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Publicada em 14 de Junho de 2024 às 00:40

Artistas gaúchos voltam à cena pela reconstrução da Cultura

Entre 25 e 30 de junho, projeto Deu Pra Ti Baixo Astral promove dez apresentações teatrais no Teatro do CIEE-Banrisul, em prol das vítimas das enchentes

Entre 25 e 30 de junho, projeto Deu Pra Ti Baixo Astral promove dez apresentações teatrais no Teatro do CIEE-Banrisul, em prol das vítimas das enchentes

/VILMAR CARVALHO/DIVULGAÇÃO/JC
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Adriana Lampert
Adriana Lampert Repórter
Afastar "a tristeza que se instalou no povo gaúcho" depois das enchentes do mês de maio está entre as metas do projeto Deu Pra Ti Baixo Astral - Juntos pra voltarmos a sorrir, idealizado pela Top Agência Produtora. A iniciativa prevê apresentações teatrais para o público adulto e infantil entre os dias 25 a 30 de junho, no Teatro do CIEE-RS Banrisul (rua Dom Pedro II, 861), com ingresso solidário no valor R$ 50,00 (meia-entrada) junto com doação de 1kg de alimento não perecível, um agasalho ou um brinquedo, que será destinado para as vítimas da maior tragédia ambiental ocorrida no Estado. O custo da entrada sem doações é de R$ 100,00 (inteira).
Afastar "a tristeza que se instalou no povo gaúcho" depois das enchentes do mês de maio está entre as metas do projeto Deu Pra Ti Baixo Astral - Juntos pra voltarmos a sorrir, idealizado pela Top Agência Produtora. A iniciativa prevê apresentações teatrais para o público adulto e infantil entre os dias 25 a 30 de junho, no Teatro do CIEE-RS Banrisul (rua Dom Pedro II, 861), com ingresso solidário no valor R$ 50,00 (meia-entrada) junto com doação de 1kg de alimento não perecível, um agasalho ou um brinquedo, que será destinado para as vítimas da maior tragédia ambiental ocorrida no Estado. O custo da entrada sem doações é de R$ 100,00 (inteira).
Ao todo, dez espetáculos compõem a grade de programação do projeto, que pode ser conferida no site deupratibaixoastral.com, onde também é possível adquirir os ingressos de forma antecipada. Seis apresentações são destinadas ao público adulto e acontecem sempre às 20h: a primeira sessão, dia 25 (terça-feira), leva ao palco do espaço cultural o musical Tributo Cazuza: vida (Karen Radde e Vinicius Menezes). No dia 26, a atração é a comédia Manual prático da mulher moderna (Patsy Cecato), seguida - no dia 27 - por outra montagem do gênero: TOC, Uma comédia obsessiva compulsiva (Lutti Pereira). Já a noite do dia 28 será dedicada a uma sessão de Terapia colorida #TudoJunto&Misturado (Juliana Barros), fazendo uma alusão ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA . "Nesta data, após o espetáculo, ainda ocorrerá uma conversa com um psicólogo da Ong Igualdade, que irá falar dos direitos homoafetivos e outros assuntos relativos ao tema da peça, que pontua a liberdade para toda forma de amor", sinaliza a diretora da peça.
No final da semana, o público adulto ainda poderá conferir os espetáculos Se meu ponto G falasse (direção de Júlio Conte), que acontecerá no dia 29 (sábado), e Terapia de Casal, uma comédia em crise (Juliana Barros), que encerra a programação no dia 30 (domingo). O projeto conta ainda com outras quatro montagens, voltadas para as crianças: Peter Pan (dirigido por Karen Radde) acontece no dia 27; Aladdin (Karen Radde), no dia 28; Gato de Botas e Bombachas (Arthur Barbosa), no dia 29; e Adivinha o que é (Juliana Barros), no dia 30. Todas as peças infantis ocorrem às 16h.
"Nesta semana, ainda fechamos uma parceria, que levará um show com entrada franca para o palco do Teatro do CIEE-RS Banrisul, espaço que está nos apoiando muito, e sem o qual esse projeto não aconteceria", destaca Juliana Barros, responsável pela Top Agência Produtora. "Com isso, antes mesmo do início da programação oficial do evento, o público será contemplado com a apresentação musical de diversos artistas gaúchos, como Duca Leindecker e convidados, e a banda Casa Torta, que vão lançar o clipe Pra poder seguir".
Juliana destaca que "seguir em frente, retomando os trabalhos" também é o mote do projeto: "Não podemos permitir que a enchente afogue os nossos sonhos, os nossos sorrisos e a nossa arte", afirma, lembrando que os artistas gaúchos ainda estavam se recuperando do impacto da pandemia de Covid-19 quando ocorreram as enchentes. "A classe artística foi muito prejudicada em ambos os eventos. Agora, com os alagamentos, muitos dos mais de 60 profissionais envolvidos nesse projeto foram impactados diretamente - e quem não ficou desalojado sofreu indiretamente com a tragédia, ficando sem poder trabalhar, em vista de que muitos espaços culturais foram afetados", destaca Juliana.  "Isso não pode e não vai acontecer, porque nós fazemos parte desse processo de reconstrução", emenda.
A diretora teatral observa que a classe artística necessita não somente de iniciativas pontuais, como o projeto Deu Pra Ti Baixo Astral, mas também de apoio do poder público. "O contexto das artes cênicas está muito difícil, precisaria de um olhar mais efetivo das secretarias de Cultura estadual e municipais, mas infelizmente, principalmente em Porto Alegre, não vejo nenhum movimento no sentido de ajudar diretamente artistas e grupos locais", lamenta. Ela observa que - na contramão do evento que está agendado para ocorrer entre os dias 25 e 30 de junho - muitos grupos "não estão conseguindo se reerguer", uma vez que a grande maioria das temporadas agendadas foram canceladas, e depósitos de cenários e teatros foram invadidos pelas águas de maneira devastadora. 
Ao reforçar que a ideia do projeto surgiu da necessidade de reconstrução da Cultura, Juliana conta que, para este evento, foram priorizados espetáculos de sucesso de público e crítica, que tiveram suas temporadas ou apresentações canceladas por conta da enchente. "Fizemos um 'quebra-cabeça' para conseguirmos colocar dez espetáculos juntos em um mesmo teatro. Por isso, todas as produções estão mobilizadas e juntas para viabilizar todas as apresentações. "A programação também foi pensada de forma que as peças gerem uma vivência positiva no público, levando esperança através da arte, para incentivar as pessoas a sair do olhar da perda e buscarem ficar bem para poder ajudar quem precisa."
Integrando ação coletiva proposta por Juliana, o diretor e produtor Lutti Pereira considera que a iniciativa pode sevir de impulso, assim como outros projetos do gênero que começam a despontar em meio à classe teatral. "É impressionante o que as pessoas conseguem juntas, quando olham de verdade umas para as outras", observa, lembrando que a arte, a Cultura e o entretenimento integram um setor importante da economia que não pode ficar parado neste processo de retomada e reconstrução.
"Para o Teatro CIEE-RS Banrisul, apoiar este projeto representa um esforço para tentar mitigar os impactos dessa tragédia, que também afeta profundamente o setor artístico. Desejamos transformar nosso palco em uma ferramenta de apoio e um canal para a disseminação de energias positivas", comenta o coordenador de Eventos do espaço cultural, Paulinho Beccon.

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