Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Cultura

Literatura

- Publicada em 06 de Junho de 2023 às 17:40

Casa do Artista Riograndense vai ter história contada em livro

Projeto idealizado por Raquel Grabauska (e) busca jogar luz à instituição e resgatar a história do radioteatro, a partir de textos de Wilson Gomes(d)

Projeto idealizado por Raquel Grabauska (e) busca jogar luz à instituição e resgatar a história do radioteatro, a partir de textos de Wilson Gomes(d)


ANA TERRA FIRMINO/JC
Um lugar que abriga sob o seu teto parte da história da arte do Rio Grande do Sul terá a sua trajetória eternizada em livro. O projeto Casa do Artista Riograndense, uma história de amor à arte vai contar o surgimento da instituição através de textos de radioteatro escritos por seu residente mais antigo, Wilson Roberto Gomes. Idealizado pela atriz e diretora teatral Raquel Grabauska, o projeto ainda prevê um minidocumentário em formato de peça radiofônica contando a trajetória da instituição. O lançamento está previsto para julho, em uma atividade presencial.O livro digital terá distribuição gratuita e vai reunir dez textos de Gomes, contando histórias dos mais de 70 anos da Casa, que foi inaugurada em 1949. “A ideia de fazer um livro que registrasse textos do Wilson surgiu de um carinho muito grande que eu tenho por ele. Além disso, a ideia era que isso fosse uma coisa que trouxesse vida, alegria, dignidade para a Casa e seus moradores”, comenta Raquel. O radioteatro fez muito sucesso no Brasil entre as décadas de 1930 e 1960, principalmente com as radionovelas. Com o advento da televisão, o gênero acabou perdendo seu espaço nas casas brasileiras. Atualmente, o radioteatro é pouco conhecido entre as gerações mais novas - que não viveram a era de ouro do rádio. Assim sendo, o projeto surge para resgatar também a história desse gênero tão importante e do próprio rádio no Rio Grande do Sul, que por anos reuniu famílias em sua órbita. Além disso, a trajetória de Wilson Gomes ganha destaque especial. Aos 81 anos, ele fez sucesso nas radionovelas das mais diversas emissoras do Rio Grande do Sul e de São Paulo. O artista segue ativo na área, agora como roteirista, escrevendo, principalmente, para rádios do nordeste. Com mais de 40 anos de carreira, Gomes também é o morador mais antigo da Casa do Artista Riograndense — já são mais de duas décadas compartilhando as paredes com outros artistas gaúchos. Quando perguntado se gosta de viver lá, sucinto e decidido, responde: “Gosto. Passo o dia todo escrevendo. É cada dia um novo sol.”Com capacidade para 14 moradores, a Casa conta, atualmente, com quatro residentes. Além de Gomes, o lugar também acomoda o ator Zé da Terreira, o cantor Carlos Conde e o locutor Antônio Luiz Neto. O ator Sirmar Antunes, falecido em agosto de 2022, também era morador da Casa. Desde o fim da década de 1940, a Casa do Artista abriga talentos da música, teatro, rádio e televisão gaúchos. Fundada pelo radialista e músico Antônio Francisco Amábile, a entidade recebe moradores a partir dos 60 anos, que vivam em situação de vulnerabilidade financeira, oferecendo moradia, alimentação e outros direitos, proporcionando lazer e cultura para os idosos residentes. Além disso, a instituição assistencial não tem fins lucrativos e trabalha para conservar o patrimônio material e imaterial da cultura gaúcha. “Acho que o principal propósito é trazer luz para a Casa”, comenta Gomes sobre o projeto do livro. Desconhecida por grande parte da população gaúcha, a entidade sofre com a falta de verbas, obtidas inteiramente através de doações, que podem ser feitas através da chave Pix CNPJ 88.316.336/0001-09. Entre a classe artística, o reconhecimento da importância da entidade é presente desde os primeiros momentos em que "a veia artística começa a pulsar". Muitas vezes, a falta de retorno financeiro é uma realidade presente na vida dos profissionais das artes, ainda mais em tempos de desmantelamento de políticas culturais. “O fato de ter uma Casa do Artista é importante e é até uma luta social. Pela arte, pela causa, pela casa. Não é para nós, é pela classe”, reflete Raquel. “É um lugar de respeito para a classe, de saber que para a gente ser quem a gente é, tem muita gente que batalhou bastante para isso. É um sentimento de respeito com todo mundo que trabalhou aqui, que fez, que criou.”
Um lugar que abriga sob o seu teto parte da história da arte do Rio Grande do Sul terá a sua trajetória eternizada em livro. O projeto Casa do Artista Riograndense, uma história de amor à arte vai contar o surgimento da instituição através de textos de radioteatro escritos por seu residente mais antigo, Wilson Roberto Gomes. Idealizado pela atriz e diretora teatral Raquel Grabauska, o projeto ainda prevê um minidocumentário em formato de peça radiofônica contando a trajetória da instituição. O lançamento está previsto para julho, em uma atividade presencial.

O livro digital terá distribuição gratuita e vai reunir dez textos de Gomes, contando histórias dos mais de 70 anos da Casa, que foi inaugurada em 1949. “A ideia de fazer um livro que registrasse textos do Wilson surgiu de um carinho muito grande que eu tenho por ele. Além disso, a ideia era que isso fosse uma coisa que trouxesse vida, alegria, dignidade para a Casa e seus moradores”, comenta Raquel.

O radioteatro fez muito sucesso no Brasil entre as décadas de 1930 e 1960, principalmente com as radionovelas. Com o advento da televisão, o gênero acabou perdendo seu espaço nas casas brasileiras. Atualmente, o radioteatro é pouco conhecido entre as gerações mais novas - que não viveram a era de ouro do rádio. Assim sendo, o projeto surge para resgatar também a história desse gênero tão importante e do próprio rádio no Rio Grande do Sul, que por anos reuniu famílias em sua órbita.

Além disso, a trajetória de Wilson Gomes ganha destaque especial. Aos 81 anos, ele fez sucesso nas radionovelas das mais diversas emissoras do Rio Grande do Sul e de São Paulo. O artista segue ativo na área, agora como roteirista, escrevendo, principalmente, para rádios do nordeste. Com mais de 40 anos de carreira, Gomes também é o morador mais antigo da Casa do Artista Riograndense — já são mais de duas décadas compartilhando as paredes com outros artistas gaúchos. Quando perguntado se gosta de viver lá, sucinto e decidido, responde: “Gosto. Passo o dia todo escrevendo. É cada dia um novo sol.”

Com capacidade para 14 moradores, a Casa conta, atualmente, com quatro residentes. Além de Gomes, o lugar também acomoda o ator Zé da Terreira, o cantor Carlos Conde e o locutor Antônio Luiz Neto. O ator Sirmar Antunes, falecido em agosto de 2022, também era morador da Casa. Desde o fim da década de 1940, a Casa do Artista abriga talentos da música, teatro, rádio e televisão gaúchos.

Fundada pelo radialista e músico Antônio Francisco Amábile, a entidade recebe moradores a partir dos 60 anos, que vivam em situação de vulnerabilidade financeira, oferecendo moradia, alimentação e outros direitos, proporcionando lazer e cultura para os idosos residentes. Além disso, a instituição assistencial não tem fins lucrativos e trabalha para conservar o patrimônio material e imaterial da cultura gaúcha.

“Acho que o principal propósito é trazer luz para a Casa”, comenta Gomes sobre o projeto do livro. Desconhecida por grande parte da população gaúcha, a entidade sofre com a falta de verbas, obtidas inteiramente através de doações, que podem ser feitas através da chave Pix CNPJ 88.316.336/0001-09.

Entre a classe artística, o reconhecimento da importância da entidade é presente desde os primeiros momentos em que "a veia artística começa a pulsar". Muitas vezes, a falta de retorno financeiro é uma realidade presente na vida dos profissionais das artes, ainda mais em tempos de desmantelamento de políticas culturais. “O fato de ter uma Casa do Artista é importante e é até uma luta social. Pela arte, pela causa, pela casa. Não é para nós, é pela classe”, reflete Raquel. “É um lugar de respeito para a classe, de saber que para a gente ser quem a gente é, tem muita gente que batalhou bastante para isso. É um sentimento de respeito com todo mundo que trabalhou aqui, que fez, que criou.”