O mundo está cansado do ordinário. O mundo está sedento pelo extraordinário. Não escondemos nosso desejo de pertencer e participar de algo maior e melhor. Expandir conhecimento, performance e alianças têm sido a melhor escolha dos sapiens para transformar aquilo que consideram estar abaixo da régua - seja no esporte, na ciência, na moda ou na política, assim como nos negócios e no universo cultural.
Jorge Gerdau encanta com sua inteligência e simplicidade, em relação ao quanto é importante estar aberto ao novo. "A busca" é um manifesto honesto, autêntico, sensível, de um homem inquieto, que através de valores sólidos construiu um legado de múltiplas dimensões. A excelência está nas entrelinhas, nas diversas histórias, repletas de reconhecimento a tantas figuras igualmente inquietas que olham na mesma direção. Duas passagens, me tocaram, em especial, ambas do incansável mestre Iberê Camargo. A primeira reporta a intensidade na busca da alma; a segunda, é sobre a necessidade de mesmo no leito de morte buscar concluir um quadro com uma caneta Pilot e uma folha de papel. Lindo constatar que, na busca do extraordinário, coabitam questões espirituais sintonizando nosso coração. Como diz Fernando Goldsztein, "afinal, a nossa vida não é definida pelos desafios que enfrentamos, mas sim por como decidimos superá-los".
Ns anos 80, Fritjoff Capra nos brindou com a antevisão de uma nova realidade, que busca reconciliação entre a ciência e o espírito humano propondo um futuro melhor que o nosso presente. Não se constrói o extraordinário, seja no que for, sem viver uma paixão criativa extraordinária. O respeito e o amor, são pilares centrais para conjugar um movimento positivo na busca por um país mais justo, inclusivo, sem deixar de lado a busca enquanto potência econômica. No final do dia, é preciso aceitar que: as pessoas buscam se conectar com a pessoa, antes de se conectar com a causa.
Seja na busca pela excelência espiritual ou estratégica, a coragem de buscar assumir uma bandeira é o que nos torna memoráveis. O resultado é sempre consequência do esforço, da disciplina, da continuidade, do seguir em frente. A humanidade precisa de referências, e, dentro desse mundão, o que nos faz reconhecer que estamos vivos é a nossa capacidade de sentir. No incensado filme "Cidade dos Anjos", somos impactados quando um dos anjos decide renunciar ao seu estágio angelical, para apenas buscar sentir. Isso merece uma longa pausa de reflexão, interrompendo o frenético corre da vida. Os anos, assim como as ondas, se encaixam harmoniosamente aos encerramentos dos ciclos, enquanto nossas memórias vão sendo datadas e arquivadas, em um non stop incessante. Tudo isso nos faz rever o que efetivamente nos move; entre cores e fuzis, vemos o final de um ano, repleto de tensão e expectativas. O que vem pela frente mexe com nossos sonhos e esperanças. Que venha o novo tempo: onde possamos eleger a superação como um objetivo de nação. Assim como Winston Churchill, não podemos jamais desacreditar - se tiver que morrer, que seja na busca de algo maior: extraordinário. Feliz 2025.