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Comércio Exterior

- Publicada em 17 de Julho de 2019 às 21:18

Exportações brasileiras para a China cresceram em volume

Vendas ao exterior fecharam o primeiro semestre com avanço de 3,5%

Vendas ao exterior fecharam o primeiro semestre com avanço de 3,5%


/Robyn BECK/AFP/JC
Em 16 anos, a China se tornou o principal mercado de destino das exportações brasileiras por causa da expansão dos volumes exportados e não dos preços, segundo o Indicador de Comércio Exterior (Icomex) de junho, divulgado ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em 16 anos, a China se tornou o principal mercado de destino das exportações brasileiras por causa da expansão dos volumes exportados e não dos preços, segundo o Indicador de Comércio Exterior (Icomex) de junho, divulgado ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo a análise, a participação da China nas exportações do Brasil passou de 4,2%, em 2002, para 26,6%, em 2018. A FGV disse, em nota, que o movimento "é explicado principalmente pela expansão do volume de comércio, pois apenas entre 2002 e 2008 o crescimento dos preços superou o do volume, mesmo assim com uma diferença ao redor de 4 pontos de porcentagem".
No mesmo período, a participação dos Estados Unidos nas exportações do Brasil caiu de 25,4% para 12. De acordo com a entidade, houve queda no volume exportado para os EUA, "exceto na comparação entre os primeiros semestres de 2018 e 2019".
"Nesse último período, as exportações para o mercado estadunidense cresceram 22,2% enquanto da China, 2,1%. Exportações do mercado aeronáutico (aviões, peças para aviões), petróleo e produtos siderúrgicos explicam o desempenho favorável nos Estados Unidos", diz a FGV.
Quando se olha para a pauta de importações, a participação da China passou de 3,3% para 19,2% e a dos EUA, de 21,8% para 16%, sempre na comparação de 2002 com 2018. "O crescimento médio anual das importações oriundas da China superou em todos os períodos as provenientes dos Estados Unidos. Em termos de preços, as diferenças foram favoráveis para a China (menor preço que os Estados Unidos) a partir de 2012", explica a FGV, sugerindo que a conclusão aponta para a necessidade de pesquisas mais detalhadas sobre a concorrência chinesa via preços.
Elaborado com dados do Ministério da Economia, o Icomex de junho apontou ainda que o setor externo do Brasil fechou o primeiro semestre com avanço de 3,5% nas exportações e estabilidade nas importações, na comparação com o primeiro semestre de 2018, quando se considera os valores, ponderando volume e preços.
"Na comparação entre os primeiros semestres de 2018 e 2019, porém, o volume exportado cresceu (2%) liderado pelas commodities (7,5%), enquanto a variação nos preços foi negativa para as commodities. A análise por setor mostra que a liderança no crescimento do volume exportado seja na comparação mensal ou semestral coube à indústria extrativa. No caso das importações, comparação entre os primeiros semestres, registrou aumento no volume de 2,5% e queda nos preços com igual porcentual, o que explica o valor não ter variado entre os semestres. A análise por setor registrou recuo nos volumes na comparação mensal, o que pode estar associado a uma desaceleração no ritmo de atividade", diz a FGV.

Estimativa de superávit sobe para US$ 52,2 bilhões

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) revisou suas estimativas para a balança comercial brasileira em 2019, feitas em 13 de dezembro de 2018. Com mais exportações e menos importações, o superávit que havia sido projetado no final do ano passado em US$ 32,7 bilhões, subiu para US$ 52,2 bilhões na nova projeção, mas ainda 10,9% abaixo do resultado de 2018 (US$ 58,6 bilhões)
As projeções para exportações subiram de US$ 209,1 bilhões para US$ 223,7 bilhões, uma queda de 6,7% em relação aos US$ 239,8 bilhões realizados em 2018. Já para as importações as expectativas recuaram de US$ 186,3 bilhões para US$ 171,5 bilhões, uma queda de 5,4% contra o resultado de 2018.
Entre os fatores que têm provocado oscilações, para cima ou para baixo, estão a guerra comercial entre EUA e China, e indiretamente com a União Europeia, a crise nuclear EUA x Irã, a peste suína na China, com impactos nas negociações da soja e das carnes, o rompimento da barragem de Brumadinho e reflexos em minério de ferro. Além disso, também pesam a reversão das projeções de crescimento do PIB brasileiro; o menor crescimento do PIB da China; e o agravamento da crise econômica na Argentina.
A AEB espera uma queda de 24,1% para a exportação de soja em grão e de 3,9% para o petróleo, enquanto o minério de ferro deverá ter uma alta de 9,4%, mesmo com a paralisação de parte das atividades da Vale após a tragédia da mina da empresa em Brumadinho, Minas Gerais.
Entre os manufaturados, a maior queda, segundo as projeções da AEB, seria registrada pela queda de 21% na venda externa de automóveis e de 14,5% de aviões.