Carlos M�ller Villela
Demanda histórica da região das Hortênsias, o aeroporto internacional de Canela está mais próximo de sair do papel. O prefeito Constantino Orsolin (MDB) e o secretário adjunto de Obras, Germano Junges, assinaram, na quarta-feira, em Brasília, junto ao titular da Secretaria Nacional da Aviação Civil (SAC), Ronei Saggioro, a outorga para o Aeroporto Internacional das Hortênsias. O investimento estimado é de mais de R$ 185 milhões.
De acordo com Junges, o projeto será construído a partir de uma Parceria Público-Privada (PPP), em uma área próxima ao Parque do Saiqui e a oito quilômetros distante do Centro de Canela. Com a outorga já concedida, o próximo passo é renovar as licenças ambientais necessárias até a metade do ano que vem - a estimativa é de 120 a 180 dias para encaminhar os trâmites - e, após isso, montar o termo de referência e o edital para realizar a licitação após as eleições municipais de outubro. "A ideia é que se consiga abrir essa concorrência antes do final do ano que vem", diz. Junges informa que o projeto já foi apresentado a eventos com consórcios de investidores nacionais e estrangeiros, e que estes demonstraram interesse em participar a partir do momento em que o município disponibilizar a licitação.
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"Canela já tem um aeroporto para descer jatinhos pequenos, mas isso não resolve a demanda. Só no Natal, a região espera receber 2,5 milhões de turistas", comenta o executivo e investidor Tarsi Pires, da Buriti Consultoria Empresarial, uma das representantes da companhia chinesa de energia Zhejiang Electric Power Construction Co. (ZEPCC). No projeto, explica Pires, a parte coberta para os passageiros configura mais de 22 mil metros quadrados de obra, e, a princípio, terá nove hangares para jatinhos e quatro para helicópteros. "Há parceiros com muito músculo que entrarão na licitação e que demonstram interesse nesse segmento", afirma.
Junges destaca que o outro aeroporto da região, em Caxias do Sul, a 76 quilômetros de Canela, não inviabiliza as obras da cidade. "O de Canela terá foco no transporte de passageiros, e o de Caxias, além de passageiros, tem o foco no transporte de cargas em função do polo metalmecânico", explica. Ele compara o modelo do aeroporto de Canela ao de Porto Seguro (BA), que opera e atende, principalmente, a voos charters e de grupos turísticos.
"De 100 passageiros que pousam na Capital, a metade vem para Canela e Gramado, e daqui é de onde eles partem para outras cidades, conforme o tempo que permanecem", explica Junges. No feriadão de Páscoa deste ano, 48 aeronaves de pequeno porte aterrissaram na cidade. O secretário adjunto afirma que a Região das Hortênsias recebe cerca de 6 milhões de visitantes por ano e que os seus 295 meios de hospedagem representam quase 20% de todos os leitos no Rio Grande do Sul.