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Publicada em 25 de Março de 2024 às 01:25

Mostra sobre vida e obra de Vinicius de Moraes apresenta mais de 300 itens

Farol Santander Porto Alegre apresenta mais de 300 itens na exposição Vinicius de Moraes - por toda a minha vida,

Farol Santander Porto Alegre apresenta mais de 300 itens na exposição Vinicius de Moraes - por toda a minha vida,

ANDREA GRAIZ/DIVULGAÇÃO/JC
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Bruna Tkatch
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O Farol Santander Porto Alegre (rua Sete de Setembro, 1.028) traz à Capital uma exposição que gerou filas em São Paulo. A mostra Vinicius de Moraes - por toda a minha vida aborda a imensa diversidade de produção do poeta, músico, compositor, diplomata e artista carioca. São mais de 300 itens que remetem à figura do internacionalmente conhecido letrista de Garota de Ipanema (junto com Tom Jobim), oriundas de diversos acervos, pessoais e institucionais. Para realizar a curadoria da exposição, foram convidados Eucanaã Ferraz e Helena Severo.
O Farol Santander Porto Alegre (rua Sete de Setembro, 1.028) traz à Capital uma exposição que gerou filas em São Paulo. A mostra Vinicius de Moraes - por toda a minha vida aborda a imensa diversidade de produção do poeta, músico, compositor, diplomata e artista carioca. São mais de 300 itens que remetem à figura do internacionalmente conhecido letrista de Garota de Ipanema (junto com Tom Jobim), oriundas de diversos acervos, pessoais e institucionais. Para realizar a curadoria da exposição, foram convidados Eucanaã Ferraz e Helena Severo.
A imersão na vida de Vinicius de Moraes fica disponível para visitação até o dia 19 de maio, de terças à sábados, das 10h às 19h, e aos domingos e feriados, das 11h às 18h. Os ingressos estão à venda, com valores a partir de R$ 8,50 no site da Instituição.
Vinicius de Moraes nasceu em 1913, no Rio de Janeiro, como filho de artistas: sua mãe, Lydia, era pianista e seu pai, Clodoaldo, poeta. Aos nove anos, ele escreveu seus primeiros versos e poemas. Alguns anos depois, criou um grupo musical com seus colegas de escola. Com 17 anos, entrou na faculdade de Direito e, no ano seguinte, publicou seu primeiro poema, na revista A Ordem. Seu primeiro livro, O caminho para a distância, com suas outras publicações literárias, foi editado em 1933, ano em que ele fica conhecido como um dos grandes da Geração de 1930.
O poeta ainda morou em Los Angeles, onde trabalhou como diplomata e frequentou ambientes artísticos. Aos 66 anos, faleceu com edema pulmonar.
O curador Eucanaã Ferraz (que assina uma série de orientações de trabalhos acadêmicos, peças de artes cênicas, e organização de livros) destaca que a trajetória de Vinicius de Moraes como artista durou longos anos. Amigo da já falecida primogênita do poeta, Susana de Moraes - atriz e cineasta (companheira da cantora Adriana Calcanhotto) - foi convidado por ela para produzir a atualização de Antologia Poética, com o também poeta Antônio Cícero. O trabalho integra a exposição do Farol Santander.
"Ainda fui convidado para fazer um site, que na época era o que tinha de mais avançado tecnologicamente", comenta. "Tem essa questão que era muito inovadora na época - e é até hoje -, que é o fato de toda a obra de Vinicius estar disponibilizada online", avalia Ferraz, ao falar sobre os processos de curadoria e sua exposição com o artista. O curador observa que Vinicius de Moraes ainda "tem a sua obra viva, que continua crescendo", apesar de ele ter falecido há décadas. Isso porque o artista deixou rascunhos e manuscritos ao falecer.
O curador e artista afirma que, após a passagem da mostra pela capital paulista, foram realizadas muitas mudanças, não só por conta do espaço ser menor, mas também porque havia "aspectos a serem melhoramos para a exibição em Porto Alegre".
Para além da exposição ser composta por muitos materiais de acervo, de fãs, amigos, galerias, museus e outras instituições, Ferraz ressalta ainda que se trata de uma mostra "também de artes", porque foge da tendência de interatividade e telas, e traz pintura, escultura, desenho, artes gráficas e fotografia
"Foram diversos os emprestadores, mas o principal é o Museu da Literatura Brasileira, na fundação Casa de Rui Barbosa, que detém o arquivo do Vinicius. Quando ele morreu, as filhas prontamente recolheram toda a sua papelada e documentos, e depositaram tudo isso no museu", compartilha Ferraz. Ele ainda ressalta que outras muitas pessoas emprestaram itens com a obra de Vinicius de Moraes - como discos, CDs, livros -, inclusive ele mesmo, além de outros colegas que ajudaram na organização da exposição. "Um contratempo ocorrido foi que algumas obras, por conta do prazo do contrato de empréstimo, precisaram ser devolvidas após a exposição no Farol Santander São Paulo, encerrada em 2023."
Segundo o curador, a intenção da exposição é mostrar a pluralidade do artista, que "foi muito mais do que compositor, foi uma das figuras mais marcantes da cultura brasileira". "O que hoje nós escutamos como clássicos, na sua época foi um acontecimento revolucionário", explica Ferraz, sobre a criação da Bossa Nova e as tantas parcerias entre Vinicius de Moraes, Toquinho, Tom Jobim e João Gilberto. Ele ainda ressalta que a exposição deve ser vista detalhadamente, para uma experiência completa, que gere uma conexão entre a história de Vinicius de Moraes e o público - desde quem foi contemporâneo a ele até as novas gerações.
 

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