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Publicada em 05 de Julho de 2024 às 00:40

Cia. Stravaganza completa 36 anos de trajetória, com programação especial

Criada em 1988, a companhia teatral firmou-se como um dos grupos mais atuantes e reconhecidos em todo o País

Criada em 1988, a companhia teatral firmou-se como um dos grupos mais atuantes e reconhecidos em todo o País

/DIVULGAÇÃO/JC
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Adriana Lampert
Adriana Lampert Repórter
Completando 36 anos de atividades ininterruptas em junho de 2024, a Cia. Stravaganza preparou uma programação especial para marcar a data. Dentre as atrações comemorativas, nesta sexta-feira (5) estreia o espetáculo Kassandra, do dramaturgo Sergio Blanco, com direção de Adriane Mottola e atuação da atriz e bailarina trans Estrela Dinn. A peça - uma reescrita contemporânea a partir do antigo mito de Cassandra, agora uma mulher "em trânsito", sem identidade, endereço ou país fixo - será apresentada também no sábado (6) e no domingo (7) e segue temporada até o final do mês, com sessões às sextas-feiras (dias 12, 19 e 26), sempre às 20h, no Estúdio Stravaganza (rua Dr. Olinto de Oliveira, 68). Os ingressos custam R$ 30,00 (meia-entrada) e R$ 60,00 (inteira), e estão à venda pela plataforma Sympla.
Completando 36 anos de atividades ininterruptas em junho de 2024, a Cia. Stravaganza preparou uma programação especial para marcar a data. Dentre as atrações comemorativas, nesta sexta-feira (5) estreia o espetáculo Kassandra, do dramaturgo Sergio Blanco, com direção de Adriane Mottola e atuação da atriz e bailarina trans Estrela Dinn. A peça - uma reescrita contemporânea a partir do antigo mito de Cassandra, agora uma mulher "em trânsito", sem identidade, endereço ou país fixo - será apresentada também no sábado (6) e no domingo (7) e segue temporada até o final do mês, com sessões às sextas-feiras (dias 12, 19 e 26), sempre às 20h, no Estúdio Stravaganza (rua Dr. Olinto de Oliveira, 68). Os ingressos custam R$ 30,00 (meia-entrada) e R$ 60,00 (inteira), e estão à venda pela plataforma Sympla.
Criada em 1988 por Adriane Mottola, Luiz Henrique Palese e Cacá Corrêa (ambos já falecidos), a companhia teatral firmou-se como um dos grupos mais atuantes e reconhecidos em todo o País, arrematando 106 premiações. Ao longo de sua trajetória, o grupo realizou 32 espetáculos, sendo os mais recentes Kassandra e Mritak - A Comédia da Vida. Esta última, é uma proposta de experiência cênico-gastronômica, onde o público é convidado a participar de um jantar indiano em três tempos, com entrada, prato principal e sobremesa. 
Em Mritak..., com direção de Adriane Mottola e atuação de Duda Cardoso, Janaina Pellizzon e Lauro Ramalho, o grupo conta a história de Lal Bihari que, ao descobrir-se morto nos registros oficiais, tenta, por 19 anos, provar que está vivo. A montagem estreia na quarta-feira (10) e segue com apresentações nos dias 17, 24 e 31 de julho, sempre às 20h (ingressos também pela plataforma Sympla, no valor de R$ 98,00).
Com sede própria, o Estúdio Stravaganza recebe apresentações do próprio grupo e de outras companhias, sedia workshops, oficinas teatrais, projetos de residência artística e outras atividades culturais. "É bem difícil mensurar quantos artistas já passaram pela Cia. Stravaganza; já tivemos espetáculos que agregaram mais de 40 pessoas, entre atores, técnicos e colaboradores", comenta Adriane. "Hoje, temos um núcleo de gestão do espaço, que é administrado pelo Duda Cardoso, Ricardo Vivian e eu. No núcleo artístico da companhia, além dos citados acima, contamos com parceiros de longa data, a exemplo de Fernando Kike Barbosa, Lauro Ramalho e Janaina Pelizzon."
Para além do "núcleo duro" da Stravaganza, ao longo dos anos muitos artistas integraram a companhia em diversos projetos, entre eles Gustavo Curti, Ricardo Severo, Fernanda Petit, Sofia Salvatori, Kiko Mello, Angela Spiazzi, Cassio Brasil, Felipe Zancanaro, Mirna Spritzer, Miriã Possani, e mais, recentemente, Sandra Possani e Estrela Dinn. "São pessoas que a gente quer ter sempre por perto", pontua a diretora do grupo. Ela recorda com carinho do primeiro espetáculo, que marcou a criação da companhia: Shandar e o Feitiço de Mungo (1988), que conquistou oito prêmios (quatro Tibicuera e quatro Quero-quero). Depois desta montagem, vieram as duas versões - também premiadas - de Jujubas (1990 e 2000); seguidas por Decameron, que  recebeu sete prêmios, entre os quais o Troféu Florêncio 1995 de Melhor Espetáculo Estrangeiro do Ano, dado pela Associação de Críticos Teatrais do Uruguai.
"Decameron foi o espetáculo da Stravaganza que mais viajou, além de ser sucesso de crítica e público", destaca Adriane. Na sequência, outro sucesso foi A Comédia dos Erros (2008), criada especialmente para ocorrer no Estúdio Stravaganza, e que se manteve por longa temporada no espaço dia companhia, ganhando vários troféus Braskem e Açorianos de Teatro. "Muitos outros espetáculos marcaram nossa história: Bebê Bum (1999) teve um longo período de pesquisa sobre o clown; Teus desejos em fragmentos (2006), de Ramón Griffero, foi uma guinada na trajetória artística da Cia., pois gerou em nós a vontade de trabalhar com a dramaturgia contemporânea com temática urbana, abrindo uma nova fase a ela dedicada", emenda a diretora. "Depois, vieram Estremeço (2011), de Joel Pommerat; Pequenas violências silenciosas e cotidianas, (2013) de Fernando Kike Barbosa; Espalhem minhas cinzas na Eurodisney (2018), de Rodrigo Garcia, e agora Kassandra, de Sergio Blanco (2024). Como Vivem os Mortos?, do Palese, também foi emblemática para o grupo."
As comemorações de aniversário da Cia. Stravaganza iniciaram no último dia 29, com a Feijoada Stravagante, uma ação em prol dos artistas das Artes Cênicas afetados pela enchente em Porto Alegre, com renda revertida para colegas que sofreram perdas significativas em seus espaços de trabalho ou moradia. Com um cardápio tradicional e vegano, assinado por Duda Cardoso, a tarde contou com apresentações artísticas de Gloria Crystal, Lauro Ramalho (Laurita Leão), Everton Barreto (Lady Cibele) e Janaina Pellizzon como Madame Zara. 
Nos dias 13, 20, 27 de julho e 03 de agosto, sempre às 20h de sábados, o espaço ainda irá receber a nova temporada de A mulher que queria ser Micheliny Verunschk (texto de Wilson Freire), dirigida por Adriane, com atuação de Sandra Possani. A diretora da Cia. Stravaganza revela que nem tudo é glamour na vida de uma companhia com tanto tempo de atuação.
"Passamos por muitos desafios, a exemplo da saga de 25 anos para legalizar nosso espaço físico, depois a pandemia de Covid-19, que desestruturou todo nosso trabalho, e, recentemente, toda programação que estrearia no mês de junho adiada devido às enchentes", enumera. "Mais uma vez nosso trabalho teve que se reestruturar e as oficinas voltaram com um número menor de alunos. Mas, como de costume - unidos - agora, voltamos à cena."
 

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