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Publicada em 26 de Setembro de 2024 às 16:52

Morre Armando Freitas Filho, um dos maiores poetas do Brasil, aos 84 anos

Poeta carioca, com obra que remonta aos anos 1960, teve morte confirmada nesta quinta-feira (26)

Poeta carioca, com obra que remonta aos anos 1960, teve morte confirmada nesta quinta-feira (26)

TOMAZ SILVA/ABR/JC
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Folhapress
O poeta carioca Armando Freitas Filho, autor de uma das obras líricas mais consolidadas do país, morreu nesta quinta-feira (26), aos 84 anos.
O poeta carioca Armando Freitas Filho, autor de uma das obras líricas mais consolidadas do país, morreu nesta quinta-feira (26), aos 84 anos.
A informação foi confirmada por sua editora, a Companhia das Letras, que não informou a causa da morte. A editora ainda publicará em breve "Respiro", último livro do autor.
Freitas Filho tem obra que remonta aos anos 1960, quando lançou "Palavra", pontapé inicial de um projeto literário que reuniria em torno de 15 livros bem esmerados -o último, "Rol", saiu em 2016, se não contarmos a edição limitada de "Cristina", em 2022, com edição artesanal voltada aos amigos.
Alguns de seu títulos mais importantes também são "À Mão Livre", de 1979; "Fio Terra", de 2000; "Raro Mar", publicado em 2006; Dever, de 2013 e Arremate, em 2020. Em 2003, quando completou 40 anos de carreira, sua poesia até então foi reunida na coletânea Máquina de Escrever.
Em 1985, recebeu um Prêmio Jabuti por "3x4". Também foi vencedor do Prêmio Rio de Literatura, do APCA e do Alphonsus Guimarães, da Biblioteca Nacional.
O poeta foi "discípulo" de Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. Os conheceu na década de 1960, depois da publicação de seu livro de estreia, e teve seu trabalho profundamente influenciado por eles, em especial por Drummond.
"Sou um dos poucos que ainda restam que tiveram convívio com ele e essa é uma coisa que me dá até um pouco de aflição", disse ao Estadão em 2012. "A influência dele era marcante não somente com o que ele escrevia, mas com o que ele falava."
Também foi grande amigo e confidente da poeta e crítica literária Ana Cristina Cesar, morta em 1983, aos 31 anos. Foi o organizador da coleção póstuma Novas Seletas, de 2007. Também foi curador de Poética, de 2013, que reuniu a obra da poeta.
A obra de Freitas Filho foi marcado por um tom biográfico. "Eu sou filho único. A luta amorosa com os pais é importante na minha biografia", disse ele ao Estadão em 2009, no lançamento de Lar.
Em comunicado no Instagram, a poeta Alice SantAnna, editora de Freitas Filho na Companhia das Letras, lamentou a morte: "Armando era um dos maiores poetas brasileiros em atividade. Sua poesia fala sobre o amor, a morte, a casa, o ofício de escrever, o Rio de Janeiro. Seu legado é gigantesco e continua vivo em cada poema seu".
Ele deixa a mulher, Cristina, e dois filhos, Carlos e Maria.

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