Três edifícios culturais localizados no Centro Histórico de Porto Alegre estão passando por obras e serviços de recuperação: a Biblioteca Pública do Estado do RS (BPE), o Museu Júlio de Castilhos (MJC) e o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs). A convite da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul (Sedac/RS), a reportagem do Jornal do Comércio vistoriou o andamento destes processos de revitalização dos espaços.
Nesta quinta-feira, foi assinado pela secretária de Estado da Cultura, Beatriz Araujo, a autorização para o inicio da restauração de 47 lustres da Biblioteca Pública. O valor previsto para a reforma dos é de R$ 442.008,28 e a previsão é que sejam entregues ainda neste ano.
"O que nós estamos fazendo é recuperando a parte predial de nossas instituições e também a recuperação dos acervos, modernização das instituições culturais. Estamos investindo mais de R$ 50 milhões em patrimônio edificado e nas nossas instituições, afim de deixá-las atualizadas", afirmou a secretária Beatriz Araujo.
"Nós temos que fazer com que estas instituições atendam as suas missões de forma eficiente, e isso só se dá se os prédios tiverem OK, se não tiver infiltração, se os acervos estiverem preservados, se as reservas técnicas dos nossos museus estiverem atendendo as demandas daqueles acervos", complementou a titular da Cultura do Estado.
Biblioteca Pública do Estado
A fachada da biblioteca estava completamente danificada e foi restaurada por completo
ISABELLE RIEGER/JC
Entre as reformas já concluídas pela Sedac/RS, está a fachada da Biblioteca Pública (rua Riachuelo, 1.190), que estava completamente danificada e foi restaurada por completo. "Não é só pintura, é recuperação e manutenção", afirmou Eduardo Hahn, assessor de Memória e Patrimônio da secretaria.
Além da área externa do prédio, a parede do Hall da escada está sendo repintada. Anteriormente, haviam cinco camadas de tinta cinza nestas paredes, que foram retiradas para o retorno e revitalização da pintura original do prédio, inaugurado ainda no século XIX com uma estética clássica, inspirada na cultura europeia da época. O piso de várias salas da biblioteca também foi restaurado. O valor total investido na BPE é superior a R$ 3 milhões.
Museu Júlio de Castilhos (MJC)
Pintura original do museu está sendo recuperada e deve ser entregue ainda este ano
ISABELLE RIEGER/JC
Mais antigo museu do Rio Grande do Sul, o Júlio de Castilhos (rua Duque de Caxias, 1.205) também está passando por diversas reformas em seus espaços. Entre os serviços realizados, a museóloga diretora do MJC, Doris Couto, destaca a necessidade de resolver problemas de infiltrações e realizar obras pontuais. Por exemplo, o que era antes um café do museu, virou área de exposição. Várias obras do acervo também foram e ainda estão sendo recuperadas. O valor aplicado no MJC soma R$ 252 mil, informa a Sedac/RS.
A museóloga ainda afirma que a reserva técnica do museu ficava no porão, em um local impróprio para guardar obras por razões de umidade e temperatura. Agora, esta reserva ocupa um outro local, mais arejado e ideal para a conservação das peças. Doris revela, também, que está sendo planejado pela Sedac/RS a inauguração de uma segunda reserva técnica no museu. Segundo ela, alguns objetos são compostos por variados materiais que não podem ocupar o mesmo espaço. Assim, quando concluída a nova reserva, o Museu Júlio de Castilhos será o primeiro do Estado totalmente independente no armazenamento de seu acervo.
Assim como na Biblioteca Pública, a pintura original de algumas salas do museu está sendo revitalizada. Um dos espaços que recebem os trabalhos tem precisão para ser entregue em dezembro deste ano, para, em 2023, receber exposições alusivas ao aniversário de 120 anos do MJC. Inaugurado em 1903, o museu era, antes de virar um espaço cultural, a casa de Júlio de Castilhos. Doris explica que "casas que foram residências nunca são ideais para museus", em razão de salas geralmente menores, que dificultam a instalação de exposições.
Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs)
Previsão é que em 15 de dezembro sejam finalizadas as obras da maior torre do museu
ISABELLE RIEGER/JC
Quanto ao Margs (Praça da Alfândega, s/n), algumas obras já foram concluídas e outras ainda estão em andamento. Nos últimos dois anos, quem passa pela frente do edifício vê andaimes em sua fachada. Esta estrutura está montada para a realização de um trabalho de recuperação do terraço do prédio, bem como das torres na parte superior do Margs. O terraço já está todo recuperado e, das quatro torres existentes, apenas uma ainda está no processo de obras. Esta que falta é maior que as outras, e está prevista para ser entregue no dia 15 de dezembro deste ano.
Após a finalização dos serviços de recuperação das torres, os andaimes serão retirados e uma nova estrutura será instalada na frente do Margs para a finalização dos trabalhos de pintura da fachada do prédio. Além da parte superior, o piso da maioria das salas do térreo foi recuperado, assim como os forros de todos os banheiros. Foram realizados, também, trabalhos para evitar inundações no museu e a revitalização dos sistemas de climatização e elétrico do espaço. O valor investido nos trabalhos ultrapassa R$ 633 mil.