Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Reportagem cultural

- Publicada em 15 de Junho de 2023 às 17:48

Maçambique: gênero musical afro-gaúcho ganha espaço em festivais



Músicos como Loma, Kako Xavier e a banda Tribo Maçambiqueira são inspirados pela cultura tradicional do maçambique

Músicos como Loma, Kako Xavier e a banda Tribo Maçambiqueira são inspirados pela cultura tradicional do maçambique


Mari Neuwald/Divulgação/JC
João Vicente Ribas, especial para o JC
João Vicente Ribas, especial para o JC
Casa por casa, da zona rural em direção à urbana, os maçambiqueiros descem o morro, convidando todos a participar. Levam no carro de boi a comilança, as roupas brancas e a imagem da santa. Sua devoção à Nossa Senhora do Rosário expressa-se no trupicar dos tambores, no chocalhar das maçacaias e no cântico que ecoa até chegar à igreja em Osório, no Litoral Norte gaúcho.
A comunidade do quilombo do Morro Alto está na origem dessa congada que remonta ao período colonial e se mantém viva através de gerações. Tanto, que acabou inspirando uma série de artistas que compõem canções e levam seu ritmo para cima do palco. O maçambique passou a se fazer presente nos festivais nativistas há 30 anos, a partir da pesquisa realizada por compositores como Ivo Ladislau e Carlos Catuípe. No último mês de maio, no mesmo cenário precursor da Tafona da Canção Nativa de Osório, Ladislau foi, mais uma vez, premiado. Levou o segundo lugar para a Canção de céu e mar, parceria com Renato Junior e Mário Tressoldi, que teve interpretação do grupo Chão de Areia. A letra é uma homenagem ao parceiro Catuípe, que faleceu em 2014 e deixou um legado notável.
Nesta nova reportagem da série Gêneros Musicais Gaúchos, o Jornal do Comércio aborda o maçambique, a história desta cultura - das origens quilombolas às atuais perspectivas e valorizações - a partir do trabalho de músicos como Loma, Kako Xavier e Tribo Maçambiqueira.
 
 

Cultura de raiz

A cantora Loma Pereira encontrou suas raízes negras no maçambique, há aproximadamente três décadas

A cantora Loma Pereira encontrou suas raízes negras no maçambique, há aproximadamente três décadas


Andreia Freitas/Divulgação/JC
João Vicente Ribas, especial JC *
A cantora Loma Pereira despertou o desejo de conhecer suas raízes quando estava trabalhando no Rio de Janeiro. "Eu me dei conta que a minha raiz estava perdida, como é bem comum para os homens e mulheres negras", conta. Então, voltou para o Rio Grande do Sul decidida a resgatar suas origens a partir do Litoral, pois sua mãe é de Santo Antônio da Patrulha. "Eu percebi que ali a manifestação negra existe, mas era invisibilizada, e encontrei em Osório, muito perto, o maçambique, uma relíquia que a gente tem enraizada", diz.
Assim, no início dos anos 1990, quando Loma já havia integrado o lendário grupo Pentagrama, e lançado seu primeiro disco solo, começou a frequentar festivais e conheceu Ivo Ladislau, Catuípe e Cleia Gomes, que já estavam pesquisando a levada rítmica do maçambique. A partir dali, esteve na Califórnia da Canção, com Marés, falando dos pescadores, e no Reponte da Canção, com Aporte, que conquistou o segundo lugar. "Deu um bafafá. Causou muita surpresa. Como se não fosse gaúcho. Acho que foi o primeiro festival que eu levei tamboreiros. Foi um escândalo. Meu Deus, a Loma trouxe uma escola de samba para o palco!", rememora.
Em 50 anos de carreira, a cantora integrou também o grupo Cantadores do Litoral, dedicado à música afro-açoriana, e, no ano passado, juntou-se à Tribo Maçambiqueira e a Kako Xavier para uma turnê de sete shows pelo Estado.
A partir de episódios pioneiros como esses, o maçambique se consagrou na música regional. De acordo com Loma, essa abertura foi importante também para as pessoas conhecerem e se interessarem pela tradição: "hoje a Festa do Rosário é lotada de gente de todo o Estado. Porto Alegre loca ônibus. Então, ela se tornou muito querida". A cantora ressalta, ainda, que a popularidade crescente se deve ao trabalho da Rainha Ginga. "A Francisca nunca ficou quietinha: ela foi atrás, ela foi divulgar, se espalhou pelo Rio Grande e pelo Brasil".
No entanto, por mais que a tradição e as novas expressões se retroalimentem, é preciso diferenciá-las. Loma, que tem a benção da rainha, explica: "Sempre deixo bem claro que a gente faz células de maçambique, que é o ritmo mais acentuado, mais encorpado, isso a gente leva para o palco. Agora, nos autos é uma manifestação religiosa".
O jornalista porto-alegrense Lucas Luz corrobora com essa distinção: "Maçambique não é só a dança, não é só a música, é um conjunto de fatores. Então, artisticamente, usar aquela célula é muito válido, mas temos de reconhecer que não existiria gênero nenhum, se não fosse a tradição, a religiosidade". Em 2016, Luz produziu a série documental Gema, que explora visões não hegemônicas da música gaúcha. "Muito antes de se falar sobre a cultura tradicional desse gaúcho que está aí, a historiografia oficial já registra a existência deste grupo de pessoas negras, periféricas", observa. E mesmo sendo bastante distante de sua ancestralidade, o jornalista possui uma memória afetiva relacionada ao Maçambique de Osório.
"Poder vivenciar essa ritualidade é estar mais perto de uma história que me faz muito mais sentido, por toda resistência, resiliência, generosidade e espírito de comunidade", avalia.
 

Materiais produzidos para o audiovisual

 Gema - Episódio 3
Série idealizada pelo produtor Lucas Luz, que lançou a primeira temporada para contemplar a diversidade musical do Rio Grande do Sul. O capítulo 3 foi dedicado ao Maçambique de Osório, com depoimento do chefe-de-tambor Faustino. Selecionado no edital Natura Musical: https://www.youtube.com/watch?v=wtj7KT8nWeo
 Moçambique - Osório 1977-1978
Documentário recém digitalizado pelo IFRS, realizado originalmente em super 8 pelo folclorista Carlos Galvão Krebs, durante os últimos anos do reinado de Maria Teresa Joaquina de Oliveira. Mostra a cidade de Osório e a cerimônia de coroação. Precioso documento histórico de 12min: https://memoria.ifrs.edu.br/audiovisual/documentario-mocambique-osorio-rs-1977-1978/
 Tribo Maçambiqueira - 20 anos
WebDoc com histórias dos integrantes da Tribo Maçambiqueira e performances musicais exclusivas. Inclui entrevistas com músicos como Paulinho Dicasa, Mário Duleodato, Loma e Ivo Ladislau. Financiado pela Lei Aldir Blanc e lançado em 2022, com direção de Andrei Sperandir: https://www.youtube.com/watch?v=fIaxqhuO5ls
 

Tradição passada de mãe pra filha


"O tambor tá batendo, ele tá repinicando. São seus dançantes, sinhô, que o tambor tá chamando". Esse canto dá início aos quatro dias de festas do mês de outubro, para agradecer à santa padroeira, Nossa Senhora do Rosário, pelas graças alcançadas.
O ritual descende do processo da vinda dos africanos que foram escravizados - principalmente os bantos - nos últimos segmentos do tráfico Atlântico, dos reinos do Congo, Angola e Matamba. De acordo com o antropólogo Iosvaldyr Bittencourt, da resistência dessas comunidades em quilombos, originaram-se uma série de congadas pelo Brasil, que se relacionam com a cultura Católica. Dentre elas, o Maçambique de Osório. "Nesse processo de evangelização, eles celebram o que a Igreja chama de oráculos, que são santos protetores negros", diz. Nas festividades, preservam laços de parentesco e as mulheres possuem importância ritual, protagonizando as figuras principais, como a Rainha Ginga.
A atual rainha, Francisca Dias, foi alumiada por sua mãe, Sibirina, que morreu em 2016 - exatamente no dia da festa de Nossa Senhora do Rosário. "Ela faleceu ao meio-dia, acontecendo todos os rituais, porque ela me fez prometer que eu ia continuar", recorda. Assim, o funeral foi incorporado ao cortejo. "Para mim, foi uma passagem dolorida, mas ao mesmo tempo grandiosa, porque ali estava a união da família maçambiqueira, da comunidade negra e de todos presentes", avalia.
Em meio aos constantes rituais de passagem, nascimento e pagamentos de promessas, é que se faz um maçambiqueiro. Francisca explica que uma criança se torna dançante já no ventre da mãe, quando as mulheres prometem o filho à Nossa Senhora. "Para ter uma boa saúde, a gente é prometido a ela". E logo ao nascer, a criança já veste roupa branca e é apresentada aos reis e aos dançantes. Até os sete anos, dança e participa. Depois, pode escolher se quer ficar, para se tornar um tamboreiro ou um guia.
Com isto, a Rainha Ginga assevera a importância dos rituais: "quem toca tambor de maçambique é quem passa pela vara de dançantes. Até chegar lá na frente, tem a memória, consegue continuar sua cultura, defendendo sua tradição. Tambor de maçambique não se compra em loja de instrumentos. Nós é que construímos o nosso tambor".
 

Origens no Morro Alto

Acredita-se que os ancestrais dos primeiros quilombos dão força para a continuidade da cultura do maçambique

Acredita-se que os ancestrais dos primeiros quilombos dão força para a continuidade da cultura do maçambique


acervo associação cultural maçambique de osório/divulgação/jc
O quilombo era formado por seis famílias, com mais de dez filhos cada, que plantavam, criavam gado e porcos. Mas da vida em meio à natureza, seguiu-se um período de necessidade. Nos anos 1970, começou a funcionar no pé do Morro Alto uma pedreira que explodia dinamite. "A gente teve que sair, estava correndo risco de vida. Tinha muita poeira e a gente não conseguia mais água em cima do morro", lamenta Francisca.
A comunidade foi forçada a se instalar na área urbana de Osório. Iosvaldyr observa que era um período de precarização agrária no País e os quilombolas ainda não tinham conquistado seus direitos, que vieram com a Constituição de 1988. "Então essas empresas chegavam com advogados poderosos e os prefeitos destinavam terrenos que não tinham infraestrutura", afirma.
Naquele ambiente de precariedade, o maçambique subsistiu. O mesmo ocorreu na pandemia de Covid-19, quando muitos dos mais velhos faleceram. "Eu acho que a congada ficou mais forte ainda, ficou mais bonita ainda, porque o trabalho é feito com muita devoção", avalia Francisca.
Acredita-se que os ancestrais dão força para continuar. De acordo com a Rainha Ginga, por isso não tem ensaio para os rituais: "na hora tudo vem ao corpo". E quando reconhece seus ancestrais no movimento da dança dos mais jovens, sabe que é um filho do Rosário que está dando sequência a essa tradição.
O antropólogo Iosvaldyr avalia que a cultura maçambiqueira é fortalecida pela mediação entre os que já se foram e as crianças que chegam, apontando para o futuro. "Portanto, ele é vitalício", conclui.
 

Valorização e preservação

A prefeitura de Osório publicou duas leis, entre 2018 e 2019, que visam salvaguardar o maçambique. Com elas, declarou-se patrimônio imaterial e de interesse público - mas, atualmente, os organizadores enfrentam dificuldades para promovê-lo a cada outubro
Adriana Sperandir foi secretária de Cultura do município e é a atual diretora do Instituto Estadual de Música. Além disso, é cantora premiada em festivais e canta maçambique. "Eu bebo muito dessa fonte", reconhece.
Venceu o festival Reponte e depois em Garanhuns, no Recife, com a canção Tambores de Dandara. A letra é de Jaime Vaz Brasil, sobre a história da esposa de Zumbi dos Palmares. "Quando eles saíam para lutar, a força era dela, que rufava os tambores para esquentar o grupo para a guerra", diz.
 

Glossário maçambiqueiro

Alumiar: é quando um griô, que detém os saberes e fazeres ancestrais, indica seu sucessor antes de falecer.
Banto: grupos linguísticos e culturais africanos que foram escravizados e atuaram no cultivo da cana-de-açúcar no Litoral Norte gaúcho.
Maçambique: congada, auto popular, ritual afro católico de devoção à Nossa Senhora do Rosário, que envolve dança e musicalidade singular.
Maçacaia: chocalho preso acima da panturrilha para dançar o maçambique. Feito de fios de cipó ou taquara trançados, como balainhos com sementes de caeté dentro, também chamadas de "lágrimas de Nossa Senhora".
Rainha Ginga: ressignificação, no folclore gaúcho, da soberana Nzinga Mbândi Ngola Kiluanj, rainha de Angola e Matamba no século XVII. Sua representação em Osório se dá por meio de rituais maçambiqueiros. O reinado da Rainha Ginga é a autoridade máxima das congadas.
 

Tambor rufado, tambor trupicado

O músico Mário Duleodato remonta à infância para contar sua vivência com o maçambique: "Tambor e criança sempre deu certo, né? Então, sempre tive essa vontade, quando via ali os tamboreiros e notava que tinha um tambor que trupicava diferente". Então, começou a se familiarizar com o ritmo, observando o tio Pedro Serafina, que tocava o rufado. Em pouco tempo, já estava com um tambor nas mãos acompanhando.
Ao lado de Paulinho Dicasa, o percussionista formou há 20 anos a Tribo Maçambiqueira.
Toda vez que sobe ao palco, toca o tambor que herdou de seu pai, confeccionado em 1974. Para prepará-lo para as apresentações, segue a tradição e espicha uma corda com uma perninha de galinha, que vibra atrás. "O respeito que eu tenho pelo tambor maçambiqueiro é muito grande", assegura.
Duleodato faz questão de contar as histórias que ouvia dos mais velhos, como a dos negros que naufragaram no nosso litoral, pouco antes da abolição. Alguns conseguiram chegar na praia e se salvaram, passando a se abrigar nos capões de mato. O local começou a ficar conhecido como Capão da Negrada, onde também confeccionavam canoas. Daí teria surgido o nome Capão da Canoa, de onde o quilombo teria se originado.
 

Tribo Maçambiqueira

O parceiro de Duleodato, Paulinho Dicasa, é cantor e compositor, músico conhecido nas praias e rodas de pagode do Litoral. Sua formação vem do samba de raiz. Hoje, aos 66 anos, lembra que se interessou pelo maçambique quando conheceu Carlos Catuípe. "Ele trouxe um movimento em cima do ritmo do tambor e me incentivou a compor minha primeira canção", recorda. Então, criou Nega Maçambiqueira para inscrever na Tafona da Canção, em 1998, e acabou ganhando dois prêmios. Na ocasião, tocou cavaquinho, misturando maçambique com samba.
A partir dali, passou a frequentar os festivais e a estudar as diferentes batidas que seu parceiro Duleodato sabia tocar. Já nas letras, procura sempre falar da região, do morro, da cidade e de suas memórias. Cresceu na região de Palmares e passava os verões em Osório. "Eu conhecia tudo aquilo com 12 anos, andava de cavalo e de carroça por tudo, avistava o Morro Alto de longe e imaginava que pro outro lado havia um peral e acabava tudo".
 

CD raro

Uma relíquia fonográfica que permanece inédita nas redes digitais guarda um dos mais importantes registros do gênero. O disco Trupicado, da Tribo Maçambiqueira, lançado em 2016, com produção de Kako Xavier, está disponível somente no formato CD. Um artigo raro, de poucas cópias, difícil de ser encontrado para venda. Muitas das canções foram premiadas em festival e receberam arranjos baseados no violão, valorizando os tambores e as vozes, gravados pelos integrantes Paulinho Dicasa, Mário Duleodato, Cau Silva e Géf Lima.
 

Música negra no meio nativista

A atual Rainha Ginga, Francisca Dias, e o Rei Congo, João Batista Rodrigues

A atual Rainha Ginga, Francisca Dias, e o Rei Congo, João Batista Rodrigues


Associação Maçambique de Osório/Divulgação/JC
Kako Xavier é o único artista que pode dizer que foi três vezes ao festival Musicanto e ganhou as três, interpretando as canções: Senhora Rainha Negra (Beto Bolo/Ivo Ladislau/Kako Xavier, 1994), Maçacaia (Beto Bollo/ Ivo Ladislau/ Luis Carlos Martins, 1995) e Prece e canção (Hércules Greco/ João Pernambuco, 2007). Todas com letras que fazem referência à congada e com ritmo derivado do maçambique.
Loma recorda que o arranjo de Maçacaia, que cantou junto a Kako, era uma fusão de levadas do Litoral e empolgou o grande público presente em um ginásio em Santa Rosa. Com a vitória, foram a Cosquín, participar do maior festival de folclore da Argentina. "Levamos, porque era parte da premiação. Eles amaram! Foi uma grande novidade!", avalia.
Reverenciando o Maçambique de Osório, Kako Xavier lamenta que muitas das tradições afro no Brasil se perderam ou estão ameaçadas. "Eu entendo o maçambique com uma resistência mais sólida, a festa de Nossa Senhora do Rosário se faz presente todos os anos", afirma. Kako também saúda o fato de que o Maçambique é liderado por uma mulher, e que a coroa passa de mãe pra filha. "A atual Rainha Ginga, a Francisca, vem fazendo um trabalho muito bacana e importante, trazendo os jovens", elogia.
Quando começou a cantar em festivais nativistas, Kako Xavier já representava temáticas negras. Mas encontrou resistências: "a Moenda foi um dos primeiros festivais a se posicionar com um olhar mais aberto, entendendo a música gaúcha com uma variedade de estilos e ritmos". O evento, promovido em Santo Antônio da Patrulha desde 1987, passou a incluir sambas e outros gêneros, com destaque para o maçambique, pelo vínculo local.
Presença marcante nos palcos de todo o Estado, Kako passou a viver em Pelotas em 2010, o berço do tambor de Sopapo. As diversas referências de congadas e tambores negros levaram-no a elaborar uma síntese, o tambor praieiro. Então, compara a outros tambores de outros lugares do país: "se você pegar lá no Amapá o tambor de Mar Abaixo, ele é um tambor de baqueta que serve pra se cantar as quadrinhas de devoção, as crenças daquele lugar".
Em 2012, o artista participou da fundação do grupo Alabê Ôni, com Mimmo Ferreira, Pingo Borel e Richard Serraria, que pesquisaram os tambores de candombe, sopapo, maçambique e batuque de nação. O resultado foi um espetáculo que rodou no circuito Sonora Brasil do Sesc, realizando 120 apresentações.
Nos últimos anos, Kako Xavier preparou um novo show. "Tudo é autoral e todos os tambores são artesanais. É um bailão gaúcho tocado com 20 tambores praieiros. É o baile da tamborada", descreve. Com o espetáculo, propõe recontar a história: "a gente não fala só do povo negro com a tristeza, com a dor. A gente traz pessoas não negras para esse universo de louvação, de celebração aos costumes negros".
 

assinatura

*Jornalista, professor na Universidade de Passo Fundo e apresentador do programa Canciones para Despertar en Latinoamérica, na Rádio UPF.