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Visão Empresarial

Publicada em 22 de Agosto de 2024 às 11:26

O que nosso dinheiro tem a ver com a batalha pelo voto

José Pedro Gomes, diretor de Comunicação do Instituto de Estudos Empresariais (IEE)

José Pedro Gomes, diretor de Comunicação do Instituto de Estudos Empresariais (IEE)

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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José Pedro Gomes
José Pedro Gomes
Na última sexta-feira, dia 16 de agosto, foi dado o início formal às eleições para as prefeituras detodo o Brasil. Agora o foco dos candidatos e de seus partidos é captar a atenção da população,apresentando suas ideias e convicções em busca de votos. Aparecer é uma das principaisferramentas, ainda mais em uma sociedade polarizada como a atual, na qual, ao criticar um lado, ocandidato automaticamente ganha pontos com o outro. Isso faz com que o jogo saia do campo dasideias e entre no patamar das narrativas. Para aparecer, existe algo que é muito importante: dinheiro. Fazer campanha de alto impacto custamuito caro. Esses recursos vêm, praticamente em sua totalidade, dos impostos pagos pelapopulação. Conforme o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para as eleições deste ano estáprevista uma verba recorde para o “fundão eleitoral”, com mais de R$ 4,9 bilhões, valor esse queserá destinado exclusivamente para as campanhas políticas. Desse total, cerca de R$ 2 bilhões serãorateados em apenas três principais partidos: PL, PT e União Brasil. Enquanto vemos um recorde de verba destinada ao fundão, também assistimos ao governo federalaumentar despesas de forma desenfreada, despreocupado com as contas públicas. Como resultado,para tentar manter um mínimo de equilíbrio, o Poder Executivo acaba realizando cortes de recursosem áreas importantes, como saúde, segurança e educação, ou se dedicando àquilo que osgovernantes mais sabem fazer: aumentar impostos. Com o avanço do período eleitoral, é o momento de o cidadão parar, analisar e avaliar de formaoportuna o que os candidatos que estão concorrendo têm a entregar para a sociedade. Apesar deterem orçamentos menores, os prefeitos e os vereadores são os ocupantes de cargos eletivos maispróximos de nós e que causam mais impacto. Isso porque suas decisões afetam nossas cidades einfluenciam em aspectos do dia a dia da população, como as escolhas que fazemos em relação aosnossos lares, nossos deslocamentos, nosso lazer e muitos outros aspectos da vida e da convivênciaem sociedade. São eles que direcionarão os nossos suados recursos que foram convertidos emimpostos em melhorias (ou não) para os municípios. O orçamento público nada mais é do que o nosso dinheiro entregue para o Estado administrar.Precisamos de governantes que tenham a compreensão disso e que busquem, em vez de aumentardespesas com o jogo político, como o próprio fundão, o investimento apropriado para que a vida docidadão se torne melhor e menos burocrática. É o momento de definirmos como será o futuro denossas cidades, e, por esse motivo, precisamos de gestores capacitados, e não de políticos populistase suas narrativas que prometem direitos e benefícios infinitos com recursos do nosso bolso. Diretor de Comunicação do Instituto de Estudos Empresariais (IEE)
Na última sexta-feira, dia 16 de agosto, foi dado o início formal às eleições para as prefeituras de
todo o Brasil. Agora o foco dos candidatos e de seus partidos é captar a atenção da população,
apresentando suas ideias e convicções em busca de votos. Aparecer é uma das principais
ferramentas, ainda mais em uma sociedade polarizada como a atual, na qual, ao criticar um lado, o
candidato automaticamente ganha pontos com o outro. Isso faz com que o jogo saia do campo das
ideias e entre no patamar das narrativas.

Para aparecer, existe algo que é muito importante: dinheiro. Fazer campanha de alto impacto custa
muito caro. Esses recursos vêm, praticamente em sua totalidade, dos impostos pagos pela
população. Conforme o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para as eleições deste ano está
prevista uma verba recorde para o “fundão eleitoral”, com mais de R$ 4,9 bilhões, valor esse que
será destinado exclusivamente para as campanhas políticas. Desse total, cerca de R$ 2 bilhões serão
rateados em apenas três principais partidos: PL, PT e União Brasil.

Enquanto vemos um recorde de verba destinada ao fundão, também assistimos ao governo federal
aumentar despesas de forma desenfreada, despreocupado com as contas públicas. Como resultado,
para tentar manter um mínimo de equilíbrio, o Poder Executivo acaba realizando cortes de recursos
em áreas importantes, como saúde, segurança e educação, ou se dedicando àquilo que os
governantes mais sabem fazer: aumentar impostos.

Com o avanço do período eleitoral, é o momento de o cidadão parar, analisar e avaliar de forma
oportuna o que os candidatos que estão concorrendo têm a entregar para a sociedade. Apesar de
terem orçamentos menores, os prefeitos e os vereadores são os ocupantes de cargos eletivos mais
próximos de nós e que causam mais impacto. Isso porque suas decisões afetam nossas cidades e
influenciam em aspectos do dia a dia da população, como as escolhas que fazemos em relação aos
nossos lares, nossos deslocamentos, nosso lazer e muitos outros aspectos da vida e da convivência
em sociedade. São eles que direcionarão os nossos suados recursos que foram convertidos em
impostos em melhorias (ou não) para os municípios.

O orçamento público nada mais é do que o nosso dinheiro entregue para o Estado administrar.
Precisamos de governantes que tenham a compreensão disso e que busquem, em vez de aumentar
despesas com o jogo político, como o próprio fundão, o investimento apropriado para que a vida do
cidadão se torne melhor e menos burocrática. É o momento de definirmos como será o futuro de
nossas cidades, e, por esse motivo, precisamos de gestores capacitados, e não de políticos populistas
e suas narrativas que prometem direitos e benefícios infinitos com recursos do nosso bolso.

Diretor de Comunicação do Instituto de Estudos Empresariais (IEE)

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