Ivan Konnig, proprietário do Costelão do Mercado, afirma que o açougue tem um custo operacional muito alto que não é possível reduzir. “Contando o valor das rescisões, já passamos de R$ 250 mil de prejuízo. Tivemos que demitir 15 dos 27 funcionários e, segundo a vigilância, ainda será preciso diminuir o quadro ainda mais”, revela.
Konnig afirma que está mantendo a operação com recursos próprios e que, “embora esteja com atendimento presencial por ser loja externa e tele-entrega, as vendas não chegam a 20% do registrado antes do fechamento do Mercado”.
Já Celso Rossatto, sócio-proprietário da Banca 10, que comercializa produtos perecíveis como frutas e verduras, estima em 90% as perdas no período. “Estamos trabalhando apenas com a tele-entrega. Mas está muito fraco. Não paga a metade das despesas”, conta. Rossatto deu férias antecipadas a cinco colaboradores para evitar demissões.
Tradicional espaço de crenças, tendo o Bará instalado na área central, o Mercado Público conta com quatro floras. Estas lojas estão ainda há mais tempo fechadas, uma vez que não trabalham com alimentação, item considerado essencial pelo decreto para manter aberta uma atividade comercial. “Nosso prejuízo chega a 70%, além de termos demitido dois colaboradores”, diz Claudia Kolesar, proprietária do Flora Kolesar.
Aluguéis preocupam
Além da escassa entrada de recursos, os permissionários ainda se mostram preocupados com um outro problema. Os boletos de cobrança de aluguel não param de chegar, mesmo com o Mercado fechado. De acordo com a Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc), 40% dos permissionários não conseguiram colocar os últimos pagamentos em dia, assim como está difícil a negociação junto à Procuradoria-Geral do Município (PGM), que não concede prazos maiores para a quitação das dívidas e tampouco está isentando de multa e juros os aluguéis atrasados.