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Publicada em 16 de Junho de 2024 às 15:52

Morre Ayrton Patineti dos Anjos, ‘o maior produtor discográfico da história do RS’

Produtor musical Patineti dos Anjos tinha 82 anos e atuava há mais de seis décadas em Porto Alegre

Produtor musical Patineti dos Anjos tinha 82 anos e atuava há mais de seis décadas em Porto Alegre

TÂNIA MEINERZ/JC
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Guilherme Kolling
Guilherme Kolling Editor-chefe
Morreu na manhã deste domingo, 16 de junho, o produtor musical Ayrton Patineti dos Anjos. Ele tinha 82 anos, estava internado no Hospital Dom Vicente Scherer da Santa Casa e faleceu após complicações e infecção generalizada. O velório será nesta segunda-feira, das 10h às 16h, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre. A informação foi confirmada pela produtora musical Ângela Flach, amiga próxima da família.
Morreu na manhã deste domingo, 16 de junho, o produtor musical Ayrton Patineti dos Anjos. Ele tinha 82 anos, estava internado no Hospital Dom Vicente Scherer da Santa Casa e faleceu após complicações e infecção generalizada. O velório será nesta segunda-feira, das 10h às 16h, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre. A informação foi confirmada pela produtora musical Ângela Flach, amiga próxima da família.
“Trata-se do maior produtor discográfico da história do Rio Grande do Sul. Simplesmente isso. E, por consequência, um dos maiores produtores fonográficos do Brasil.” A definição de Patineti é do jornalista e crítico musical Juarez Fonseca.
Patineti atuou por mais seis décadas como produtor, sendo também um agitador do meio cultural, promovendo shows e lançando novos talentos no cenário musical. “Nos festivais nativistas, nomes como Luiz Carlos Borges, César Passarinho, Elton Saldanha e João de Almeida Neto passaram pela mão dele nos discos que foram produzidos”, observa Fonseca.
O jornalista e escritor Márcio Pinheiro, que assina a biografia Ayrton Patineti dos Anjos – Lembranças, Sons e Delírios de um Produtor Musical (Editora Plus, 2018) ao lado do também jornalista Roger Lerina, destaca a contribuição decisiva de Patineti para a cultura do Rio Grande do Sul nas últimas décadas.
“Patineti foi uma das figuras mais curiosas e orignais da música feita no Rio Grande do Sul. Esteve em quase todos os movimentos dos últimos 50 anos e teve uma participação decisiva em tantas carreiras, como a de Borghettinho, Bebeto Alves, Geraldo Flach, Jorge André Brittes, Victor Hugo e tantos outros. Vai fazer falta”, comenta Pinheiro.
O produtor musical seguia atuando em seu escritório na Zona Sul de Porto Alegre, como representante no Rio Grande do Sul da Associação Brasileira de Música e Artes (Abramus), onde atuava com seu filho, Caetano dos Anjos.
Ele se afastou por motivos de saúde um pouco antes da enchente deste ano, mas recentemente chegou a participar da produção do show coletivo MPG – Música Popular Gaúcha, que aconteceria em 2 de maio no Teatro de Câmara Túlio Piva, adiado em função das chuvas e enchente em Porto Alegre.
"Vamos fazer esse show, agora é uma responsabilidade minha manter esse legado e compartilhar o conhecimento fornecido por ele", afirma o filho Caetano dos Anjos. "Também faremos o Grande Encontro - 10 anos no fim do ano, será com certeza uma homenagem a ele. É um show que reúne os maiores artistas da música regional", completa.
Caetano define o pai como "um impulsionador da cultura", atento e generoso com artistas, autores e intérpretes. "Estava além do seu tempo, um visionário cultural. Ele conseguia prever, sentir e compartilhar o sucesso. O que ele tocava viarava sucesso. E sempre compartilhou a arte e a música com muitos amigos. Além disso, foi alguém que viveu intensamente", observa Caetano.
Patineti deixa os filhos Fábio, Mauro e Caetano dos Anjos. Sua ex-esposa Berê Biacchi – cantora que venceu o 1º Musicanto Sul-Americano do Nativismo de Santa Rosa em 1983 com No Sangue da Terra Nada Guarani – também esteve presente ao lado de Patineti nos últimos dias. 
Em 2018, o Jornal do Comércio publicou Reportagem Cultural com o perfil de Patineti, escrito pelo jornalista Geraldo Hasse, que lembrou a trajetória do produtor musical e o início de sua carreira e da relação com Elis Regina – foi a cantora que deu o apelido de "Patineti" a Ayrton dos Anjos. 

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