O reencontro da lendária banda TNT com o público foi marcado por mais de duas horas de muita emoção e uma plateia composta por milhares de pessoas, que lotaram o Auditório Araújo Vianna na noite desta quinta-feira (19). Com a formação clássica no palco, o grupo que completa 40 anos de sucesso (e que estava há 21 anos sem tocar junto), anunciou que deve realizar uma turnê pelo Rio Grande do Sul, em 2025.
Nesta quinta, Charles Master (vocal e baixo), Tchê Gomes (guitarra e vocal), Márcio Petracco (guitarra, gaita de boca e vocal), Fábio Ly (bateria e vocal), Paulo Arcari (bateria) e João Maldonado (teclados) executaram um repertório de 24 músicas. No setlist, clássicos como Entra nessa, que abriu os trabalhos; Ana Banana, que entrou na sequência; Nunca mais voltar, que levou a plateia para um momento de nostalgia já no início do evento; e Não sei, que sacudiu o público mais para o final da apresentação, marcaram o show histórico. Durante o espetáculo, produtos como bonés e camisetas foram vendidos, e tiveram grande adesão.
O vocalista Charles Master estava bastante emocionado durante a apresentação e agradeceu aos colegas de banda, por terem ajudado na realização de um sonho
TÂNIA MEINERZ/JC
Agendado para às 21h, o show iniciou às 21h36min, após uma fala do do compositor e arranjador Reinaldo Barriga, que foi produtor dos três primeiros álbuns do TNT e também de discos de diversas bandas de rock da década de 1980, especialmente as gaúchas. Aclamados pelo público, os músicos abriram a apresentação com a canção que deu título ao show (Entra nessa) e de saída animaram a plateia; mas foi a terceira música, Identidade zero, que colocou mais gente para dançar nesse primeiro momento.
Segundo a assessoria de imprensa da banda, o espetáculo contou com mais de 4 mil pessoas. Em determinado momento, Charles Master pediu para que aquelas que estivessem assistindo um show do TNT pela primeira vez erguessem a mão, e cerca de metade da plateia se manifestou. Isso também ficou visível pela idade aparente de quem foi assistir ao espetáculo; por outro lado, uma grande parte dos presentes "acusava" ter escutado o som do TNT no período em que a banda estava na ativa. Beirando os 50 anos ou mais, muita gente ainda levou os filhos - uma geração de pré-adolescentes, no geral - para assistir ao show. Ainda, uma geração mais jovem, porém já em idade adulta, provou que as canções da banda são atemporais, cantando junto e dançando todos os hits.
Apesar da sonoridade das músicas eleitas para a retomada do grupo nos palcos ter ficado bem próxima das originais, o TNT optou por incluir alguns arranjos, além de efeitos de guitarra, que deram um ar mais contemporâneo para várias composições. Em Febem, João Maldonado firmou a mão nas teclas dando um ritmo bem rock'n'roll para o hit, que fez a plateia sacudir. Depois desta, que foi a quarta música da apresentação, Charles Master agradeceu os colegas de banda por terem o "ajudado" a realizar um sonho que tinha "desde moleque". O vocalista também lembrou que conheceu Reinaldo Barriga aos 17 anos e declarou que considera o produtor como seu "segundo pai". Bastante emocionado, Master interagiu bastante e instigou o público em diversos momentos.
Marcando quatro décadas de sucesso, a banda se apresentou nesta quinta-feira, no Auditório Araújo Vianna
TÂNIA MEINERZ/JC
Quando a banda adentrou o segundo bloco do show, com a balada Nunca mais voltar, a plateia fez coro alto e aplaudiu muito. Em Gata maluca, o pessoal se empolgou novamente. No palco, também os músicos mostravam estar se divertindo, especialmente Tchê Gomes, com seu jeito bem animado de tocar. O também guitarrista Márcio Petracco protagonizou alguns solos, fez efeitos de feedback, e manteve constante sua postura "estileira" durante todo o espetáculo. Maldonado apostou em um teclado "nervoso e pra cima", a ponto de em alguns momentos sua estrutura rítmica lembrar o estilo do pianista norte-americano Jerry Lee Lewis.
Em Baby, os bateristas Fábio Ly e Paulo Arcari deram uma "pitada" psicodélica na música, ampliada pelos efeitos de guitarra de Petracco, no momento mais instrumental da apresentação desta quinta-feira. Oh! Deby puxou o coro do público, e tornou o espetáculo um grande revival da adolescência de metade da plateia, que balançou muito e cantou com força o refrão. Esta música em especial, chegou mais "marcada", sem o vocal puxado que tinha na versão original. Estou na mão esquentou ainda mais o espetáculo e contou com uma poética sublinhada pela gaita de boca de Petracco. A música Charles Master também acionou o coro do público e foi seguida do anúncio da turnê da banda no ano que vem, tirando a dúvida de quem ainda não tinha certeza de que o TNT voltou à ativa, para além do show desta quinta-feira.
Em Baby, os bateristas Fábio Ly e Paulo Arcari deram uma "pitada" psicodélica na música, ampliada pelos efeitos de guitarra de Petracco, no momento mais instrumental da apresentação desta quinta-feira. Oh! Deby puxou o coro do público, e tornou o espetáculo um grande revival da adolescência de metade da plateia, que balançou muito e cantou com força o refrão. Esta música em especial, chegou mais "marcada", sem o vocal puxado que tinha na versão original. Estou na mão esquentou ainda mais o espetáculo e contou com uma poética sublinhada pela gaita de boca de Petracco. A música Charles Master também acionou o coro do público e foi seguida do anúncio da turnê da banda no ano que vem, tirando a dúvida de quem ainda não tinha certeza de que o TNT voltou à ativa, para além do show desta quinta-feira.
Dentro do meu carro, Tempo no inferno e Tudo no ar foram acompanhadas por uma plateia mais tímida, enquanto Desse jeito contou com mais performance dos teclados, e Isso me deixa insano (onde Fábio Ly também canta) levantou quem tinha sentado. Tchê Gomes, por sua vez, tomou o microfone em Daqui pra frente, onde também fez solo de guitarra. A irmã do Doctor Robert sinalizou que, definitivamente os hits empolgaram mais a plateia, que além de cantar e dançar, registrou o momento com os celulares na mão – e no final ainda acompanhou Charles Master no refrão, acompanhando o ritmo da bateria com palmas para o alto. Petracco assumiu o vocal de O mundo é maior que teu quarto; que antecedeu a última música antes do bis: Não sei. Nessa altura, mesmo cansado pelo adiantado da hora, o público sinalizou o auge da satisfação do reencontro, cantando junto, e mostrando que tem a letra na memória, do início ao fim. Antes de tocar Vacilou, o grupo fez foto com a plateia e Charles Master perguntou quem tinha viajado até a Capital para vivenciar o espetáculo. Boa parte do público levantou a mão, e revelou que muita gente encarou mais de 200km (alguns até mais de 1.000 Km) para estar no Araújo Vianna nesta quinta-feira à noite. Entre essas pessoas, havia quem tivesse se deslocado a partir de Curitiba (PR).
Show no Araújo Vianna reuniu fãs de diferentes faixas etárias e contou com vários momentos de ovação do público
TÂNIA MEINERZ/JC
O final do espetáculo encerrou com a clássica Cachorro louco, que contou com a participação de Reinaldo Barriga em uma das guitarras. Essa foi a música onde o público mais cantou e dançou, apontando para uma excelente receptividade nos próximos shows. Para dar ainda mais ânimo aos fãs, os músicos aceleraram os acordes, encerrando a noite em grande estilo. Ao sair do palco com os colegas de banda, Fábio Ly jogou as baquetas para a plateia, e uma delas foi pega pela garota Vitória, de 11 anos, que afirmou "amar" a banda. "Meu pai coloca as músicas deles para tocar desde que sou muito pequena", disse a menina, emocionada. Se depender de Vitória e outras tantas pessoas que estiveram presentes nessa apresentação e curtiram cada momento, após quatro décadas do início da carreira, o TNT ainda tem margem para percorrer muitas estradas pela frente.