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Música

- Publicada em 22 de Agosto de 2022 às 17:27

Milton Nascimento se despede dos palcos gaúchos em show emocionante

Bituca realizou show de sua turnê "A Última Sessão de Música" neste domingo, no Gigantinho

Bituca realizou show de sua turnê "A Última Sessão de Música" neste domingo, no Gigantinho


TÂNIA MEINERZ/JC
Bolívar Cavalar
Um dos maiores letristas da Música Popular Brasileira e dono de uma das vozes mais marcantes da história do País, o cantor e compositor Milton Nascimento - ou Bituca, apelido pelo qual gosta de ser chamado - fez sua última apresentação em Porto Alegre na noite deste domingo (21), no Ginásio do Gigantinho. Na turnê A Última Sessão de Música, Milton encerra sua carreira musical de 60 anos com passagens por várias cidades do Brasil e da Europa.
Um dos maiores letristas da Música Popular Brasileira e dono de uma das vozes mais marcantes da história do País, o cantor e compositor Milton Nascimento - ou Bituca, apelido pelo qual gosta de ser chamado - fez sua última apresentação em Porto Alegre na noite deste domingo (21), no Ginásio do Gigantinho. Na turnê A Última Sessão de Música, Milton encerra sua carreira musical de 60 anos com passagens por várias cidades do Brasil e da Europa.
Aos 80 anos de idade, Milton realizou um show de quase duas horas, cantando mais de 30 músicas - entre clássicas de sua autoria e outras tradicionais da MPB. Apesar de sentado em frente ao público durante todo o show (ele se levantou apenas ao final, para agradecer à plateia), a voz única de Bituca e suas letras fortes foram suficientes para cativar o público presente ao Gigantinho. 
Antes da chegada de Milton ao palco, o show contou com a abertura de Zé Ibarra, músico e integrante da banda de Bituca em sua última turnê. Após breve performance, as luzes do ginásio se apagaram e um emocionante documentário da trajetória da carreira de Milton Nascimento foi exibido no telão. Depois, as cortinas se abriram e Bituca apareceu para o público, sentado ao centro do palco e vestido com um poncho colorido. Ao fundo, dava-se para ouvir os instrumentos tocando o clássico Ponta de Areia, eternizada pelas vozes de Milton e Elis Regina, primeira música do show. Três músicas depois do início, Milton retirou o poncho e a produção o levou sua clássica boina azul e seu óculos escuros arredondados. O público olhava, agora, para a versão mais clássica do cantor; era, de verdade, o Bituca que se apresentava.
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Milton se apresentou com seu visual clássico. Foto: TÂNIA MEINERZ/JC
Milton permaneceu, até o fim da apresentação, sentado no centro do palco, em uma posição quase transcendental, em que seu corpo não movia a não ser pela boca e mãos, mas a sonoridade inconfundível de seu timbre resultava em lágrimas de emoção e agradecimento do público presente. O êxtase veio quase ao fim da apresentação, quando a música Maria, Maria foi cantada por Milton e toda a plateia. Bituca ainda cantou clássicos como Tudo que você podia ser, Fé Cega, Faca Amolada, Paula e Bebeto, Caçador de Mim, além das infantis Bola de Meia, Bola de Gude e Peixinhos do Mar. Algumas canções tiveram longos agudos puxados por Milton - marca registrada de sua cantoria -, demonstrando que, apesar de fisicamente abalado em razão da idade, o cantor ainda realiza performances únicas e características de sua carreira musical de mais de meio século. 
 
O baixista da banda de Milton em sua turnê de despedida, Frederico Heliodoro, comentou, em depoimento à reportagem, a alegria e a grande oportunidade de tocar com este ícone da música que ele considera, em suas próprias palavras, "um dos maiores artistas do mundo" - uma vivência que destacou como "uma experiência muito ímpar na minha vida". "É a última turnê (de Milton). Depois dela, eu nunca mais teria a chance de participar disso, e agora eu tive a chance. Eu estou muito feliz, muito grato."
O sentimento do baixista se assemelha ao do público. A estudante Letícia Haas acompanhou o show, que definiu como "um momento de pura contemplação e de gratidão para esse gênio da música brasileira". Ela ainda brincou: "se você não quer se emocionar, se não quer sentir algo muito profundo, realmente não dá pra sair de casa". 
 
"Bituca, eu te amo": esta foi a frase mais repetida pela plateia durante a apresentação. Ao longo do show, Milton lembrou que Porto Alegre é a cidade natal do grande amor de sua vida: a cantora Elis Regina. Houve ainda homenagens à argentina Mercedes Sosa, ao cantar a música Volver a los 17. A apresentação se encerrou com Milton recebendo ajuda para se postar de pé e agradecer o emocionado  público - em uma demonstração recíproca de gratidão entre artista e fãs. "Me despeço dos palcos, mas da música nunca" - a frase de Bituca, dita no documentário que deu início ao show, certamente vai ficar por muito tempo na mente dos presentes.
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