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Publicada em 26 de Junho de 2024 às 01:25

Festival Fênix reúne grupos de dança locais e nacionais em evento online

Iniciativa da Associação Gaúcha de Dança (Asgadan), o Festival Fênix reúne grupos e companhias de várias partes do Brasil em edição online neste final de semana

Iniciativa da Associação Gaúcha de Dança (Asgadan), o Festival Fênix reúne grupos e companhias de várias partes do Brasil em edição online neste final de semana

/Asgadan/DIvulgação/JC
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Adriana Lampert
Adriana Lampert Repórter
As enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em maio deste ano, e que prejudicaram toda a cadeia de artistas e de trabalhadores do setor cultural gaúcho, também inspiraram a criação de um novo projeto da Associação Gaúcha de Dança (Asgadan). Pensado para auxiliar escolas, bailarinos e outros profissionais do setor da dança no Estado, o Festival Fênix - iniciativa que reúne grupos e companhias de várias partes do Brasil - terá edição online neste final de semana. Contando com 83 coreografias inscritas, a mostra competitiva acontece às 19h deste sábado e às 18h de domingo, com transmissão gratuita no canal no Youtube da entidade. 
As enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em maio deste ano, e que prejudicaram toda a cadeia de artistas e de trabalhadores do setor cultural gaúcho, também inspiraram a criação de um novo projeto da Associação Gaúcha de Dança (Asgadan). Pensado para auxiliar escolas, bailarinos e outros profissionais do setor da dança no Estado, o Festival Fênix - iniciativa que reúne grupos e companhias de várias partes do Brasil - terá edição online neste final de semana. Contando com 83 coreografias inscritas, a mostra competitiva acontece às 19h deste sábado e às 18h de domingo, com transmissão gratuita no canal no Youtube da entidade. 
Fundada em 1969 (sendo a mais antiga representação das Artes Cênicas do Estado), a Associação é formada por uma equipe de artistas voluntários, que tem como missão integrar e promover ações voltadas ao setor, em suas mais diversas linguagens. Neste mesmo conceito, o Festival apresenta uma série de modalidades de dança, para todos os gostos. "No sábado, ocorrem apresentações de Ballet Clássico, Sapateado, Danças Folclóricas e Dança de Salão. Já no domingo o público poderá assistir coreografias de Dança Contemporânea, Jazz e Danças Urbanas", resume a conselheira fiscal da Asgadan, Marlise Machado (também representante do setor no Conselho Municipal de Cultura).
A conselheira da Asgadan lembra que, desde maio, "não somente um sem número de eventos foram cancelados quase que instantaneamente no Estado", por conta da calamidade pública em diversos municípios, como os espaços culturais dessas cidades foram direta e indiretamente atingidos. "Isso trouxe prejuízos materiais de grande monta, deixando milhares de trabalhadores e trabalhadoras da Cultura sem renda e, não raro, sem suas casas", destaca. "Com a Dança, não foi diferente: prédios de escolas foram atingidos, materiais e equipamentos foram perdidos e muitos profissionais irão demorar para retomar suas atividades."
Além de escolas e espaços de Dança fechados ou funcionando precariamente, Marlise afirma que muitos desses negócios, apesar de não terem sido atingidos pelas águas, perderam alunos. "Justamente por isso, e por não haver nem clima para um evento presencial, surgiu a ideia de fazer um festival online, com foco na participação de artistas de fora do Estado", explica Marlise. Segundo ela, o objetivo da iniciativa é arrecadar verba para o Fundo da Dança, criado pela entidade, com a finalidade de oferecer um auxílio emergencial para escolas e profissionais do setor impactados pelo evento climático.
"A iniciativa é uma união de solidariedade e celebração, proporcionando uma oportunidade para a comunidade da Dança se unir em apoio mútuo e em apoio àqueles que foram afetados pelas enchentes", pontua Marlise. A distribuição dos recursos se baseará em levantamento feito pelo Colegiado Setorial de Dança do Estado. Até o início desta semana, a ação contava com R$ 30 mil arrecadados.
"Somente em Porto Alegre, temos 103 escolas e 82 grupos e companhias mapeados, mas o número é maior (em todo o território gaúcho)", destaca, se referindo ao "tamanho" da cadeia produtiva do setor. Além da verba recolhida junto aos inscritos, durante a transmissão do evento, a entidade irá disponibilizar um QR Code da Associação para doações espontâneas do público, a fim de robustecer o Fundo.
As premiações - todas advindas de doações - variam de figurinos a bolsas de estudos, incluindo uma vivência na escola do Ballet Bolshoi de Joinville (SC). Por se tratar de um evento solidário, não haverá prêmios em dinheiro.
Para além do Festival, a Asgadan também conduz, desde maio, uma campanha de doações via pix (com cada contribuição sendo registrada no portal da transparência da entidade), para ajudar na limpeza e outras necessidades dos espaços atingidos. "No que se refere ao Fundo da Dança, a expectativa é não repassar valores inferiores a R$ 200,00 por beneficiado. Por isso, é muito importante que as pessoas que assistirem o Festival façam colaborações espontâneas", destaca Marlise. Ela observa que "até agora, as doações que uma série de artistas brasileiros fizeram para o poder público" não chegaram. 
"Não há transparência do governo", critica. "Os artistas integram uma classe que é a primeira a parar e a última a retomar suas atividades, em eventos como a enchente, a exemplo do que ocorreu na pandemia de Covid-19", ressalta. "Até agora, só recebemos promessas, mas não veio nada. Entendemos que precisaria de mais agilidade do governo nesse sentido."
 

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