O musical Leci Brandão: na palma da mão chega ao palco do Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/n) às 21h desta terça-feira (12), dentro da programação do 18ª Festival Palco Giratório. A peça que reverencia a vida e a obra da cantora, compositora e percussionista carioca Leci Brandão terá sessão única. Os ingressos custam entre R$ 30,00 (meia-entrada) e R$ 60,00 (inteira) e estão à venda nas Unidades Sesc/RS e pelo link do Festival no site da entidade.
Dirigida por Luiz Antônio Pilar, a montagem é uma realização da Lapilar Produções Artísticas (RJ) e parte do texto do jornalista e escritor Leonardo Bruno. "Na época em que o procurei, ele já havia entrevistado a Leci, pois estava preparando um livro sobre diversas personalidades do samba (Canto de Rainhas - publicado pela editora Agir, em 2021). Com este material sobre ela, que tem uma base muito boa de pesquisa, fizemos uma adaptação dramaturgica para a peça, com recortes da sua história", detalha o diretor.
Amigo pessoal da sambista – que conta com 55 anos de carreira e completou 80 anos de idade em setembro deste ano –, Pilar conta que a ideia de homenageá-la surgiu em 2015. "Ela é uma das maiores artistas do samba e da MPB, com voz própria, pioneira em determinados temas e hoje cumpre seu terceiro mandato como deputada estadual pelo PCdoB em São Paulo", destaca. O espetáculo que teve sua estreia no Rio de Janeiro, no início de 2023, conquistou o público em teatros do Sudeste brasileiro e rendeu o Prêmio Shell de Melhor Direção (para Pilar) em março de 2024. Também recebeu indicações nas categorias de Melhor Ator, para Sergio Kauffmann e Melhor Iluminação, para Daniela Sanchez.
"Recentemente, a Verônica Bonfim também foi indicada como Melhor Atriz Coadjuvante no Prêmio APTR e a peça ganhou o Prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras na categoria Melhor Espetáculo, que será entregue no dia 25, em Belo Horizonte (MG)", emenda o diretor. Além de Verônica e Kauffmann, o elenco de Leci Brandão: na palma da mão conta com Tay O’Hanna. Junto deles, também estão em cena os músicos Matheus Camará (violão, clarinete e agogô), Thainara Castro (pandeiro, atabaque, congas, repique de anel, repinique e efeitos), Pedro Ivo (cuíca, tantan, surdo, caixa, tamborim, congas e efeitos) e Rodrigo Pirikito (violão, cavaquinho e xequerê).
Os três atores contam a trajetória de Leci Brandão, através do canto, da dança e da interpretação teatral, sob dois pontos de vista: o primeiro é o da mãe da compositora, Dona Lecy, que foi fundamental para a carreira da artista e a quem ela tinha "um grande respeito e amor", nas palavras de Pilar. "O segundo recorte da história dela é a religiosidade, a partir das histórias de seus orixás, Ogum e Iansã", ressalta o diretor. Em meio à narrativa, aparecem também personagens masculinos presentes na vida da cantora, como o líder comunitário Zé do Caroço, inspiração de uma de suas músicas mais famosas (que leva seu nome).
Os três atores contam a trajetória de Leci Brandão, através do canto, da dança e da interpretação teatral, sob dois pontos de vista: o primeiro é o da mãe da compositora, Dona Lecy, que foi fundamental para a carreira da artista e a quem ela tinha "um grande respeito e amor", nas palavras de Pilar. "O segundo recorte da história dela é a religiosidade, a partir das histórias de seus orixás, Ogum e Iansã", ressalta o diretor. Em meio à narrativa, aparecem também personagens masculinos presentes na vida da cantora, como o líder comunitário Zé do Caroço, inspiração de uma de suas músicas mais famosas (que leva seu nome).
O caminho trilhado pela artista, que foi a primeira mulher a integrar a Ala de Compositores da Mangueira, e segunda mulher negra a ser eleita para a Assembleia Legislativa de São Paulo, é mostrado em cena ao som de sucessos como As coisas que mamãe em ensinou, Isso é fundo de quintal, Papai vadiou, Eu sou quero te namorar, Ombro amigo, entre outras canções. "Ao todo, são executadas 18 músicas, sendo uma delas o samba-enredo da Mangueira em 2019, Histórias para ninar gente grande", adianta Pilar.
O diretor explica que o espetáculo não tem uma linha cronológica e faz algumas "licenças poéticas". "Minha intenção maior foi sempre integrar a música, o figurino e o cenário numa coisa só, uma concepção global, em que tudo se relaciona", conta. Dentro desse conceito, Lorena Lima criou um cenário que consiste em uma árvore de 2m50cm e o palco todo coberto de folhas secas de mangueira. Dali, surgem peças do figurino criadas por Rute Alves, que serão usadas pelos atores, que permancem na cena durante todo o espetáculo. "A luz da peça é belíssima e o figurino é uma preciosidade", afirma Pilar. "A ambientação cênica remete a um local sagrado, dá um odor, com o cheiro das folhas de mangueira; essas mesmas provocam um outro andar no palco, com seu barulhinho (por estarem secas), e tudo isso traz uma densidade dramática para o espetáculo. Cada pessoa que assiste, percebe de um jeito todas essas sensações."