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Publicada em 16 de Abril de 2025 às 19:15

Educação: a chave para o futuro

Daniela Russowsky Raad, Diretora de Relações Institucionais e Fórum da Liberdade do IEE

Daniela Russowsky Raad, Diretora de Relações Institucionais e Fórum da Liberdade do IEE

FIRS/DIVULGAÇÃO/JC
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Daniela Russowsky Raad
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Quando falamos de futuro, não há como dissociá-lo da qualidade da educação ofertada aos jovens. A educação é a base sobre a qual se constrói uma sociedade inovadora, próspera e livre - um dos temas centrais do recentemente realizado Fórum da Liberdade 2025.
Historicamente, a educação brasileira enfrenta desafios significativos. Segundo a última edição do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), de 2022, nossos alunos continuam abaixo da média nas três disciplinas avaliadas: leitura, matemática e ciências.
O cenário é alarmante: apenas cerca de 60% dos estudantes brasileiros completam o ciclo escolar até os 24 anos. Em 2023, mais de 9 milhões de jovens entre 14 e 29 anos não haviam concluído o ensino médio, seja por abandono escolar ou por nunca terem frequentado uma sala de aula. Entre os que concluem o ensino médio em escolas públicas, apenas cerca de cinco em cada cem alcançam o nível esperado em matemática.
Ainda mais grave é o fato de que esses resultados pouco evoluíram nos últimos anos. Desde 2009, o desempenho dos estudantes brasileiros no Pisa permanece praticamente estagnado.
É fundamental questionar por que o Brasil segue preso a resultados tão insatisfatórios. Entre os principais entraves estão investimentos inadequados, uma máquina estatal inchada e ineficiente e a burocracia que impede mudanças estruturais. Esforços existem, mas, em sua maioria, não chegam à ponta.
Por outro lado, países como a Finlândia mostram que é possível transformar a realidade educacional com reformas bem planejadas e metodologias inovadoras. Referência mundial desde as primeiras edições do Pisa, o país apostou em formação docente de excelência e currículos flexíveis que estimulam o pensamento crítico. Johanna Karanko, embaixadora da Finlândia no Brasil, apresentou no Fórum da Liberdade um modelo que alia bem-estar e aprendizado no ambiente escolar. É evidente, porém, que ele não pode ser simplesmente copiado no Brasil.
Comparando essas ideias à nossa realidade, percebemos que ainda há um longo caminho a percorrer. A autonomia, por exemplo, exige confiança - escassa no país. Secretário da Educação do estado de São Paulo, Renato Feder mostrou, também no Fórum, como a combinação de autonomia e responsabilidade, associada a uma gestão focada em metas e resultados, vem provocando impactos significativos na educação pública paulista. O poder público fornece ferramentas e acompanha de perto os resultados.
Munidos de recursos de gestão e metodologias educacionais, os gestores locais passam a ter dados e instrumentos para monitorar e melhorar o desempenho na prática escolar. Ao mesmo tempo, com metas bem definidas, a gestão da educação pública torna-se mais profissional e passível de avaliação e intervenções acertadas.
Além disso, o avanço de parcerias público-privadas em alguns estados indica que caminhos alternativos são possíveis e eficazes. Leonardo Pascoal, secretário de Educação de Porto Alegre, reforçou no evento essa necessidade.
Nossos desafios não são simples, mas uma coisa é certa: o futuro do Brasil está em jogo - e a educação é a chave para moldá-lo.
Diretora de Relações Institucionais e Fórum da Liberdade do IEE

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