O Centro Cultural Vila Flores (rua São Carlos, 753) é um conglomerado de edifícios que datam de 1928. Esses edifícios enfrentam, neste mês de maio, a segunda enchente em sua história. O andar térreo do espaço foi completamente tomado pela água, que chegou a 1,60m dentro dos ateliês e do galpão multicultural. Mais de 40 iniciativas culturais e 100 funcionários foram diretamente afetados.
O co-fundador do Vila, João Felipe Wallig, conta que os primeiros dias foram de preparação do andar térreo caso a água chegasse até lá. “Lacramos as portas com sacos de areia e levantamos tudo o que dava para cima das mesas, mas a água passou disso. Ela foi subindo, e em dado momentos tivemos que aceitar que teríamos de lidar com todo esse material depois que a água baixasse”.
Enquanto o acesso ainda estava interditado, os vileiros, como os funcionários se chamam, iniciaram uma campanha de arrecadação através do Instagram com o intuito de juntar dinheiro o suficiente para reerguer o Vila e todos os outros espaços culturais que necessitassem de ajuda no entorno.
O galpão, que servia como espaço multicultural para diversos eventos como atividades culturais, educativas, espetáculos, apresentações, shows, oficinas, palestras, seminários e encontros, agora terá outra função. A ideia é de que, depois que a água baixar - as chuvas da última quinta-feira (23) alagaram novamente o espaço - o Galpão se torne um espaço de restauração e avaliação de objetos eletrônicos e eletrodomésticos que entraram em contato com a água. A organização já está em contato com lojas de restauração da região para que, juntos, possam fazer esse trabalho e ajudar também os vizinhos afetados.
Os imóveis do Vila eram, na medida do possível, preparados para enfrentar enchentes. O andar térreo é feito de paralelepípedos, e foram construídos jardins de chuva, para que a água acumulada escoasse para a rua. “A maioria do que é solo, em Porto Alegre, é impermeável, tanto por asfalto quanto por concreto. A nossa ideia era ter essas medidas de absorção da água da chuva, para que a gente pudesse ter menos inundação”. Antonia Wallig, também co-fudadora do local, relata que nem os jardins de chuva salvaram o local. “A verdade é que a altura da enchente surpreendeu todo mundo, né?”.
Quando a família comprou o imóvel, mais de 10 anos atrás, as portas tinham uma pequena mureta de cimento, feita depois da enchente de 1941, com o intuito de conter os danos de uma possível enchente futura. Porém, nunca se imaginava que as águas chegariam por lá outra vez, muito menos com essa dimensão.
A rede elétrica foi totalmente danificada e terá de ser trocada. Dentro dos ateliês, quase tudo foi perdido. Máquinas de costura, móveis, instrumentos de música e fornos de cerâmica terão de passar por uma avaliação, onde a maioria terá que ser jogada fora. A biblioteca do local é, hoje, praticamente só lixo: os livros foram extremamente danificados e não há muita expectativa de que possam ser restaurados.
O co-fundador do Vila, João Felipe Wallig, conta que os primeiros dias foram de preparação do andar térreo caso a água chegasse até lá. “Lacramos as portas com sacos de areia e levantamos tudo o que dava para cima das mesas, mas a água passou disso. Ela foi subindo, e em dado momentos tivemos que aceitar que teríamos de lidar com todo esse material depois que a água baixasse”.
Enquanto o acesso ainda estava interditado, os vileiros, como os funcionários se chamam, iniciaram uma campanha de arrecadação através do Instagram com o intuito de juntar dinheiro o suficiente para reerguer o Vila e todos os outros espaços culturais que necessitassem de ajuda no entorno.
O galpão, que servia como espaço multicultural para diversos eventos como atividades culturais, educativas, espetáculos, apresentações, shows, oficinas, palestras, seminários e encontros, agora terá outra função. A ideia é de que, depois que a água baixar - as chuvas da última quinta-feira (23) alagaram novamente o espaço - o Galpão se torne um espaço de restauração e avaliação de objetos eletrônicos e eletrodomésticos que entraram em contato com a água. A organização já está em contato com lojas de restauração da região para que, juntos, possam fazer esse trabalho e ajudar também os vizinhos afetados.
Os imóveis do Vila eram, na medida do possível, preparados para enfrentar enchentes. O andar térreo é feito de paralelepípedos, e foram construídos jardins de chuva, para que a água acumulada escoasse para a rua. “A maioria do que é solo, em Porto Alegre, é impermeável, tanto por asfalto quanto por concreto. A nossa ideia era ter essas medidas de absorção da água da chuva, para que a gente pudesse ter menos inundação”. Antonia Wallig, também co-fudadora do local, relata que nem os jardins de chuva salvaram o local. “A verdade é que a altura da enchente surpreendeu todo mundo, né?”.
Quando a família comprou o imóvel, mais de 10 anos atrás, as portas tinham uma pequena mureta de cimento, feita depois da enchente de 1941, com o intuito de conter os danos de uma possível enchente futura. Porém, nunca se imaginava que as águas chegariam por lá outra vez, muito menos com essa dimensão.
A rede elétrica foi totalmente danificada e terá de ser trocada. Dentro dos ateliês, quase tudo foi perdido. Máquinas de costura, móveis, instrumentos de música e fornos de cerâmica terão de passar por uma avaliação, onde a maioria terá que ser jogada fora. A biblioteca do local é, hoje, praticamente só lixo: os livros foram extremamente danificados e não há muita expectativa de que possam ser restaurados.
A estrutura dos prédios, que são Patrimônio Cultural de Bens Imóveis de Porto Alegre, será reavaliada e possivelmente passará por uma reforma preventiva. Ainda não há previsão de nenhum apoio a nível municipal, estadual ou federal para reconstruir patrimônios das cidades afetadas.
A campanha de arrecadação se dá através do PIX do Centro Cultural Vila Flores, pelo CNPJ 20.991.804/0001-07. Através dele, os funcionários ajudarão a reconstruir e limpar todo o espaço. Depois, a ideia é que esse dinheiro seja destinado à Vila dos Papeleiros, comunidade da região, e aos demais negócios afetados pela água. “Quanto mais ampla essa campanha for, mais pessoas e comunidades a gente vai poder ajudar” complementa Antonia.
O período atual ainda é de grande incerteza e insegurança. A empreendedora, sócio e arte-educadora Pâmela Ribas possui o seu ateliê de arte no térreo do Vila Flores e perdeu tudo o que construiu durante dois anos. “Não foram só bens materiais, mas sim a história e a evolução de todos os meus alunos, suas pinturas e obras”.
A mesma está atuando como voluntária e produzindo oficinas de arte para os desabrigados de diversos locais na Zona Sul da cidade. “Não teria como não fazer nada, né? A gente foi incrementando a arte para entreter e renovar a esperança nas pessoas”.
O intuito do Ateliê Cores e Valores sempre foi de expandir a cultura e a arte dentro das pessoas. Através dos trabalhos em institutos e associações, Pâmela direcionava alguns dos estudantes para outras iniciativas e oficinas dentro do ateliê. “Muita gente me pedia para participar, e nem sempre eu podia praticar aquilo dentro das instituições. Então ali no Vila eu abri para que elas pudessem se inscrever e participar desses projetos”.
Na última quarta-feira (22), Pâmela foi uma das voluntárias que foi até o Vila iniciar a limpeza do local. Ela conta que, ao arrombar a porta já inchada de água do seu ateliê, o cheiro pútrido lhe causou náuseas e extremo desconforto. “A cena era uma mistura de guerra com filme de terror”.
Na quinta-feira (23), a água entrou novamente no local. Ainda não há uma previsão de quando ela irá baixar e as atividades de limpeza poderão ser retomadas. Só depois dessa tarefa que os ateliês e funcionários poderão voltar, aos poucos, a reerguer seus negócios.
A campanha de arrecadação se dá através do PIX do Centro Cultural Vila Flores, pelo CNPJ 20.991.804/0001-07. Através dele, os funcionários ajudarão a reconstruir e limpar todo o espaço. Depois, a ideia é que esse dinheiro seja destinado à Vila dos Papeleiros, comunidade da região, e aos demais negócios afetados pela água. “Quanto mais ampla essa campanha for, mais pessoas e comunidades a gente vai poder ajudar” complementa Antonia.
O período atual ainda é de grande incerteza e insegurança. A empreendedora, sócio e arte-educadora Pâmela Ribas possui o seu ateliê de arte no térreo do Vila Flores e perdeu tudo o que construiu durante dois anos. “Não foram só bens materiais, mas sim a história e a evolução de todos os meus alunos, suas pinturas e obras”.
A mesma está atuando como voluntária e produzindo oficinas de arte para os desabrigados de diversos locais na Zona Sul da cidade. “Não teria como não fazer nada, né? A gente foi incrementando a arte para entreter e renovar a esperança nas pessoas”.
O intuito do Ateliê Cores e Valores sempre foi de expandir a cultura e a arte dentro das pessoas. Através dos trabalhos em institutos e associações, Pâmela direcionava alguns dos estudantes para outras iniciativas e oficinas dentro do ateliê. “Muita gente me pedia para participar, e nem sempre eu podia praticar aquilo dentro das instituições. Então ali no Vila eu abri para que elas pudessem se inscrever e participar desses projetos”.
Na última quarta-feira (22), Pâmela foi uma das voluntárias que foi até o Vila iniciar a limpeza do local. Ela conta que, ao arrombar a porta já inchada de água do seu ateliê, o cheiro pútrido lhe causou náuseas e extremo desconforto. “A cena era uma mistura de guerra com filme de terror”.
Na quinta-feira (23), a água entrou novamente no local. Ainda não há uma previsão de quando ela irá baixar e as atividades de limpeza poderão ser retomadas. Só depois dessa tarefa que os ateliês e funcionários poderão voltar, aos poucos, a reerguer seus negócios.