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Publicada em 26 de Março de 2025 às 17:07

'Tá na Mesa' celebra aniversário de 253 anos de Porto Alegre, com representantes das artes da Capital

Com o tema 'Porto Alegre: a alma da Capital dos gaúchos', evento promovido pela entidade teve Luiz Coronel, Isabela Fogaça e Zé Victor Castiel como convidados

Com o tema 'Porto Alegre: a alma da Capital dos gaúchos', evento promovido pela entidade teve Luiz Coronel, Isabela Fogaça e Zé Victor Castiel como convidados

TÂNIA MEINERZ/JC
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Adriana Lampert
Adriana Lampert Repórter
Três representantes do setor cultural da Capital participaram da reunião-almoço Tá na Mesa, promovida pela Federasul (Largo Visconde do Cairú, 17) nesta quarta-feira (26). Por ocasião do dia em que a cidade celebra seu aniverisário (253 anos em 2025), o evento teve como tema Porto Alegre: a alma da Capital dos gaúchos, destacando a importância da Cultura na economia local. Os palestrantes convidados desta edição foram o poeta Luiz Coronel, o ator Zé Victor Castiel e a cantora e ex-primeira dama do Município Isabela Fogaça. O encontro contou com a presença da vice-prefeita de Porto Alegre, Betina Worm (representando o prefeito Sebastião Melo, que está em Brasília), além de outras autoridades, dirigentes de entidades e empresários, incluindo o diretor-presidente do Jornal do Comércio, Giovanni Jarros Tumelero.
Três representantes do setor cultural da Capital participaram da reunião-almoço Tá na Mesa, promovida pela Federasul (Largo Visconde do Cairú, 17) nesta quarta-feira (26). Por ocasião do dia em que a cidade celebra seu aniverisário (253 anos em 2025), o evento teve como tema Porto Alegre: a alma da Capital dos gaúchos, destacando a importância da Cultura na economia local. Os palestrantes convidados desta edição foram o poeta Luiz Coronel, o ator Zé Victor Castiel e a cantora e ex-primeira dama do Município Isabela Fogaça. O encontro contou com a presença da vice-prefeita de Porto Alegre, Betina Worm (representando o prefeito Sebastião Melo, que está em Brasília), além de outras autoridades, dirigentes de entidades e empresários, incluindo o diretor-presidente do Jornal do Comércio, Giovanni Jarros Tumelero.
Antes da reunião-almoço, os três artistas participaram de coletiva à imprensa, ao lado da vice-prefeita, onde discorreram sobre a importância do poder público de manter e revitalizar seus equipamentos culturais, além de expandir e criar novos espaços para apresentações artísticas, que alcancem a população residente em zonas mais afastadas do Centro da Capital. 
"Porto Alegre sofre com o fato de ter que enfrentar os problemas e as virtudes de ser uma cidade com ares de metrópole e jeito de província", afirmou Zé Victor Castiel. Ele defendeu a ideia de que a prefeitura busque soluções "que contemplem a periferia, que é completamente carente de atividades e apresentações artísticas". "Um exemplo do que pode ser feito, neste sentido, é dotar as escolas do Município com equipamentos de luz e som permanentes, uma vez que todas têm salões e teatro com capacidade para receber espetáculos diversos", afirmou o artista. Castiel ainda chamou a atenção para o fato de que os principais espaços culturais mantidos pela prefeitura, que se encontram concentrados na região central, também precisam de recursos e reformas, visto que estão "sucateados". 
Luiz Coronel afirmou que "uma cidade com produção cultural é uma cidade motivada". Destacando que uma cidade é a soma de várias gerações que deixam suas marcas e sonhos, ele disse que considera que Porto Alegre "tem uma dramaturgia única, mas também possui uma alma rica".
"Eu fico preocupado quando vejo um maior número de iniciativas (públicas ou privadas) que oferecem apenas 'diversão', ponderou o poeta. É preciso apostar mais em Cultura. Arte é depoimento, e depoimento traz dissernimento", sinalizou Coronel, sugerindo que o poder público necessita refletir quais os resultados dos projetos de entretenimento que apoia. Por sua vez, Isabela Fogaça destacou a "capacidade de se reinventar" de toda a população da Capital, ressaltando "a força de um povo" que enfrentou diversos desafios. A ex-primeira-dama da Capital também reconheceu a "pujança" econômica da cidade.
Ao afirmar que o Executivo de Porto Alegre tem buscado encontrar áreas que possam "ser transformadas", visando descentralizar a área cultural da cidade, Betina Worm disse que o poder público municipal deve seguir o caminho das parcerias público-privadas (PPPs), a exemplo do que já ocorre com a administração do Auditório Araujo Vianna e do Teatro de Câmara Túlio Piva. "Essa é uma solução que tem se mostrado eficiente", afirmou a vice-prefeita.
Após a coletiva, o grupo se dirigiu ao evento com os empresários e autoridades. Ao abrir os trabalhos, o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, agradeceu aos três artistas convidados e os defininu como "pessoas e empreendedores que trazem vida à cidade, representando um estado de espírito que é alma de Porto Alegre". "Estamos comemorando nossa história e nossas conquistas. A superação e a resiliência que mostramos são motivos de grande orgulho", ressaltou, ao frisar a importância de "celebrar tudo o que traz vida à cidade". 
"Eu, que nasci e me criei em Porto Alegre, tendo morado em muitos bairros da Capital, me sinto particularmente homenajeado de estar celebrando o aniversário da cidade aqui neste evento", disse Castiel, que no final de 2023 recebeu o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre pela Câmara de Vereadores. O ator, que é um dos dois idealizadores e produtores do Festival Porto Verão Alegre que, desde 1999, apresenta espetáculos de teatro, dança, música e circo a preços reduzidos nos meses de janeiro e fevereiro, chamou a atenção para a "relevância" de que a Capital "siga sendo uma cidade cosmopolita", recebendo diversas ações culturais de fora do Rio Grande do Sul. "Isso é muito importante, para que possamos, sempre, manter o intercâmbio e aprender (com os demais representantes da Cultura brasileira)", pontuou.
Castiel lembrou que o Festival Porto Verão Alegre, evento que conduz ao lado do ator, diretor e produtor Rogério Beretta, atualmente emprega mais de 1,5 mil trabalhadores da Cultura do Estado, com atividade permanente durante o verão. "Essa realização é totalmente privada, contando com recursos próprios e outros captados junto a empresas, via Lei Rouanet, e movimenta toda a cadeia produtiva do setor cultural nos meses de janeiro e fevereiro. Não são só artistas, mas também técnicos e outros profissionais", ressaltou o ator e produtor. 
Antecedento o discurso de Castiel, Luiz Coronel contemplou o público presente no evento com uma fala repleta de poesia. "Nós somos essas ruas banhadas de lua, e esse pôr do sol que se entrega às águas, num esplendor de paixão. Nós somos essas vidas cinzas, alvores de canção", recitou o poeta. "Na Idade Média se dizia que sentar-se à mesa juntos é dizer: somos parceiros e companheiros. Hoje, estamos sentados à mesa", sublinhou o artista, ressaltando, em sua rima, que Porto Alegre é uma cidade (que está localizada) à beira do rio e dentro de seu coração.
Isabela Fogaça, por sua vez, lembrou de sua trajetória e destacaou seu afeto pela cidade (que segundo ela, já sentia antes mesmo de chegar à Capital). Natural de Bagé, casada com o professor, compositor e político José Fogaça (que foi senador pelo Rio Grande do Sul e prefeito de Porto Alegre), a ex-primeira dama do Município tornou-se conhecida como cantora nos anos 1990, quando gravou a canção Porto Alegre é demais, de autoria de seu marido. Considerada por alguns como uma espécie de "hino não-oficial" da capital gaúcha, a canção foi executada por Isabela durante o evento, acompanhada da Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul. No decorrer da reunião-almoço, em intervalos durante as falas dos convidados, o grupo de instrumentistas regido por Telmo Jaconi também apresentou, ao público presente, versões das músicas Deu pra ti Horizontes, ambas de autoria da dupla Kleiton e Kledir.

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