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Publicada em 20 de Março de 2025 às 16:54

Theatro São Pedro ficará fechado para reformas até junho de 2026

Histórico espaço da cultura gaúcha ficará fechado para obras de prevenção contra incêndio e acessibilidade; expectativa de reabertura é para junho de 2026

Histórico espaço da cultura gaúcha ficará fechado para obras de prevenção contra incêndio e acessibilidade; expectativa de reabertura é para junho de 2026

TÂNIA MEINERZ/JC
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Adriana Lampert
Adriana Lampert Repórter
No rol de um dos  maiores patrimônios culturais do Estado, o Theatro São Pedro (TSP) fechará suas as portas para o público externo nesta segunda-feira (24), para iniciar as obras de implementação de seu Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) e acessibilidade. A reforma está prevista para terminar em junho do ano que vem.Neste domingo (23) ocorreu o encerramento da programação de fechamento temporário da Instituição, com o recital de Simone Leitão, em comemoração aos 75 anos da primeira apresentação da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) no palco do Theatro São Pedro. Com isso, todos os espetáculos que até então aconteciam ali passarão a ocupar o novo Teatro Simões Lopes Neto (rua Riachuelo, 1.089), que será inaugurado nesta quinta-feira (27), no prédio anexo ao TSP, dentro do complexo Multipalco Eva Sopher (Praça Mal. Deodoro, s/n). Segundo o presidente da Fundação Teatro São Pedro, Antonio Hohlfeldt, após as obras e reabertura do prédio do Theatro São Pedro ao público, a ideia é que o palco da Instituição receba somente espetáculos tradicionais de teatro e concertos de música de câmara. 
No rol de um dos  maiores patrimônios culturais do Estado, o Theatro São Pedro (TSP) fechará suas as portas para o público externo nesta segunda-feira (24), para iniciar as obras de implementação de seu Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) e acessibilidade. A reforma está prevista para terminar em junho do ano que vem.

Neste domingo (23) ocorreu o encerramento da programação de fechamento temporário da Instituição, com o recital de Simone Leitão, em comemoração aos 75 anos da primeira apresentação da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) no palco do Theatro São Pedro. Com isso, todos os espetáculos que até então aconteciam ali passarão a ocupar o novo Teatro Simões Lopes Neto (rua Riachuelo, 1.089), que será inaugurado nesta quinta-feira (27), no prédio anexo ao TSP, dentro do complexo Multipalco Eva Sopher (Praça Mal. Deodoro, s/n). Segundo o presidente da Fundação Teatro São Pedro, Antonio Hohlfeldt, após as obras e reabertura do prédio do Theatro São Pedro ao público, a ideia é que o palco da Instituição receba somente espetáculos tradicionais de teatro e concertos de música de câmara. 
"Ainda estamos discutindo sobre o assunto, mas tudo indica que iremos voltar à linha de programação do projeto original do Theatro São Pedro, datado do final do século XIX", destaca Hohlfeldt. Ele emenda que, em vista disso, as demais apresentações culturais passariam a ocorrer nas outras salas do complexo Multipalco. "Neste caso, o Teatro Oficina Olga Reverbel, que comporta 110 pessoas na plateia, permanecerá com espetáculos menores e os de teatro experimental, enquanto o Teatro Simões Lopes Neto – que tem fosso de orquestra e capacidade para 576 espectadores – será usado para apresentações de grandes concertos, espetáculos de dança e circo, e shows musicais", detalha o presidente da Fundação TSP.

Hohlfeldt observa que a atualização do PPCI é essencial para atender às normas vigentes e reforçar a segurança de artistas, funcionários e público em geral. Ele comenta que "desde o tempo da administração de Eva Sopher (falecida em fevereiro de 2018), o Theatro São Pedro estava envolvido em uma ação do Ministério Público, que apontava a necessidade de realização de obras de prevenção de incêndio e PPCI. "Já assumi o cargo (em março de 2018) com esta demanda. Na época, fizemos contatos com os bombeiros, e com a ajuda da PGE (Procuradoria-Geral do Estado), tomamos algumas providências", recorda.
Nesse meio tempo, foram feitas medidas paliativas, somando a questão da prevenção contra incêndio em paralelo a outras obras, como a troca de sistema de ar-condicionado do TSP, em 2023, destaca Hohlfeldt. Ele ressalta que a Instituição recentemente realizou uma reforma do telhado do prédio, criando espaços de vazão de fumaça resultante de fogo, o que permite a fuga em caso de incêndio, sem risco de inalação de gases, vapores, névoas e partículas tóxicas que podem levar à morte. Essas intervenções foram possíveis graças a recursos – na ordem de R$ 3 milhões – destinados pelo Grupo Gerdau à Associação Amigos do Theatro São Pedro, a fundo perdido. 
Já o atual projeto, orçado em R$ 20 milhões – conta com verba repassada pelo governo estadual no final do ano passado. As obras serão supervisionadas pela empresa de arquitetura Couto & Severo Ltda. Arquitetos e Projetos (especializada em recuperação e reconstrução de prédios históricos), com apoio da Associação Amigos do Theatro São Pedro e realização da Secretaria da Cultura (Sedac).
Esta é a primeira vez que o Theatro São Pedro (o mais antigo de Porto Alegre) passa por uma grande reforma, desde sua reinauguração, há 41 anos. Inventariado pela prefeitura e tombado em nível estadual (IPhae) e nacional (IPhan), seu prédio foi construído em 1833 e abriu as portas pela primeira vez em 1858. Em 1973, foi fechado por falta de condições de segurança e conservação. Em 1975, Eva Sopher assumiu a coordenação das obras de recuperação e a Instituição foi reaberta em 1984, após a restauração de sua edificação.
Agora, o presidente da Fundação Teatro São Pedro (entidade criada em 1982, com o objetivo de arrecadar recursos para a primeira reforma do prédio) trabalha com a referência do dia 27 de junho de 2026 para reabrir as portas do tradicional espaço cultural do Estado. "Escolhemos a data por ser o dia do aniverário do Teatro, mas como o prédio é antigo não sabe o que pode ocorrer durante as obras, principalmente por conta de que será trocada toda a rede hidráulida", pondera Hohlfeldt.
O presidente da Fundação explica que os atuais canos de ferro da rede hidráulica da edificação serão trocados por canos de PVC. "Em paralelo a isso, vamos atacar o problema de acessibilidade reformando todos os banheiros do térreo, e dos primeiro e segundo pisos (inclusive ampliando as portas de entrada), que serão modernizados e adaptados também para cadeirantes", afirma o dirigente. 
Na plateia, serão retiradas as poltronas, que receberão tecido anti-incêndio (assim como o pano de boca) e pintura (da madeira) com tinta intumescente – este último procedimento também será aplicado em todos os objetos, urdimentos e estruturas de madeira presentes no prédio. "Ainda vamos inserir na frente da plateia algumas poltronas para cadeirantes e seus acompanhantes, e substituiremos as laterais da plateia com poltronas para obesos. Também iremos trocar as cadeiras dos camarotes, inserindo poltronas e diminuindo o número de lugares das galerias, para ampliar o espaço e gerar mais conforto do público", adianta Hohlfeldt. Com isso, o teatro reduzirá sua capacidade dos atuais 630 lugares para cerca de 580 lugares. "É um cálculo por cima, pois só vamos saber direito esse número quando colocarmos as poltronas nos novos moldes", observa o gestor. 
O dirigente enumera, ainda, que as melhorias em acessibilidade incluem a instalação de rampas de acesso ao prédio, além da inclusão de elevador ao lado da chapelaria (que será reduzida) e troca da escada madeira (localizada entre o hall e o Foyer, no segundo piso) por uma feita de ferro. "Já elevador vai ligar o Memorial, situado no piso abaixo, até o hall de entrada e ao Foyer, onde funcionará apenas o café", diz Hohlfeldt. Segundo ele, as apresentações musicais que antes aconteciam naquele espaço dentro dos projetos Musical Évora e Mistura Fina passarão a ocorrer na Sala da Música, localizada no complexo Multipalco.


 

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