O ator Sean Penn defendeu boicotar o Oscar, marcado para esta noite de domingo (27), caso se confirme que a organização do prêmio escolheu não convocar o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, para um pronunciamento sobre a guerra que o país trava contra a Rússia neste momento.
A fala foi registrada em uma entrevista que o ator dava à CNN no sábado (26). Nela, Penn discutia o documentário sobre a guerra que dirige agora e para o qual chegou a viajar à Ucrânia.
O jornalista da CNN perguntou então o que o ator achava da ideia de chamar Zelenski, humorista e astro de TV no seu país natal, para uma transmissão ao vivo na cerimônia - a atriz e humorista Amy Schumer, uma das apresentadoras da noite, contou em um programa televisivo que deu essa sugestão à Academia, mas que ela foi recusada porque os organizadores queriam um evento mais leve e divertido.
Penn replicou que espera que isso não tenha acontecido. Do contrário, afirmou, seria o "momento mais obsceno de toda a história de Hollywood".
"Não há nada mais nobre que a Academia poderia fazer do que dar essa oportunidade a ele, de falar com todos nós. Até porque aí está um cara que entende de filmes, e tem uma longa e bem-sucedida carreira na indústria", disse o ator.
"Se isso de fato estiver acontecendo, eu encorajaria qualquer um envolvido [na premiação] a protestar e boicotar o Oscar. Eu mesmo, se for o caso, vou fundir os meus troféus em público", prosseguiu ele, que tem duas estatuetas de melhor ator, por "Milk", de 2008, e por "Sobre Meninos e Lobos", de 2003.