oliveira, que tem vasta experiência no setor de autosserviço – presidiu as associações gaúcha, brasileira e latino-americana de supermercados – destaca que a solução não é proibir os supermercados de comercializarem esses produtos, mas permitir que as lojas tradicionais também possam fazê-lo. “Estamos em um momento tão difícil da economia e essas medidas farão com que muitos desses comerciantes deixem de operar, percam seus negócios e demitam funcionários”, reflete.
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Não pedimos que fechem estes estabelecimentos, e sim que possamos também trabalhar e manter viva nossas empresas e os empregos gerados por elas.
Norton Luiz Lenhart, conselheiro Benemérito da ACPA
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O setor de restaurantes e bares é um dos que teme o fechamento de mais empresas do ramo. “Queremos o mesmo tratamento que estão tendo os supermercados, as farmácias, os postos de gasolina, as indústrias e outros. Não pedimos que fechem estes estabelecimentos, e sim que possamos também trabalhar e manter viva nossas empresas e os empregos gerados por elas” arremata Norton Luiz Lenhart, conselheiro Benemérito da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA) e Conselheiro Nato da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação.
Da mesma fora que o varejo especializado, o ramo de alimentação quer autorização para funcionar, desde que cumpra os protocolos definidos pelas autoridades sanitárias. “É injusto, por parte dos governos estadual e municipais, diferenciar o tipo de empresa que pode ou não abrir suas portas para atender seus clientes”, afirma.
Para Lenhart, no caso específico dos restaurantes é possível trabalhar com segurança e sem aglomerações, desde que se cumpra os protocolos já definidos e que o governo mantenha uma fiscalização eficaz para orientar e, se for o caso, “punir os maus comerciantes, que são muito poucos, de forma a não penalizar quem cumpre as determinações”. A solução para barrar a crise que assola o setor, acredita, está em reabrir as portas dos restaurantes que trabalham com a responsabilidade o momento exige.
Federasul e Fecomércio temem aumento da informalidade e alegam que empresas podem contribuir no controle na doença
Simone alerta que recursos dos bancos não estão chegando para os empresários
CLAITON DORNELLES /Arquivo/JC
A falta de previsão para que a restrição de atividades produtivas acabe no fechamento de mais empresas não é a única preocupação da Federasul e da Fecomércio-RS. As entidades representativas temem que a situação aumente também a informalidade em função das restrições. “É desesperador ouvir os relatos de homens e mulheres que estão perdendo tudo o que construíram ao longo de anos. Além disso, também os recursos dos bancos não estão chegando para os empresários conseguirem seguir suas atividades”, lamenta Simone Leite, presidente da Federasul.
A abertura do comércio de bens e serviços – como bares e restaurantes – em acordo com os protocolos sanitários, com jornada reduzida e escala de funcionários, é a solução apontada e solicitada ao governo do Estado. “Precisamos garantir a possibilidade de abertura de todo o comércio, independentemente da bandeira vigente. Temos que assumir protocolos rígidos que viabilizem o funcionamento dos negócios e proteção das pessoas simultaneamente”, reforma Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.
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É desesperador ouvir os relatos de homens e mulheres que estão perdendo tudo o que construíram ao longo de anos.
Simone Leite, presidente da Federasul
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Essa premissa baseou o documento assinado pela Fecomércio-RS em conjunto com a Federasul, Farsul e Fiergs e 17 deputados federais da bancada gaúcha, enviado do governo do Estado no dia 22 deste mês. O ofício sugere a alteração do Plano Estadual de Distanciamento Social, implantado em maio. No ofício encaminhado ao Piratini, os signatários expõem a enorme preocupação com o agravamento da situação de saúde, econômica e social que acomete o Rio Grande do Sul.
As entidades explicam ao governador Eduardo Leite que estão convictas das suas intenções de evitar que a epidemia cause um dano maior ao Rio Grande e se dispõem a construir, junto com o governo, um caminho que proporcione respostas cada vez mais eficazes. Na visão das Federações, é preciso dar um passo à frente, a fim de aperfeiçoar as formas de ação no enfrentamento, garantindo a vida e a sobrevivência dos gaúchos.
A carta pleiteia as modificações no tocante à política de avaliação de risco, simbolizada pelas cores de bandeiras, que tenha um caráter mais indicativo e menos impositivo, ficando sua execução a critério das Associações Regionais de Município. Outro item é a substituição do fechamento de empresas por uma política ampla e robusta de testagem da população, iniciando pelas regiões também de maior risco.
A Federasul também defende, desde o fim do mês de abril, a flexibilização das atividades. A sugestão é que sejam autorizados, no mínimo, 50% das atividades nas empresas, com rodízio de funcionários. “Os próprios empresários seriam os agentes de saúde, mantendo em casa os funcionários com sintomas e até mesmo fazendo a testagem, como tem acontecido em muitos casos”, reforça Simone.
Confira as entrevistas com os presidentes da Federasul, Simone Leite, e da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn:
Jornal do Comércio – As entidades têm acompanhado a situação do varejo de bens e serviços que estão impedidos de atender presencialmente em todo o Estado devido aos decretos para conter a pandemia. Qual é o cenário que podem traçar?
Simone Leite – A Federasul tem acompanhado e estamos muito preocupados. São milhares de desempregados, milhares de empresas que fecharam as portas de forma definitiva no Rio Grande do Sul. A falta de previsibilidade e a restrição da atividade produtiva estão ameaçando a economia e a renda dos gaúchos. A situação econômica do Estado não permite abrir mão da arrecadação de mais de R$ 2 bilhões que deixaram de entrar na conta por falta de arrecadação nos últimos 70 dias. Milhares de gaúchos vão tirar os filhos da escola privada e demandarão vagas nas escolas pública, muitos abandonarão os planos de saúde e precisar da saúde pública, e o governo sem recursos para amenizar a situação. Todas as vidas importam e é por isso que defendemos a possibilidade de trabalho e a geração de renda. Estamos vivenciando o aumento da informalidade em função das restrições, e a desobediência civil, pois as pessoas precisam sobreviver. É desesperador ouvir os relatos de homens e mulheres que estão perdendo tudo o que construíram ao longo de anos. Além disso, os recursos dos bancos não estão chegando para os empresários conseguirem prosseguir com suas atividades.
Luiz Carlos Bohn - A situação no varejo de bens e de serviços ditos não-essenciais de modo geral é muito crítica. Os dados apurados pela Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul mostram um quadro geral de perdas bastante significativas baseada no comportamento das Notas Fiscais Eletrônicas ao Consumidor. Entre o dia 16 de março e o dia 10 de julho, a venda média diária no varejo de bens “não-essenciais” caiu 20% em relação ao mesmo período do ano passado, já descontada a inflação. A média, no entanto, não revela as disparidades de desempenho. A venda média diária de vestuário, por exemplo, caiu 50% no período. Além disso, ainda que haja um sistema de controle estadual do espalhamento do vírus (o Sistema de Distanciamento Controlado), os municípios têm tomado decisões que, muitas vezes impõem restrições ainda mais rígidas que as apontadas pelo modelo estadual. Assim, além das diferenças de efeitos da pandemia sobre os segmentos, há também diferenças regionais relevantes. Temos atuado fortemente para que as perdas sejam minimizadas.
Bohn espera para esta quarta-feira uma flexibilização das medidas. Foto Arquivo Pessoal/Divulgação/JC.
JC - Uma das principais reclamações comuns entre diferentes setores é da concorrência com supermercados. Autorizados a abrir as portas por oferecerem itens essenciais – alimentos e produtos de higiene e limpeza -, as lojas comercializam itens não essenciais, como eletrodomésticos, eletroeletrônicos, bazar, têxtil, calçados, brinquedos, móveis, ferragem, itens automotivos, de informática e de decoração, para citar alguns exemplos. Os comerciantes que estão com atendimento presencial suspenso e só podem vender on-line e aqueles que ainda não têm essa alternativa argumentam que os supermercados não poderiam comercializar os produtos nas lojas, e sim apenas na internet. Quais seriam as alternativas viáveis para que todos tivessem as mesmas possibilidades de vendas desses itens?
Simone - A abertura do comércio e dos restaurantes seguindo os protocolos sanitários , com jornada reduzida e escala de funcionários. Todos podendo trabalhar, com segurança. Inclusive afirmo que não tem local mais seguro do que as nossas empresas, que são fiscalizadas e seguem rigorosamente os protocolos sanitários.
Bohn - Nossa atuação está alicerçada em um único pilar: o direito de todo o comércio, independentemente do produto que venda, poder abrir suas portas e oferecer seus produtos à sociedade. Impedir supermercados e hipermercados de venderem produtos que, legitimamente, fazem parte do rol de produtos habitualmente oferecidos não melhora a situação dos lojistas em geral e gera ainda mais prejuízo à sociedade. Precisamos estabelecer protocolos seguros e educar a sociedade para esse novo momento. Necessitamos nos adaptar para essa nova realidade em que convivemos com o vírus. A situação atual é simplesmente insustentável por mais tempo.
JC - Quais são os setores mais prejudicados por essa concorrência com o setor supermercadista?
Simone - Vestuário, calçado, cama, mesa e banho.
JC - O principal argumento para decretar o fechamento de bares e restaurantes para atendimento presencial é evitar a aglomeração de pessoas. No entanto, é possível verificar, nos supermercados, grandes filas para a compra de comida pronta sem o distanciamento recomendado, uma reclamação comum entre empresários do setor. De que forma seria possível resolver essa questão?
Simone - Abrindo o comércio e fazendo fluir as atividades. Hoje nos aglomeramos em poucos estabelecimentos porque os outros estão fechados. Defendemos a testagem em massa, rastreamento dos contaminados e isolamentos dos portadores e do grupo de risco. OS demais podem exercer suas atividades com segurança e conscientização.
JC - Por não estarem fornecendo para bares e restaurantes, as cervejarias artesanais têm recorrido aos supermercados e oferecido grandes descontos para desovar estoques. O que seria possível fazer neste caso para evitar que mais bares e restaurantes fechem as portas?
Simone - Abri-los com distanciamento, e seguindo os protocolos de segurança.
Bohn - Passado todo esse tempo, desde o início da pandemia, os estoques já não são um problema para bares e restaurantes. Na maior parte dos casos já são perdas realizadas. Além das medidas tradicionais como tele-entrega e take away como mecanismos de garantir uma receita mínima, esses negócios terão necessariamente que buscar reduzir despesas. Isso inclui discutir aluguéis e pagamento de fornecedores, bem como o uso racional de todas as medidas recentemente aprovadas pelo Congresso Nacional no que diz respeito a suspensão de contratos e redução de jornada de trabalho com redução de salários.
JC - As entidades apresentaram alguma reivindicação para que o governo do Estado decrete as mesmas condições de competição para o varejo de bens e serviços com o setor supermercadista?
Simone - Sim, a Federasul defende, desde o fim do mês de abril, a flexibilização das atividades, permitindo, no mínimo, 50% das atividades nas empresas com rodízio de funcionário. OS próprios empresários seriam os agentes de saúde, mantendo em casa os funcionários com sintomas, até mesmo a testagem poderia ser feita pela empresa, como em muitos casos acontece. Temos que lembrar que nossos funcionários são os próprios consumidores das lojas... que eles cuidados são menos risco para todos. Funcionários públicos, que não estão trabalhando, devem ficar em casa, pois recebem para isso.
Bohn – Nossa atuação se dá tanto na relação junto às prefeituras, quanto na relação com o estado. A liberação recente das possibilidades de tele-entrega, take away e drive-trhu para os varejos que hoje estão de portas fechadas são exemplos do resultado do diálogo incansável que temos mantido com o governo para viabilizar o funcionamento dos negócios no estado. No entanto, temos consciência de que isso não é suficiente. Precisamos garantir a possibilidade de abertura de todo o comércio, independentemente da bandeira vigente. Temos que assumir protocolos rígidos que viabilizem o funcionamento dos negócios e proteção das pessoas simultaneamente. Sabemos que, quando voltarmos minimamente à normalidade, a atividade vai demorar a voltar ao patamar anterior. Entre março e maio, o Rio Grande do Sul destruiu 123.110 empregos formais, algo nunca visto na nossa história. Essas pessoas sem renda diminuem de maneira significativa seu consumo, afetando as vendas do varejo. Vivemos tempos muito difíceis e o cenário futuro também é bastante desafiador.
O que pensa quem tem experiência no ramo de supermercados
Paulo Afonso Feijó foi vice-governador do Estado durante o governo Yeda Crusius
GILMAR LUÍS/arquivo/JC
“Atuei como supermercadista por 35 anos, quando saí do ramo no ano 2000 ao vender a rede de Supermercados Econômico. Com base nesta experiência, entendo que a alternativa é dar oportunidade a todos, abrir o máximo de estabelecimento possível para dispersar as pessoas em diversas atividades, lojas, restaurantes, serviços, e não concentrar em alguns estabelecimentos.
Pequenas e médias empresas de qualquer atividade não têm capital de giro para sobreviver 30, 60, 90 dias fechadas, portanto haverá uma quebradeira geral. As grandes companhias, em tese, contam com mais capacidade para atravessar um período mais longo nesse sentido.
Vou dar um exemplo da minha atividade operacional hoje, que é a academia. Sou sócio da Body Tech no Brasil e da Fórmula, duas bandeiras que, em Porto Alegre, têm três operações. No período em que pudemos ficar abertos, adotamos medidas extremamente rígidas de protocolos, tanto ou igual a qualquer hospital, e absolutamente não houve problema algum. As pessoas se sentem seguras em irem e retornarem à academia e treinar na academia. Em primeiro lugar porque a academia é saúde, e, no meu entender, é essencial para vida de pessoas que precisam se exercitar diariamente e proteger a sua saúde.
Esse é outro ponto importante: o que é essencial é muito relativo. Para mim, algumas atividades são essenciais, como exercício físico, alimentar-se bem com proteínas sugeridas por prescrição médica. Para outras pessoas, as prioridades podem ser outras. Então, não cabe a um prefeito ou a um governador definir o que é prioritário ou não na vida de cada pessoa. Para muitas pessoas mais humildes o prioritário é poder trabalhar, ganhar o seu dinheiro para sustentar a sua família. Isso é prioritário. E não se pode, de forma autoritária, impedir a dignidade dessas pessoas de trabalhar e sustentar a sua família.”
Paulo Afonso Feijó presidiu a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) por duas gestões, no final da década de 1090 e também a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) por duas gestões também. Foi presidente da Associação Comercial de Porto Alegre no início dos anos 2000 e reeleito também por duas vezes. Esteve no comando da Federasul por dois mandatos. Em 2006, elegeu-se vice-governador do Estado durante o governo Yeda Crusius.