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João Satt

João Satt

Publicada em 09 de Outubro de 2024 às 14:44

Dialogar e avançar

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João Satt Colunista
"É hora de fazer um futuro melhor para os nossos filhos e netos." Com essa frase, Aod Cunha encerrou sua brilhante apresentação, sustentada por dados precisos e idôneos. É nítido um Rio Grande do Sul que exporta jovens talentosos e assiste, em silêncio, ao avanço do Paraná e de Santa Catarina. Passadas as eleições municipais, a nova pauta contempla a escolha do futuro governador do Estado.
"É hora de fazer um futuro melhor para os nossos filhos e netos." Com essa frase, Aod Cunha encerrou sua brilhante apresentação, sustentada por dados precisos e idôneos. É nítido um Rio Grande do Sul que exporta jovens talentosos e assiste, em silêncio, ao avanço do Paraná e de Santa Catarina. Passadas as eleições municipais, a nova pauta contempla a escolha do futuro governador do Estado.
O Paraná, nova locomotiva do Brasil, começa a ser identificado como destino número dois do País. Seus números são excepcionais e, apesar do vigor de Santa Catarina, guarda uma vantagem inigualável: estar colado em São Paulo.
A força da economia paranaense revela resultados de um estado que trabalhou incansavelmente ao longo dos últimos 50 anos. Independente das diferenças e ideologias políticas, conseguiu manter uma linha estratégica clara e robusta, apresentando uma capacidade excepcional de execução naquilo que havia sido planejado. Ao longo do tempo, construiu uma matriz de desenvolvimento incomparável aos demais estados brasileiros. Na década de 1970, quando você descia no Aeroporto Afonso Pena, se deparava com uma imensa placa, com letras garrafais: "Paraná. Aqui se trabalha". À época, os gaúchos olhavam com um certo desdém o pequeno e ousado Paraná.
No intervalo de 2010-2022, o crescimento populacional do Rio Grande do Sul foi de mísero 1,8%, enquanto o Paraná superou a média brasileira e até mesmo a de São Paulo, atingindo 9,6%. Não podemos deixar de destacar que Santa Catarina teve o maior índice imigratório dos estados do Sul e Sudeste.
Com certeza, o Rio Grande do Sul vai pagar um preço alto por descuidar do seu futuro. Fatos isolados, midiáticos, não vão impedir que venhamos a ser o campeão em longevidade, mas com pouquíssimos jovens. Os reflexos já podem ser percebidos: quando analisamos a taxa de desemprego nos três estados do Sul, mais uma vez ficamos em primeiro lugar.
Duas importantes questões: o que nos move, qual o propósito do RS? Até quando vamos desperdiçar tempo e energia em discussões estéreis, egoicas, ineficazes? O alerta está na raiz, a começar pela educação básica, onde o IDEB coloca o RS em 9º lugar, enquanto o Paraná está em 1º. Difícil chegar ao final do campeonato, se já perdemos por W.O. na largada.
Precisamos urgentemente um choque de cultura - não será excluindo vozes divergentes que o RS será o futuro dos nossos filhos e netos. Não haverá condições de implementar uma política de desenvolvimento mais moderna, enquanto não identificarmos uma liderança que articule uma grande aliança entre o setor público e o privado. Precisamos pensar o Rio Grande do Sul equilibrando o desenvolvimento social e econômico. Olhar apenas para um dos lados não nos habilita a chegar ao objetivo de qualidade de vida, geração de empregos e competitividade.
Ainda há tempo para responder de forma madura e consciente ao desafio do desenvolvimento. Coragem é a capacidade de ir em frente apesar do medo. Fundamental provocar, despertar o compromisso de dialogar, unindo as melhores cabeças, esquecendo diferenças e rancores (tão comum aos gaúchos) para construir o extraordinário. Nos falta humildade para dialogar, definir uma estratégia que efetivamente tracione os principais setores, e coragem para avançar.
 

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