Porto Alegre, sáb, 15/03/25

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Publicada em 01 de Março de 2025 às 20:19

Carnaval de Porto Alegre se concentra no 4° Distrito e na Orla do Gasômetro

Bloco das Pretas deu partida por volta das 17h e contou com mais de 60 mil pessoas na orla do Gasômetro

Bloco das Pretas deu partida por volta das 17h e contou com mais de 60 mil pessoas na orla do Gasômetro

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Fabrine Bartz
Fabrine Bartz Repórter
As cores azul, rosa, vermelho e amarelo marcam as ruas de Porto Alegre durante este sábado (1º) de Carnaval, representando os blocos “Fusca Azul” e o “Bloco das Pretas”. Mesmo com os termômetros ultrapassando os 36°C em Porto Alegre, centenas de foliões percorrem a região do 4°Distrito e a Orla do Gasômetro celebrando a diversidade e a resistência. As festividades ocorrem a céu aberto de forma gratuita e se estendem até às 23h59min. Dos blocos independentes que conseguiram autorização da prefeitura de Porto Alegre para realização das atividades, apenas dois acontecem neste sábado. Com o tema “Não é não”, o bloco Fusca Azul teve início às 14h, na rua Álvaro Chaves, 382, localizado no 4º Distrito. Além de completar 10 anos de história, o bloco faz uma reflexão sobre o combate ao assédio e a violência contra mulheres.
As cores azul, rosa, vermelho e amarelo marcam as ruas de Porto Alegre durante este sábado (1º) de Carnaval, representando os blocos “Fusca Azul” e o “Bloco das Pretas”. Mesmo com os termômetros ultrapassando os 36°C em Porto Alegre, centenas de foliões percorrem a região do 4°Distrito e a Orla do Gasômetro celebrando a diversidade e a resistência. As festividades ocorrem a céu aberto de forma gratuita e se estendem até às 23h59min.

Dos blocos independentes que conseguiram autorização da prefeitura de Porto Alegre para realização das atividades, apenas dois acontecem neste sábado. Com o tema “Não é não”, o bloco Fusca Azul teve início às 14h, na rua Álvaro Chaves, 382, localizado no 4º Distrito. Além de completar 10 anos de história, o bloco faz uma reflexão sobre o combate ao assédio e a violência contra mulheres.
Com o tema, "Não é Não", bloco Fusca Azul completa 10 anos | EVANDRO OLIVEIRA/JC
Com o tema, "Não é Não", bloco Fusca Azul completa 10 anos EVANDRO OLIVEIRA/JC


Fundado em 2015, no bairro Petrópolis, o Fusca Azul presta uma homenagem à avó de um dos fundadores. “Em 2015, minha avó (Rosa) completava 80 anos e nós já estávamos com a ideia de formarmos um bloco. Tinha acabado de ganhar um fusca do meu pai. Então, resolvemos unirmos o azul do fusca e o rosa do nome nas cores do uniforme”, conta o fundador do projeto, Eduardo Baldasso.
Para realização das atividades, aproximadamente 100 pessoas estão envolvidas em diferentes setores, incluindo segurança e sonorização. O espaço conta com banheiros químicos e lixeiras também disponibilizados com recursos próprios.

Até as 16h30min, cerca de 200 foliões participaram do Fusca Azul, ao som de clássicos do Carnaval como Ivete Sangalo e Psirico. Moradora da Zona Norte da Capital, Cristine Martins chegou cedo, ainda antes das 15h, acompanhada do marido e das netas. “Participo há três anos. É uma distração e um motivo para reunir todo mundo”.
Cristine Martins chegou cedo, ainda antes das 15h, acompanhada do marido e das netas | EVANDRO OLIVEIRA/JC
Cristine Martins chegou cedo, ainda antes das 15h, acompanhada do marido e das netas EVANDRO OLIVEIRA/JC


Já na região Central da cidade, o Bloco das Pretas começou as atividades um pouco depois. O trio elétrico deu partida por volta das 17h, na Usina do Gasômetro, com canções autorais e músicas de cantoras negras brasileiras, como Ludmilla e Elza Soares. Conforme a organização do bloco, a concentração acontece na Orla, justamente, por ser um local de fácil acesso. Grande parte dos foliões ressaltam que “é possível acessar o espaço apenas com uma lotação”.
Criado em 2019, o bloco já se consolidou como uma forte presença na cultura carnavalesca da Capital e reúne, principalmente, mulheres negras da periferia. No cortejo, Rita Santos - uma das fundadoras do bloco -, reforçou a existência e memória de Iara Deodoro. “Uma das mulheres emblemáticas e uma das nossas mestras do Rio Grande do Sul. Esse é o momento de festejarmos e prestarmos saudações a todos”.

Estar aqui hoje representa alegria e leveza. Precisamos valorizar a cultura negra”, salienta Ursula Ingrid de Souza Faria, integrante do Ponta Comunidades, projeto que reúne mais de 30 entidades que atuam em regiões periféricas e vulneráveis da Capital. Aproximadamente, 60 mil pessoas estavam no local até às 18h30min. Embora a realização do evento seja independente, a prefeitura ofertou segurança e banheiros químicos. 
Durante o cortejo, Bloco das Pretas reforçou a existência e memória de Iara Deodoro | EVANDRO OLIVEIRA/JC
Durante o cortejo, Bloco das Pretas reforçou a existência e memória de Iara Deodoro EVANDRO OLIVEIRA/JC


No entanto, a festa com apoio financeiro do executivo vai acontecer somente no final de março, na Orla, Restinga, Zona Leste e Zona Norte. Ao todo, R$ 500 mil serão aportados. Os desfiles das escolas de samba estão mantidos para os dias 14 e 15 de março, com as agremiações dos grupos Prata e Ouro no Complexo Cultural do Porto Seco.

Blocos irão às ruas no final de março

Porto Alegre é uma das poucas capitais que não terá o tradicional desfile oficial dos blocos de rua, que conta com o financiamento do poder público, nesta época do ano. Em nota, a Secretaria Municipal da Cultura (SMC) esclareceu que o adiamento ocorre devido aos prazos previstos no edital para concessão de recursos.

São 45 dias e, segundo o Executivo municipal, o ano fiscal começou em janeiro. Com isso, não há tempo hábil para liberação e organização da verba. Dessa forma, a celebração irá ocorrer de forma descentralizada apenas no final do mês. “A atual gestão municipal apoia e investe no Carnaval de Porto Alegre, tanto de rua quanto do Porto Seco. O fomento aos blocos de rua existe há dois anos”, destaca a nota.

De acordo com a SMC, os blocos independentes, quando solicitado previamente, recebem apoio do município para orientação do trânsito, serviços de limpeza e disponibilização de banheiros químicos. Neste ano, já foram licenciados ou estão com processo em tramitação oito blocos (dois já realizaram seus eventos – os demais acontecerão no feriado de Carnaval ou nas semanas seguintes, em áreas como Orla, 4º Distrito, Restinga e Menino Deus).

Após reunião realizada nesta quarta-feira (26), com o Poder Público e órgãos de segurança, o Ministério Público recomendou que a Prefeitura de Porto Alegre não autorize quaisquer eventos de Carnaval de rua no interior do bairro Cidade Baixa, devido à impossibilidade de garantir segurança dos frequentadores, moradores e comerciantes.

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