Jefferson Klein
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) concedeu à Coprel Cooperativa de Geração de Energia e Desenvolvimento, que tem sede em Ibirubá, a autorização para implementar duas novas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no Rio Grande do Sul. As usinas absorverão um aporte de cerca de R$ 100 milhões e serão instaladas no rio Jacuí, entre as cidades de Victor Graeff e Mormaço (PCH Santo Antônio do Jacuí) e Tio Hugo e Ibirapuitã (PCH Tio Hugo).
O presidente da Coprel, Jânio Vital Stefanello, adianta que a cooperativa buscará financiamento para realizar os projetos e não descarta a possibilidade da formação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) com outros investidores para desenvolver os empreendimentos. A usina Santo Antônio do Jacuí terá capacidade instalada para a geração de até 5,2 MW e Tio Hugo para 9,8 MW (somadas, as potências corresponderiam a cerca de 0,4% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul).
Stefanello comenta que, inicialmente, a previsão é de que a comercialização da energia dos complexos seja feita através da participação de leilões (mecanismos promovidos pelo governo federal para abastecer o sistema elétrico interligado nacional dos quais saem vencedores os participantes que apresentarem a geração mais competitiva). Porém o dirigente afirma que também há a possibilidade da venda no mercado livre (formado por grandes consumidores, como indústrias e
shopping centers, que podem escolher de quem vão comprar a energia).
Os cronogramas das estruturas preveem que a PCH Tio Hugo inicie a operação comercial no começo de novembro de 2022; e Santo Antônio do Jacuí ao final de junho de 2023. Stefanello faz a ressalva que a questão da pandemia do coronavírus deve afetar o PIB nacional e a queda da economia poderá influenciar na conclusão das obras. "Mas, por enquanto, os empreendimentos mantêm os seus cronogramas", reforça.
Os projetos já possuem licença prévia (LP), e o processo de obtenção da licença de instalação (LI), segundo o presidente da Coprel, encontra-se em estágio avançado de análise pelos técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), onde estão sendo atendidas as complementações finais solicitadas pelo órgão. Stefanello frisa que iniciativas dessa grandeza levam muitos anos de estudo e licenças para se viabilizarem. Os volumes de recursos devem ser antecipados com muita antecedência e é preciso um bom planejamento, destaca o dirigente. Ele recorda que as iniciativas dessas PCHs já estão em andamento há 15 anos. Durante as construções dos complexos, serão criados aproximadamente 250 empregos diretos.
Além das usinas Santo Antônio do Jacuí e Tio Hugo, a Coprel está envolvida, atualmente, com outros dois projetos em andamento: a central geradora hidrelétrica (CGH) Igrejinha e a PCH Forquilha IV Luciano Barancelli. O primeiro trata-se de um empreendimento da Boa Vista do Cadeado Energia, constituída pelas cooperativas Ceriluz de Ijuí, com 59% de participação, e pela Coprel, com 41%. A CGH, que terá capacidade instalada de 4,85 MW, está sendo construída no rio Ijuizinho, entre os municípios de Boa Vista do Cadeado e Jóia. O investimento total das duas cooperativas nessa ação é de cerca de R$ 30,2 milhões.
Já a PCH Forquilha IV Luciano Barancelli, que ficará localizada no rio Forquilha, entre as cidades de Maximiliano de Almeida e Machadinho, terá uma potência instalada de 13 MW, e o custo estimado é de R$ 73 milhões. O empreendimento é formado pela sociedade entre a Coprel (20%), a cooperativa Creral de Erechim (20%), a Ceriluz (20%) e a empresa Erechim Energia (40%).