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Publicada em 10 de Março de 2020 às 21:25

Em evento do Marcas, empresários mantêm expectativa de crescimento

Piccinini, do Banco Randon, diz em evento do Marcas que moeda boa é a 'estável'

Piccinini, do Banco Randon, diz em evento do Marcas que moeda boa é a 'estável'

MARCO QUINTANA/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Coronavírus, quedas da bolsa no Brasil e do preço do barril do petróleo no mercado internacional, além da elevação do dólar, deixam um cenário nebuloso para a economia do País em 2020. No entanto, o segmento empresarial ainda projeta um ano de recuperação no crescimento, apesar de não ser no ritmo esperado inicialmente.
Coronavírus, quedas da bolsa no Brasil e do preço do barril do petróleo no mercado internacional, além da elevação do dólar, deixam um cenário nebuloso para a economia do País em 2020. No entanto, o segmento empresarial ainda projeta um ano de recuperação no crescimento, apesar de não ser no ritmo esperado inicialmente.
Em entrevista no evento de apresentação da pesquisa Marcas de Quem Decide, o diretor-superintendente de Serviços Financeiros do Banco Randon, Joarez José Piccinini, atesta que a atual conjuntura econômica, principalmente devido ao coronavírus, mudou um pouco a perspectiva que se tinha do crescimento do País. "Mas a expectativa é de que, ao longo do ano, haja uma recuperação, não na mesma magnitude projetada no começo, porém um incremento", ressalta. O dirigente recorda que as estimativas atuais do mercado são de que se alcance um aumento do PIB, neste ano, um pouco inferior a 2%.
Piccinini reforça que o cenário é instável, sendo necessário aguardar o desenrolar da situação do coronavírus e seu impacto na economia global; contudo, a esperança é que se chegue a uma normalidade a partir do segundo semestre. Sobre o dólar valorizado, o diretor-superintendente de Serviços Financeiros do Banco Randon argumenta que "moeda boa" é a que é estável. "A volatilidade é péssima, porque, tanto para o exportador como para importador, fica difícil a realização de negócios", aponta. Piccinini acrescenta que o dólar se ajusta com o tempo, e, agora, a moeda está refletindo as circunstâncias extremas.
O gestor de Marketing da Laghetto Hotéis, Robson Martins, admite que o coronavírus também afetou o setor hoteleiro, inclusive no Rio Grande do Sul. De acordo com o executivo, a rede já registrou - apesar de poucos - cancelamentos na região de Gramado. Apesar das dificuldades que a propagação do vírus pode causar, a Laghetto projeta abrir mais dois hotéis em Gramado neste ano, um investimento que ultrapassa os R$ 50 milhões. Um desses complexos será o maior empreendimento da rede em número de apartamentos, com 352 unidades. Um fator que pode intensificar o turismo interno no País, ressalta Martins, é o dólar elevado, que deve fazer com que as pessoas deixem de ir para o exterior e optem por destinos dentro do Brasil.
O membro do Conselho de Administração do Grupo Dimed, Roberto Luiz, destaca que a empresa sempre manteve a confiança no mercado. O dirigente salienta que o receio do coronavírus é algo que tem afetado a economia em geral. No entanto, na área de atuação do grupo, que é formado pela rede de farmácias Panvel, pelo laboratório Lifar e pela distribuidora de medicamentos Dimed, a preocupação também fez crescer a procura por máscaras e álcool gel. Outro produto que deve ter uma busca mais forte neste ano deverá ser a vacina contra a gripe comum, que começa a ser disponibilizada em alguns estabelecimentos da rede Panvel a partir desta quarta-feira.

Projeção sobre futuro do petróleo ainda é prematura

Rodrigo Otávio Pikussa, diretor de ônibus da Marcopolo

Rodrigo Otávio Pikussa, diretor de ônibus da Marcopolo

MARCO QUINTANA/JC

O preço do petróleo, que teve o custo do barril caindo no começo desta semana para perto de
US$ 30, maior queda desde a Guerra do Golfo, no início da década de 1990, gera uma verdadeira interrogação nos setores afetados pelo assunto. O gerente de Relações Institucionais da petroquímica Braskem no Rio Grande do Sul, João Ruy Freire, argumenta que é algo muito novo para se ter uma visão concretizada.

Para o executivo, é preciso aguardar algumas semanas para observar o desenvolvimento desse cenário. Hoje, ressalta Freire, não é possível projetar se os preços do petróleo continuarão baixos a médio e longo prazos. "O que é ruim para todo mundo é a instabilidade, a incerteza", frisa. O presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal'Aqua, concorda que a questão do custo do petróleo é uma incógnita.
Já o vice-presidente de Indústria da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul, Mauro Gilberto Bellini, vê, no cenário atual, oportunidade para as pequenas e médias companhias da região da Serra substituírem um pouco as exportações provenientes da China. O dirigente acredita que o enfrentamento da questão do coronavírus acontecerá de uma forma conjunta pelas empresas locais.
A mudança de patamar do custo do petróleo também contribuiu para a queda da bolsa de valores brasileira. O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Rio Grande do Sul (Fetransul), Afrânio Kieling, argumenta que já está acostumado a ver as quedas da bolsa há muito tempo, e, sempre que isso ocorreu, de alguma maneira, houve a recuperação. "A crise é momentânea e, com certeza, vai passar", enfatiza. Porém o dirigente critica o fato de o Rio Grande do Sul viver constantemente em dificuldades, e, segundo ele, um dos problemas é que a carga tributária estadual é muito alta.
O diretor do Negócio Ônibus da Marcopolo, Rodrigo Otávio Pikussa, afirma que, para a empresa, o começo do ano tem representado bom desempenho, em relação ao mesmo período de 2019. "Mas óbvio que, agora, vem a interrogação do coronavírus", ressalta o executivo. O principal impacto para a companhia gaúcha pode ser na cadeia de suprimentos, adianta Pikussa. Por enquanto, segundo ele, a empresa não tem sido afetada. Uma das vantagens que acarreta mais segurança para o grupo é o fato de fazer muitas compras no mercado interno.

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