A 67ª Feira do Livro de Porto Alegre reuniu uma multidão na Praça da Alfândega na tarde desta terça-feira (2), feriado de Finados. Com o dia ensolarado e quente, muita gente foi conferir as atrações literárias, com especial atenção para as bancas destinadas ao público infantil e juvenil.
Apesar do calor de mais de 30ºC e sob o sol forte, uma grande plateia acompanhou atentamente os contadores de histórias, que se revezavam no palco, montado no prolongamento dos estandes destinados aos jovens. Bárbara Catarina Ribeiro Camargo, atriz e contadora de histórias há mais de 25 anos na Feira do Livro, exibiu uma voz potente, muita teatralização e técnica, envolvendo as crianças com os seus contos.
O que quase ninguém sabe é que a história de Bárbara rende um belo conto – ela é uma sobrevivente da Covid-19, ficou três meses em coma e mais quatro em uma cama, com surdez parcial. Agora, está de volta, trabalhando, atuando e se apresentando na Feira do Livro.
Bárbara conta que a escritora Simone Sauerssig fez uma história sobre a superação dela, que se transformou em um belo conto para crianças. Ao lado da atriz, Jairo Klein, ator e educador, também trabalha na Feira do Livro há 24 anos, encantando adultos e crianças. “Eu sou o arauto oficial da Feira do Livro e, neste ano, as atividades voltadas para a primeira infância estão no espaço batizado de Floresta Encantada, reunindo vários atores e contadores de histórias”, explica.
Klein cita a participação de outros artistas, contadores de história, como Carmem Lima e Artur Cortez que desenvolvem também as narrativas. “Existe todo um cuidado com a leitura, com os autores que estão dentro da programação”, detalha. Os personagens da Floresta Encantada circulam pela Feira durante todo o dia e contam histórias com o objetivo de estimular o gosto pela leitura nas crianças. “Agora voltando a apresentar esse trabalho e seguindo todos os protocolos sanitários necessários. Queremos que as crianças naveguem neste universo chamado livro”, acrescenta.
Gilmar Cassol, proprietário da Editora Cassol, que vende livros para o público infanto-juvenil, destaca a satisfação com as vendas neste feriado. Ele diz que não tinha a expectativa de que houvesse tanta gente na Feira e com o propósito de comprar. Ele também atribui grande parte de público na sua banca devido à proximidade com o palco de apresentações dos contadores de história.
Entre os compradores, Álvaro Fraga, de Canoas, trouxe o seu filho, com a idade de 3 anos e meio, para passear um pouco na Feira e gostou muito do aspecto interativo do evento. “Estou muito feliz em poder incentivá-lo pelo caminho da leitura e da cultura e que é muito importante”, relata. De acordo com Fraga, o seu filho já gosta de manusear os livros e tem alguns assuntos de interesse.
Sandro Cardona, de Gravataí, relata que as crianças foram trazidas para a Feira com o objetivo de incentivar a leitura. “O menino gosta de aventuras e pegou um livrinho de dinossauros, já a menina pegou uma revistinha para colorir”, destaca. Carla Mendes, de Portão, disse que está gostando muito da Feira e que também encontrou muita variedade em livros. E que a filha de 10 anos encontrou o livro da Princesa Lei, que ela estava procurando.