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Publicada em 19 de Março de 2025 às 10:36

Embaixada do Peru e Instituto Cervantes promovem mostra fotográfica sobre o Peru

As imagens são captadas em infravermelho com o intuito de imprimir uma identidade visual única em seu trabalho

As imagens são captadas em infravermelho com o intuito de imprimir uma identidade visual única em seu trabalho

Renan Cepeda/Divulgação/JC
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Exposição individual do fotógrafo Renan Cepeda, que começa nesta quarta-feira (19), apresenta 30 trabalhos resultantes de viagens dele ao Peru entre 2009 e 2022. A mostra ocorre até o dia 30 de abril, no Instituto de Arquitetos do Brasil no Estado (Rua General Canabarro, 363), em Porto Alegre, segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
Exposição individual do fotógrafo Renan Cepeda, que começa nesta quarta-feira (19), apresenta 30 trabalhos resultantes de viagens dele ao Peru entre 2009 e 2022. A mostra ocorre até o dia 30 de abril, no Instituto de Arquitetos do Brasil no Estado (Rua General Canabarro, 363), em Porto Alegre, segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
Entitulada "Em um lugar dos Andes", a exposição é promovida pela Embaixada do Peru, com o apoio do Instituto Cervantes, e exibe paisagens, cenários e retratos das regiões do interior, onde Cepeda utilizou técnicas fotográficas pelas quais é reconhecido: a fotografia infravermelha e o light painting.

As regiões sob o foco e lanterna do artista são predominantemente áreas mais isoladas de um território muito rico, tanto natural, quanto culturalmente. Nas imagens podem-se desvendar expressões de um povo ainda muito ligado às suas ancestralidades, expressas em festas e peregrinações, como a de Qoyllur Ritti, em Ocongate - Cusco. Nesta e em outras regiões, como Huaraz e Valle del Colca - Arequipa, o fotógrafo percorreu zonas de vulcões e geleiras, com altitudes acima de 4.500 metros sobre o nível do mar, gravando paisagens e cenários que não se veem em cartões postais.

Com produção da socióloga peruana Beatriz Canales Languasco, o conjunto de obras também compara cinco paisagens registradas em outros continentes com várias paisagens andinas, devido às suas semelhanças. O artista pergunta, desta forma, por quê não podemos tratar nossas planícies, serras e outras paisagens com a mesma sacralidade das outras, como um passo importante para preservá-las?
As imagens são captadas em infravermelho com o intuito de imprimir uma identidade visual única em seu trabalho | Renan Cepeda/Divulgação/JC
As imagens são captadas em infravermelho com o intuito de imprimir uma identidade visual única em seu trabalho Renan Cepeda/Divulgação/JC


Renan Cepeda já foi fotojornalista, mas decidiu fotografar em infravermelho com o intuito de imprimir uma identidade visual única em seu trabalho, sem a necessidade de modificá-lo superficialmente, o que poderia causar a impressão de "traição" aos princípios de "fotografia intocada" calcados na escola do fotojornalismo. Desta forma, as imagens que ao mesmo tempo contam histórias reais, têm seus toques artísticos singulares, sendo espontâneas e produzidas na hora.

O Infravermelho é um pedaço do espectro de luz e cor invisível ao olho humano, mas que é capturado a partir de sua gravação através de películas e sensores eletrônicos especialmente modificados em laboratório para registrar esta porção do espectro de cores. Já na técnica noturna de Light Painting, o fotógrafo utiliza da luz para iluminar seu objeto, seja ele uma pessoa ou uma paisagem, enquanto captura o momento com a câmera em longa exposição, formando assim as "pinturas" mencionadas no nome da técnica. Esse trabalho pode durar de um minuto, no caso de um retrato, até horas, se o registro for de uma paisagem inteira.

Ambas as técnicas são estratégias do artista para dar personalidade ao seu trabalho, êxito logrado também por ter sido o primeiro no Brasil a empregar sistematicamente estas técnicas por anos a fio. Os resultados são sempre surpreendentes, até para o próprio autor, com todos os efeitos impactantes tendo sido produzidos no ato fotográfico, sem manipulações posteriores em computador. Boa parte das fotografias foi produzida em película, com câmeras antigas como Rolleiflex 6x6 e Linhof de grande formato, fabricadas nos anos 1950.

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