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LIVROS

- Publicada em 31 de Maio de 2019 às 03:00

Novo modelo econômico

Economia é palavra antiga, cunhada pelo filósofo Xenofonte, na Grécia Antiga, combinando oikos (casa de família, agregado familiar) com nomos (regras ou normas, arte de gerir um lar). Nos últimos sessenta anos tem havido passos extraordinários no bem-estar humano, com maior média de vida, inovações tecnológicas, saneamento, cuidados com a saúde, etc. Todavia, desde 1990 o número de pessoas em extrema pobreza caiu apenas pela metade e milhões ainda não tem o suficiente para comer. Os desafios políticos e econômicos seguem enormes.
Economia é palavra antiga, cunhada pelo filósofo Xenofonte, na Grécia Antiga, combinando oikos (casa de família, agregado familiar) com nomos (regras ou normas, arte de gerir um lar). Nos últimos sessenta anos tem havido passos extraordinários no bem-estar humano, com maior média de vida, inovações tecnológicas, saneamento, cuidados com a saúde, etc. Todavia, desde 1990 o número de pessoas em extrema pobreza caiu apenas pela metade e milhões ainda não tem o suficiente para comer. Os desafios políticos e econômicos seguem enormes.
Economia Donut - Uma alternativa ao crescimento a qualquer custo (Editora Zahar, 368 páginas, tradução de George Schlesinger), de Kate Raworth, economista e professora no Environmental Change Institute, da Universidade de Oxford, onde também é pesquisadora visitante sênior, traz um novo modelo econômico para o século XXI.
Rawort, que também é pesquisadora do programa Economics for Transition, no Schumacher College, foi chamada de o "John Maynard Keynes do século XXI" pelo jornal The Guardian, por reformular a economia e permitir mudanças em nossa visão de quem somos, onde estamos e o que queremos ser.
A economista é coautora do Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (Pnud) e integrou o Overseas Development Institute nas aldeias de Zanzibar, na Tanzânia. O The Guardian a considera uma das dez principais tuiteiras sobre transformação econômica.
A economista incorpora as melhores ideias contemporâneas (economia ecológica, comportamental, feminista e institucional) ao pensamento complexo e à ciência do sistema terrestre e mostra que é hora de abandonar o crescimento a qualquer custo e que necessitamos de uma economia que nos leve à prosperidade, ou seja, a uma vida sustentável, regenerativa e distributiva, onde o "donut", a rosquinha clássica, simboliza o ponto de equilíbrio para atender às necessidades de todos, preservando o planeta.
O Financial Times e a Forbes consideraram a obra o Livro do Ano e ela venceu o Transmission Prize TED Talk com mais de 1,5 milhão de visualizações. O Financial Times disse sobre o livro: "Uma tentativa admirável de expandir os horizontes" e a Forbes falou: "Um fascinante aviso a economistas e empresários: deem um passo atrás e analisem nossa economia".

Galeto al primo canto, patrimônio cultural

O galeto al primo canto, prato que tem polenta frita ou brustolada, sopa de agnolini, também chamada de sopa de cappelletti, pão dágua artesanal, espaguete com molho de miúdos (para não perder nada do galeto), salada de radicci com toucinho frito, queijo colonial ralado e em fatias, salame e salada de maionese, é um dos maiores patrimônios culturais, senão o maior, de Caxias do Sul, onde foi criado o prato, e onde, na opinião de muitos, se come o melhor e mais verdadeiro galeto.
A invenção da galeteria (Educs, 229 páginas), segunda edição da obra de Rosana Peccini, mestre em Turismo pela Universidade de Caxias do Sul, com especialização MBA em RH e gerente da galeteria Di Paolo de Gramado, traz belos e bem fundamentados textos, acompanhados de fotos e ilustrações, sobre história, gastronomia e turismo; a imigração italiana no Brasil e a história da lendária Galeteria Peccini, criadora do galeto al primo canto. Rosana atua na área de educação em Caxias, pesquisa as comidas tradicionais da serra gaúcha, de forma especial o queijo serrano produzido em Caxias. Rosana é co-organizadora de Turismo, história e gastronomia: uma viagem pelos sabores, publicado pela Educs.
O livro tem apresentação de Paulo Geremia, cidadão honorário bento-gonçalvense, nascido em Guaporé e sócio-fundador do Galeto Di Paolo, originado em Garibaldi, desenvolvido em Bento Gonçalves e hoje presente, com grande sucesso, em Bento, Garibaldi, Caxias, Gramado, Itapema (SC) e São Paulo Capital. Em Caxias são servidas em torno de 30 mil refeições por mês.
Galeto de Bento em Caxias é uma alegria imensa para todos. Di Paolo é uma história serrana vitoriosa e segue cultivando e aprimorando as tradições, com a Escola Di Paolo, onde equipes são formadas para a busca da excelência e melhoria a cada dia.
A invenção da galeteria, obra referencial, escrita com amor, carinho e fruto de rigorosas e longas pesquisas, conta, especialmente, a história das gerações, vidas e realizações dos Peccini, que marcaram a comunidade de Caxias do Sul, especialmente com a criação do galeto al primo canto em 1950. Às páginas 197-198 está interessantíssima lenda sobre as origens da sopa de agnolini ou cappelletti, a sopa mais popular da Região Colonial Italiana. A iguaria teria nascido em fins de 1300 em Vallegio, província de Verona.
O livro mostra como a partir da Escola Francesa e de Fernand Braudel, a antiga gastronomia tornou-se objeto de estudos científicos e ganhou foros de História da cultura material e imaterial. No Brasil, Gilberto Freyre publicou Açúcar, essencial monografia sobre a cozinha brasileira. Nas considerações finais, diz a autora: "Ainda que não fosse a intenção de Lauthério Peccini, ao inventar a galeteria, criou uma redoma protetora sobre a cultura gastronômica do colonato italiano, protegendo-a contra o desgaste do tempo, preservando os sabores da História e Cultura da Alimentação dos imigrantes italianos na região da serra gaúcha". Os leitores encontrarão, ainda, dezenas de referências bibliográficas.
 

Lançamentos

  • A Origem - Quatro visões cristãs sobre criação, evolução e design inteligente (Thomas Nelson, 296 páginas, tradução de Roberto Covolan), dos renomados cientistas, pensadores e palestrantes Ken Ham, Hugh Ross, Deborah B. Haarsma e Stephen C. Meyer trata, com profundidade e ciência, sobre origem do universo, narrativa bíblica e descobertas científicas.
  • O farol e a tempestade (Novo Conceito, 302 páginas), de Romulo Felippe, autor de Monge Guerreiro e Reino dos morcegos, é seu primeiro romance romântico. O escritor Samuel Jones, depois de uma tragédia, se isola com suas lembranças numa ilha do Atlântico Norte. Um desastre aéreo lhe traz a sobrevivente Anne, fotógrafa nova-iorquina. Muito mais que fé, paixão e esperança virão.
  • Kzar Alexander, o louco de Pelotas (Biblioteca Pública do Paraná, 344 páginas), romance do consagrado jornalista e escritor Lourenço Cazarré, vencedor do Prêmio Paraná de Literatura de 2018, traz uma das identidades do personagem Kzar Alexander Aurelianovitch Sampaio de Cazeneuve e Honorato-Guimarães e suas estranhas histórias e relações com o Pelotas.
 

A propósito...

Deve ser lenda envolvendo os primeiros, famintos e dificílimos tempos da imigração, não se sabe ao certo, mas dizem que o galeto al primo canto surgiu porque não sobraram passarinhos para comer com polenta. O L. F. Verissimo disse que o galeto deixou mais pássaros vivos. Me contaram que um prefeito serrano, logo que o fiscal do Ibama entrou no gabinete, o convidou para uma passarinhada. Brincadeira, claro. Vou parando por aqui, que o assunto é florestal e não quero rolo com ambientalistas juramentados e com a aguerrida turma patrulheira do politicamente correto. Pois é, uns exibem o passarinho, outros escondem o pinto, mas isto é outra história.... que conto só em privado, na presença de meu advogado.