A música sempre permeou a história de vida da regente de coro, preparadora vocal e backing vocal Jaqueline Barreto. Agora, às vésperas de completar 60 anos de idade e quatro décadas de carreira, ela assume o papel de protagonista no espetáculo O show da vida, que terá sessão única nesta sexta-feira, às 21h, no Teatro do Bourbon Country (av. Túlio de Rose, 80). Os ingressos custam entre R$ 40,00 e R$ 110,00 e estão à venda pelo site Uhuu - Bourbon Country.
Em seu primeiro trabalho de palco solo, a musicista estará acompanhada por Marquinhos Fê (bateria), Matheus Albornoz (contrabaixo), Bruno Silva (trompete), Bruno Coelho (percurssão) Lucas Azevedo (violão) e Cristian Sperandir (piano e direção musical). A apresentação ainda contará com as participações especiais dos compositores Nei Lisboa, Neto Fagundes, Paulo Dorfman e do diretor geral do espetáculo, Juliano Barreto, cantor e sobrinho da artista. "Para além desses parceiros, ainda haverá alguns depoimentos surpresa no telão e a presença da atriz Glau Barros, que vai fazer a parte falada, a partir de uma dramaturgia da minha história", adianta Jaqueline.
Ao mesmo tempo que irá cantar e contar sua história, a musicista fará uma homenagem a Porto Alegre, sua cidade natal, ressaltando a caminhada "de uma mulher preta, artista, professora e mestre em canto". Formada em Licenciatura em Música pelo Centro Universitário Metodista (Ipa), com Mestrado na área de Interpretação do Canto (em Portugal), Jaqueline passou pelo canto lírico, locução e jingles em estúdio, e foi backing vocal da banda TNT e de cantores e compositores como Giba Giba, Gelson Oliveira, Antônio Villeroy, Oswaldo Montenegro e Loma, entre outros. A artista também participou de óperas, espetáculos e filmes como Netto Perde sua Alma, de Tabajara Ruas. Atualmente está com dois coros: um deles, percorre os corredores do Hospital Moinhos de Vento, levando música para os pacientes; e o outro, só de mulheres e criado em seu condomínio residencial (Coro Vizinhares), que tem viajado para apresentações pelo Rio Grande do Sul e outros estados brasileiros.
"O show da vida tem esse nome justamente porque achei que estava mais que na hora de relembrar meus 40 anos dedicados à voz, não só na área da Educação, mas também fazendo palcos de várias formas e em vários estilos musicais", afirma a artista, que também é professora particular de muitos cantores, e foi docente e coordenadora do Curso de Licenciatura em Música do Ipa. Sobre o repertório, ela destaca que a maioria das canções que serão apresentadas falam da Capital, a exemplo de Porto Alegre à noite e Redenção - ambas composições de Paulo Dorfman.
Ao todo, o set list do espetáculo desta sexta-feira vai contar com 18 músicas. Entre elas, canções de autoria de artistas como Carlos Badia (Tuas marcas e Quase amor), Giba Giba (Beirando o rio), Marcelo Polido (O meu lugar e Latinamérica) e Nei Lisboa (Fábula e Dio). Também entram no repertório a composição Melodia Sentimental, de Heitor Villa-Lobos; três standards de jazz (o negro spiritual Sometimes i feel like a motherless child, Stand by me, de Ben E. King e You are the sunshine of my life, de Stevie Wonder); além de The look of love, de Burt Bacharach e a música africana Obialá Korô, que abre o espetáculo. "Ainda irei cantar duas de minhas composições próprias - Armadilha e Cadê você -, do álbum Jaqueline Barreto (2021), que lancei recentemente nas plataformas digitais", destaca a musicista.
Jaqueline pontua que O show da vida é imbuído da resistência de uma mulher negra, que foi construindo um espaço para viver da música em um "terreno difícil (machista e racista) que é o estado do Rio Grande do Sul". "Fazendo esse espetáculo, me dou conta de como minha estrada é bonita, profunda e eclética. Estou ansiosa e querendo dar o meu melhor, pois sei que na plateia estarão muitos amigos, professores e parceiros de estrada. Vai ser uma noite especial e emocionante."