O músico, arranjador e produtor Quincy Jones, um dos principais nomes da música americana, morreu no domingo (3) aos 91 anos. Ele é reconhecido por trabalhos que vão de Count Basie a Frank Sinatra e pela reformulação da música pop ao colaborar com Michael Jackson. Jones deixou sua marca em trabalhos que vão do jazz ao hip hop. Uma de suas produções mais celebradas é o disco "Thriller", de Michael Jackson.
Jones foi o responsável por produzir alguns dos álbuns mais memoráveis de Michael Jackson como "Off The Wall" (1979) e "Bad" (1987). Estes foram os primeiros discos da fase mais madura do "Rei do Pop", já sem o grupo The Jackson Five, que integrava com seus irmãos.
O produtor recebeu mais de 70 indicações ao Grammy e foi o primeiro compositor negro a assumir um alto cargo em uma grande gravadora, a Mercury. Foi pioneiro também no cinema hollywoodiano. O assessor de Jones, Arnold Robinson, informou que ele morreu em sua casa, na região de Bel Air, em Los Angeles, ao lado da família. A causa não foi informada. "Esta noite, com corações cheios, mas partidos, devemos compartilhar a notícia do falecimento de nosso pai e irmão Quincy Jones", disse a família em um comunicado. "E embora esta seja uma perda incrível para nossa família, celebramos a grande vida que ele viveu e sabemos que nunca haverá outro como ele."
Nascido em Chicago, Jones trabalhou com Ray Charles na adolescência e, como músico, viajou com as big bands de Lionel Hampton e de Dizzy Gillespie. O norte-americano era fã da música brasileira e chegou a desfilar na escola de samba Portela em 2006, no alto de um carro alegórico, em defesa do enredo "Brasil, marca a tua cara e mostra para o mundo". Em fevereiro de 2018, o artista pediu desculpas após entrevistas polêmicas em que acusou Michael Jackson de roubar canções e disse que os Beatles eram os piores músicos do mundo.
Jones produziu "We Are The World" para o projeto que reuniu dezenas de estrelas da música em 1985 para arrecadar fundos para a luta contra a pobreza na África. Lionel Richie, que compôs a faixa com Michael Jackson, classificou Jones como o "mestre orquestrador". Além de Jackson e Lionel Richie, a iniciativa teve a participação de artistas como Bob Dylan, Billy Joel, Stevie Wonder, Cindy Lauper, Steve Perry e Bruce Springsteen.