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Publicada em 25 de Março de 2025 às 18:56

Lucio Mauro Filho e Bruno Mazzeo celebram amizade e sobrenomes famosos em comédia 'Gostava mais do pais'

Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho trazem a Porto Alegre a peça Gostava mais dos pais

Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho trazem a Porto Alegre a peça Gostava mais dos pais

Pedro Miceli/Divulgação/JC
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Adriana Lampert
Adriana Lampert Repórter
A evolução da tecnologia (do rádio à realidade virtual, dos cassetes ao streaming, dos antigos telefones ao TikTok) é um desafio que perpassa gerações. Embasados nesse argumento, os atores Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho decidiram celebrar a amizade de longa data e, também, o legado de seus pais (Chico Anysio e Lucio Mauro), encenando a comédia Gostava mais dos pais. O espetáculo, que tem feito sucesso por onde passa, chega à Porto Alegre nesta semana e tem sessões às 20h30min desta sexta-feira (28) e às 20h de sábado (29), no Teatro Fiergs (av. Assis Brasil, 8.787). Os ingressos estão à venda pela plataforma Eventim, por valores que variam entre R$ 19,80 (meia-entrada /Mezzanino) e R$ 140,00 (inteira/ Plateia Baixa).
A evolução da tecnologia (do rádio à realidade virtual, dos cassetes ao streaming, dos antigos telefones ao TikTok) é um desafio que perpassa gerações. Embasados nesse argumento, os atores Bruno Mazzeo Lucio Mauro Filho decidiram celebrar a amizade de longa data e, também, o legado de seus pais (Chico Anysio e Lucio Mauro), encenando a comédia Gostava mais dos pais. O espetáculo, que tem feito sucesso por onde passa, chega à Porto Alegre nesta semana e tem sessões às 20h30min desta sexta-feira (28) e às 20h de sábado (29), no Teatro Fiergs (av. Assis Brasil, 8.787). Os ingressos estão à venda pela plataforma Eventim, por valores que variam entre R$ 19,80 (meia-entrada /Mezzanino) e R$ 140,00 (inteira/ Plateia Baixa).
A fim de discutir a passagem do tempo e a tentativa de entender o lugar das gerações anteriores aos anos 1990 em um mundo novo, ditado pelas redes sociais, a dupla chamou os dramaturgos Aloísio de Abreu e Rosana Ferrão para ajudar na empreitada. "A gente trocou muitas ideias, lia o que eles escreviam, debatia, sugeria coisas novas – foi um processo muito coletivo, muito colaborativo", pondera Mazzeo. Ele comenta que, antes mesmo de ter uma temática definida para o espetáculo escrito a partir de seus questionamentos, a ideia de realizar a montagem surgiu com a vontade da dupla de dividir o palco. "Desde antes da pandemia de Covid-19, tínhamos o desejo de trabalharmos juntos", afirma o ator.
Segundo Mazzeo, o embrião do projeto nasceu em 2019, quando ele e Lucio Mauro Filho estavam em turnê com o espetáculo 5x comédia. "Naquela montagem, apesar de estamos sempre juntos nos hotéis, aviões, camarins, nós não contracenávamos juntos", explica. Além de propor uma reflexão bem-humorada sobre a adaptação à era digital, os atores encontraram outro mote (que fica em segundo plano, mas não menos importante) para o atual trabalho: a preservação da identidade diante da pressão da herança paterna. Em Gostava mais dos pais, eles brincam também com o peso do legado de serem filhos de Chico Anysio e Lucio Mauro, dois gigantes da comédia brasileira. "Sempre convivemos com as inevitáveis comparações com eles. Resolvemos aproveitar essa peculiaridade, que acabou virando uma das camadas da peça." 
Não à toa, o título faz alusão a uma situação que os atores vivenciaram inúmeras vezes quando interpelados na rua: uma pessoa tece mil elogios, mas finaliza o encontro com a frase: "gostava mais do seu pai". Ainda assim, nenhum dos dois se furta em fazer piada dessa "herança". Uma das cenas do espetáculo brinca com o aposto "filho do Chico Anysio", frequentemente associado a Mazzeo em entrevistas na TV, enquanto o minimalista e sofisticado cenário concebido por Daniela Thomas exibe uma sequência de imagens de arquivo que ilustram o episódio. Lucio Mauro Filho, por sua vez, diverte-se com o fato de que não consegue escapar de seu próprio sobrenome. 
A dificuldade de entender seus lugares no mundo moderno e o esforço para se manterem relevantes na faixa da meia-idade também é tratada de forma divertida no espetáculo que chega ao Teatro Fiergs, destaca Mazzeo. "É uma reflexão também sobre o desejo de não remar contra a maré e, ao mesmo tempo, entender os novos tempos. Ou seja, nós não somos youtubers, nós não sabemos usar o TikTok. Então, o que a gente faz? Será que ainda vai ter espaço para o que a gente sabe fazer?", questiona. "Enxergar o novo é a chave. E também é importante buscar um equilíbrio entre a bagagem que acumulamos e podemos oferecer aos projetos, sempre mantendo as portas abertas para as novidades", complementa Mauro Filho. 
Dirigida por Debora Lamm, a comédia é um compilado de esquetes que entrecruzam as histórias de vida dos protagonistas com temas contemporâneos, como a cultura do cancelamento, a instantaneidade das viralizações e as fake newsAo todo, a dupla interpreta cerca de dez personagens, algumas delas sendo uma espécie de "versão" de si mesmos. "Uma das esquetes fala de um pai que quer, a qualquer custo, transformar o filho em um influencer nas redes sociais", adianta Mazzeo. "As cenas são muito variadas, com ambientações (muitas, com projeções em telão) e personagens diferentes, numa linguagem teatral que se aproxima do realismo. Na composição dos personagens, buscamos nos aproximar o máximo possível da realidade, por mais absurdo que seja o assunto, sem perder a questão crítica frente à sociedade atual", observa Mazzeo.
"Uma das finalidades do humor é fazer as pessoas olharem para coisas que estão acontecendo na sociedade sob outra perspectiva. E a nossa peça faz uma reflexão sobre a linha tênue que define os limites da comédia e da nossa responsabilidade de estar em sintonia com o nosso tempo. O humor também envelhece", pondera Lucio Mauro Filho. 

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