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Agronegócios

- Publicada em 26 de Maio de 2020 às 22:29

Tecnologia de controle sanitário ajudará na segurança do campo

Algumas cidades do interior do Rio Grande do Sul já acumulam experiências exitosas com o sistema

Algumas cidades do interior do Rio Grande do Sul já acumulam experiências exitosas com o sistema


WENDERSON ARAUJO/TRILUX/CNA/DIVULGAÇÃO/JC
O mesmo georreferenciamento que será fundamental para ajudar o Rio Grande do Sul a fazer a retirada da vacina contra a febre aftosa deverá ter seu uso ampliado, em breve, também para a segurança pública na área rural. E pode beneficiar até mesmos atendimentos de emergências de saúde em sítios e fazendas, que nem sempre são simples de localizar com precisão.
O mesmo georreferenciamento que será fundamental para ajudar o Rio Grande do Sul a fazer a retirada da vacina contra a febre aftosa deverá ter seu uso ampliado, em breve, também para a segurança pública na área rural. E pode beneficiar até mesmos atendimentos de emergências de saúde em sítios e fazendas, que nem sempre são simples de localizar com precisão.
Além de permitir que fiscais sanitários cheguem a qualquer área rural do Estado em poucas horas, em caso de possível foco da doença bovina, essa tecnologia pode ter seu uso ampliado, em breve, pelas polícias civil e militar no Interior. Cruzando dados disponíveis hoje, como os do Cadastro Ambiental Rural e do mapeamento digital por satélite de mais de 400 mil propriedades rurais gaúchas, o georreferenciamento vai permitir que viaturas e ambulâncias também possam chegar até esses locais.
O programa Propriedade Segura, baseado no georreferenciamento das propriedades rurais do interior gaúcho, foi tema de videoconferência recente entre os presidentes da Assembleia Legislativa, Ernani Polo (PP); e da Emater, Geraldo Sandri; do vice-governador e secretário estadual da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior (PTB); além da chefe de Polícia, Nadine Anflor, e do secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho.
"Em cidades como Colorado, Ibirubá e Getúlio Vargas, já há experiências muito exitosas. A ideia, agora, é ir avançando e atingir todos os municípios. Em um primeiro momento, seria importante ter uma cidade participante em cada região da Famurs, como forma de servir de modelo aos demais", afirma Polo, acrescentando a intenção de incluir no projeto estadual entidades como Farsul e Fetag.
Chefe da divisão de controle de informações sanitárias da Secretaria Estadual da Agricultura, Francisco Lopes explica que os dados da pasta, que já mapeou 98% das propriedades rurais do Rio Grande do Sul, começam a ganhar novos usos em breve. Além de chegar mais rapidamente nas propriedades, diz Lopes, o sistema permite ter uma visão maior também dos pontos de saída e acessos às fazendas e que rotas de fuga poderiam ser usadas por criminosos. "Nas áreas de fronteira, vamos inaugurar, em breve, o programa Sentinela, que será usado em parceria com a Polícia Civil, por exemplo. Em breve, policiais começarão a ser treinados para usar o nosso sistema digital de defesa agropecuária", antecipa Lopes.

Getúlio Vargas utiliza a tecnologia para atendimento rural desde janeiro

Placa afixada na entrada das propriedades (como na árvore, na foto acima) indica o código de cada local e facilita a ação da BM

Placa afixada na entrada das propriedades (como na árvore, na foto acima) indica o código de cada local e facilita a ação da BM


PREFEITURA DE GETÚLIO VARGAS/DIVULGAÇÃO/JC
O modelo de georreferenciamento para melhorar a segurança na área rural já é uma realidade em Getúlio Vargas, no Norte do Estado, e deve servir de modelo para a ampliação da tecnologia em todo o Estado. O trabalho - que une a Brigada Militar na cidade, o sindicato rural local e a prefeitura - começou a ser feito em janeiro deste ano.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Jairo Klein, 40% das propriedades já foram identificadas por coordenadas localizando a entrada das propriedades e facilitando a chegada do atendimento.
Cada uma dessas propriedades recebeu um código, que deve ser informado em caso de chamadas de urgência, para Samu, polícia e bombeiros. O código permite que o serviço acionado chegue mais rapidamente ao local, o que já foi comprovado em casos reais, explica Klein. Antes de ser implantando esse sistema, por exemplo, uma agricultora pediu ajuda à Brigada Militar porque havia sido esfaqueada. O atendimento demorou 30 minutos para localizar a residência da vítima. "Pela distância, teria chegado em 10 minutos se tivesse a localização correta por GPS. Foi assim em outra ocorrência, em uma propriedade mais próxima, mas também na área rural, a cerca de quatro quilômetros da cidade, onde a polícia conseguiu chegar mais rápido", ilustra o secretário.

O que prevê o Programa Propriedade Segura

Na reunião virtual com o presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo, foi apresentado o modelo que poderá servir para todo o Estado: os sistemas que começarão a ser alimentados nos municípios de Colorado, Ibirubá e Getúlio Vargas.
Com apoio de prefeituras, órgãos de segurança e iniciativa privada, funciona, nessas cidades, um sistema que permite a integração de mapas com ruas e estradas do Interior e as coordenadas de cada propriedade rural.
Com esse georreferenciamento em operação, órgãos de segurança pública têm acesso a rotas de deslocamento mais eficientes e rápidas em caso de ocorrências, por meio da navegação por um sistema de GPS.
O objetivo do programa é garantir mais agilidade no deslocamento e atendimento, uma vez que o sistema é capaz de apresentar rotas mais eficientes, diminuindo as distâncias percorridas e custos.
Outro fator positivo é que, com a identificação das propriedades incluídas, a placa do projeto com as coordenadas geográficas afixadas na entrada do local pode servir como elemento de repulsão à ação de criminosos, que sabem que aquele proprietário tem um canal rápido de comunicação com a Brigada Militar, como já ocorre em Getúlio Vargas.